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Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / julho 2023
DOI:10.56732/pensarenf.v27i1.259
Artigo de revisão
Como citar este artigo: Oliveira R, Ramos O, Capelo J, Chamusca D. Medo de cair na pessoa idosa em
meio hospitalar: protocolo de scoping review. Pensar Enf [Internet]. 2023 Jul; 27(1):45-51. Available
from: https://doi.org/10.56732/pensarenf.v27i1.259
Medo de cair na pessoa idosa em meio hospitalar:
protocolo de
scoping review
Resumo
Introdução
As mudanças expectáveis num processo de envelhecimento contribuem para o aumento
do risco de queda e influenciam a avaliação da própria pessoa quanto ao seu risco de cair.
Além das lesões físicas, as quedas podem originar consequências psicológicas, como o
medo de cair. Este conceito foi definido como uma preocupação contínua de um indivíduo,
quando está de ou a caminhar, com a ocorrência de quedas, comprometendo o
desempenho das atividades diárias. Neste sentido, o medo de cair é uma resposta humana
sensível aos cuidados de enfermagem. Enquanto profissionais de saúde, os enfermeiros
devem considerar a avaliação do medo de cair e compreender como este fenómeno se
manifesta na pessoa idosa.
Objetivo
Mapear a evidência científica disponível relativa ao medo de cair na pessoa idosa em meio
hospitalar.
Critérios de inclusão
Serão considerados estudos quantitativos, qualitativos ou mistos, assim como, revisões
sisteticas e literatura cinzenta. A revisão incluirá estudos sobre o medo de cair nas pessoas
idosas que se encontram em meio hospitalar.
Métodos
Protocolo de scoping review segundo o método do Joanna Briggs Institute. Estratégia de pesquisa
trifásica que terá como objetivo localizar estudos publicados e não publicados nos idiomas
português, inglês e espanhol. Não serão considerados limites temporais, geográficos ou
culturais na pesquisa. A estratégia de pesquisa será adequada a cada base de
dados/repositório na identificação de estudos relevantes. A seleção dos estudos iniciar-se-á
pela análise do título e resumo. O texto integral dos estudos selecionados será analisado por
dois revisores independentes que procederão à extração de dados com recurso a um
instrumento específico.
O protocolo foi registado na plataforma Open Science Framework (DOI -
https://doi.org/10.17605/OSF.IO/B5V6K).
Palavras-chave
Medo de Cair; Idoso; Hospital; Revisão.
Rita Oliveira1
orcid.org/0000-0003-3014-2598
Olga Ramos2
orcid.org/0000-0002-0039-2433
Joana Capelo3
orcid.org/0000-0001-9181-3960
Daniela Chamusca4
orcid.org/0000-0002-5390-2193
1 Mestre. Instituto de Ciências da Saúde | Universidade
Católica Portuguesa, Porto, Portugal. Unidade Local de
Saúde de Matosinhos - Hospital Pedro Hispano,
Matosinhos, Portugal.
2 Mestre. Instituto de Ciências da Saúde | Universidade
Católica Portuguesa, Porto, Portugal. Unidade Local de
Saúde de Matosinhos - Hospital Pedro Hispano,
Matosinhos, Portugal.
3 Mestre. Centro Hospitalar Universitário de São João,
Porto, Portugal.
4 Mestre. Centro Hospitalar Universitário de São João,
Porto, Portugal.
Autor de correspondência
Ana Rita Capela Oliveira
E-mail: ritaoliveira2323@gmail.com
Recebido: 13.02.2023
Aceite: 17.04.2023
46 | Oliveira, A.
Artigo de revisão
Introdução
De acordo com a Organização Mundial da Saúde 1, até 2030,
estima-se que o número de pessoas acima dos 60 anos
aumentará 34%, passando de 1 bilião em 2019 para 1,4
biliões. Até 2050, esta população terá duplicado para 2,1
biliões a nível mundial.
Em Portugal, o envelhecimento demográfico continua a
acentuar-se de forma muito expressiva. De acordo com os
Censos 2021 2, o índice de envelhecimento da população,
indicador que compara a população com 65 ou mais anos
com a população dos 0 aos 14 anos, é de 182, o que significa
que existem 182 pessoas idosas por cada 100 jovens.
Com o avançar da idade é expectável que existam mudanças
próprias do processo de envelhecimento. A nível biológico,
verifica-se uma variedade de danos moleculares e celulares,
conduzindo a uma perda gradual nas reservas fisiológicas e
um declínio funcional na capacidade intrínseca da pessoa.3
A fraqueza muscular, o comprometimento no equilíbrio, as
dificuldades na locomoção e o agravamento da cognição são
algumas das mudanças que ocorrem no envelhecimento e
estas contribuem para o aumento do risco de queda das
pessoas idosas.4, 5
A queda pode ser definida como um evento não intencional
que resulta na mudança de posição do indivíduo para um
nível postural mais baixo em relação à sua posição inicial.6
O International Council of Nurses (ICN)7 para além de
considerar que uma queda é um evento ou episódio
acrescenta que cair é “descida de um corpo de um nível
superior para um nível inferior devido a desequilíbrio,
desmaio ou incapacidade para sustentar pesos e permanecer
na vertical”.
Nas pessoas idosas, as quedas são eventos frequentes com
possíveis consequências graves para o indivíduo e com
impacto económico significativo nas instituições de saúde.
Globalmente, a prevalência de quedas em pessoas idosas é
de 26,5%8, sendo que um terço desta população cai pelo
menos uma vez por ano6, o que contribui para que as quedas
sejam consideradas a segunda principal causa de lesões nas
pessoas idosas.9
Existem vários fatores de risco que contribuem para a
ocorrência de quedas e é consensual utilizar a classificação
de fatores intrínsecos e extrínsecos.
Os fatores intrínsecos são condições que estão relacionados
com o cliente, como a idade, a comorbidade, história de
quedas anteriores, a marcha, o compromisso visual e
auditivo, alterações musculoesqueléticas e o
comprometimento cognitivo.10
os fatores extrínsecos relacionam-se com o ambiente
onde o cliente está inserido. A nível hospitalar destacamos a
doença aguda, delírio, período pós-operatório, medicação,
mudança de ambiente, equipamentos de apoio, repouso no
leito e imobilidade, utilização de calçado inapropriado,
iluminação dos espaços, falta de conhecimento sobre
prevenção de queda, falha na comunicação entre o cliente e
o profissional de saúde.6, 10 Desta forma, é percetível que o
meio hospitalar é um contexto onde as pessoas idosas
podem apresentar um risco de queda extremamente
elevado.
Relativamente às consequências das quedas, além das lesões
físicas, como a existência de fraturas e lesões cerebrais
traumáticas, importa analisar as consequências psicológicas,
sendo estas prejudiciais para a pessoa idosa a longo prazo e
contribuem para a diminuição da qualidade de vida. A perda
de confiança e o medo de cair são dois exemplos das
consequências psicológicas e podem resultar num
compromisso nos níveis de atividade, levando a uma
redução na função física e nas interações sociais.11
O ICN 7 define medo como uma “emoção negativa: sentir-
se ameaçado, em perigo ou perturbado devido a causas
conhecidas ou desconhecidas, por vezes acompanhado de
uma resposta fisiológica do tipo lutar ou fugir”.
O medo de cair foi reconhecido pela comunidade científica,
a partir da década de 80, como um problema de saúde nas
pessoas idosas. Este conceito foi denominado por ptofobia,
em 1982, e é entendido como a reação fóbica em manter-se
de e a andar, mesmo não havendo nenhuma alteração
neurológica ou ortopédica.12
Posteriormente, o medo de cair foi definido como uma
preocupação contínua de um indivíduo, quando está de
ou a caminhar, com a ocorrência de quedas,
comprometendo o desempenho das atividades diárias.13
Atualmente, o medo de cair pode ser considerado uma
condição protetora ou patológica. Por um lado, o medo
enquanto fator protetor levará a pessoa idosa a evitar
comportamentos de risco e a procurar a promoção da
segurança, quer através de medidas que evitem as quedas
como nas adaptações da marcha que aumentem a
estabilidade. Por outro lado, o medo de cair patológico pode
levar a um declínio na qualidade de vida e aumentar o risco
de quedas por meio da redução das atividades necessárias
para manter a autoestima, confiança, força e equilíbrio.5, 14
O medo de cair pode causar uma perda de confiança na
capacidade de realizar tarefas do quotidiano, levando a
pessoa idosa a restringir as suas atividades diárias15, ao
isolamento social, ao declínio da capacidade física e à perda
de independência16, o que pode resultar em alterações da
saúde mental, nomeadamente o surgimento de estados
depressivos e ansiosos.1719 Outros aspetos psicológicos,
como a autoeficácia relacionada com a queda e a
autoperceção do estado de saúde estão associadas ao medo
de cair.16
O medo de cair revela-se um fator de risco de queda nas
pessoas idosas quer tenham ou não histórico de quedas
anteriores.20 As pessoas que têm medo de cair tendem a não
confiar na sua capacidade de prevenir ou evitar quedas, o
que aumenta o risco de cair e exige uma intervenção
psicoterapêutica e de reabilitação física.21
A estimativa de prevalência das pessoas idosas com medo
de cair ronda os 36%, sendo este mais evidenciado nas
pessoas que apresentaram uma queda nos últimos três
meses.22 Em meio hospitalar, o medo de cair nas pessoas
idosas que se encontram em internamento varia entre 36 e
83%.17, 23
Sabe-se ainda que nas pessoas idosas internadas em
contexto hospitalar, o medo de cair pode ter uma maior
influência na recuperação funcional do que a presença de
dor ou alterações emocionais. O medo de cair também
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / julho 2023 | 47
DOI:10.56732/pensarenf.v27i1.259
Artigo de revisão
reduz a participação dos indivíduos nos exercícios durante
o processo de reabilitação, pois apresentam limitação
funcional e relutância em se movimentarem.17, 24
A classificação internacional de diagnósticos de enfermagem
da NANDA International, Inc. (NANDA-I) 25 apresenta o
diagnóstico “Risco de quedas em adultos” que é definido
como a “suscetibilidade do adulto a vivenciar um evento que
resulte em deslocamento inadvertido ao solo, chão ou outro
nível inferior que pode comprometer a saúde”.25(p468) Ainda
neste diagnóstico é possível constatar que o medo de cair,
surge nos fatores de risco, nomeadamente nos “fatores
psiconeurológicos”.25
Neste sentido, é percetível que o medo de cair é uma
resposta humana sensível aos cuidados de enfermagem.
Enquanto profissionais de saúde, os enfermeiros devem
considerar a avaliação do medo de cair e compreender como
este fenómeno se manifesta na pessoa idosa.
Considerando esta problemática, realizou-se uma pesquisa
preliminar de scoping review nas seguintes bases de
dados/fontes: Open Science Framework (OSF), Medical
Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE) (via
PubMed) e Cumulative Index to Nursing and Allied Health
Literature (CINAHL) (via EBSCO). Encontrou-se uma
scoping review18 que mapeou a evidência sobre o medo de cair
em pessoas idosas que residem na comunidade. Para além
disso, a revisão concentrou os resultados de artigos
publicados entre 2015 e 2020 e a pesquisa foi realizada
apenas numa base de dados.
Desta forma, esta revisão diferencia-se da scoping review
mencionada anteriormente na medida em que prevê abordar
o medo de cair da pessoa idosa que se encontra internada
em meio hospitalar. O conhecimento sobre esta temática
carece de completude e uma scoping review facilitará o
necessário mapeamento desse conhecimento.
Além de uma scoping review permitir mapear as evidências
disponíveis sobre um fenómeno, também possibilita a
identificação das principais características ou fatores
relacionados a um conceito, incluindo aqueles que estão
relacionados com a pesquisa metodológica.26
O objetivo desta scoping review é mapear a evidência científica
disponível relativa ao medo de cair na pessoa idosa em meio
hospitalar.
Questão de Revisão
Seguindo as recomendações do Joanna Briggs Institute
(JBI)27 para a elaboração de uma scoping review, a questão de
revisão é desenhada através da mnemónica PCC para scoping
review, onde P representa “participantes”, C de “conceito” e
C de “contexto”.
Para esta revisão definiu-se como Participantes pessoas
com 65 ou mais anos de idade, Conceito medo de cair e
Contexto meio hospitalar, o que nos leva à seguinte
questão de revisão:
Qual a evidência publicada sobre o medo de cair na pessoa
idosa em meio hospitalar?
A partir da questão de revisão definida, esta scoping review
também poderá responder às seguintes questões:
- Qual a evidência publicada sobre os fatores
relacionados/etiológicos inerentes ao medo de cair na
pessoa idosa?
- Qual a evidência publicada sobre os indicadores
clínicos/características definidoras do medo de cair na
pessoa idosa?
- Quais os instrumentos que avaliam o medo de cair na
pessoa idosa em meio hospitalar?
Critérios de Inclusão
A partir da mnemónica PCC, definimos os critérios de
inclusão quanto aos participantes, conceito e contexto.
Participantes
Relativamente aos Participantes, a revisão considerará todos
os estudos que incluam como participantes pessoas idosas.
Não serão consideradas restrições de género, etnia ou outras
características pessoais. Entende-se por pessoa idosa aquela
que tem 65 ou mais anos de idade.28
Conceito
Quanto ao Conceito, na revisão serão considerados os
estudos que exploram o medo de cair. Entende-se por medo
de cair, uma preocupação contínua de um indivíduo, quando
está de ou a caminhar, com a ocorrência de quedas,
comprometendo o desempenho das atividades diárias.13
Contexto
No que diz respeito ao Contexto, a revisão irá considerar
todos os estudos desenvolvidos em contexto hospitalar,
independentemente do tipo de estabelecimento, de ser
público ou privado, geral ou especializado, urbano ou rural,
de ensino ou não, e certificado ou não.
Tipos de fontes
Esta scoping review incluirá estudos com desenhos
quantitativos, qualitativos ou métodos mistos.
Os estudos quantitativos incluem qualquer estudo
experimental (incluindo ensaios controlados randomizados,
ensaios controlados não randomizados ou outros estudos
quase-experimentais, incluindo estudos antes e depois) e
estudos observacionais (estudos descritivos, estudos de
coorte, estudos transversais, estudos de caso e estudos de
série de casos). os estudos qualitativos incluem estudos
com análise de dados qualitativos, mas não limitados a
estudos fenomenológicos, teoria fundamentada, etnografia,
descrição qualitativa e pesquisa-ação.
As revisões sistemáticas que atendam aos critérios de
inclusão também serão consideradas, dependendo da
questão de pesquisa. Por fim, a literatura cinzenta,
nomeadamente teses e dissertações, também será englobada
na pesquisa.
Métodos
A scoping review será conduzida de acordo com a metodologia
proposta pelo JBI para scoping review.27
48 | Oliveira, A.
Artigo de revisão
Este protocolo da scoping review encontra-se registado na
plataforma OSF (DOI
https://doi.org/10.17605/OSF.IO/B5V6K).
Estratégia de pesquisa
A estratégia de pesquisa terá como objetivo localizar estudos
publicados e não publicados nos idiomas português, inglês
e espanhol. Não serão considerados limites temporais,
geográficos ou culturais na pesquisa.
O JBI 27, 29 recomenda um processo de pesquisa trifásica que
deve ser utilizado no desenvolvimento de uma estratégia de
pesquisa abrangente:
A primeira fase envolveu a realização de uma pesquisa inicial
limitada nas bases de dados MEDLINE (via PubMed) e
CINAHL (via EBSCO) para encontrar artigos sobre o
fenómeno de interesse, através do uso dos termos de
pesquisa: “fear of falling”; “aged”; “hospital*”. Nos artigos
relevantes, analisaram-se as palavras contidas nos títulos e
resumos, assim como, os termos de indexação usados para
descrever os artigos, de forma a desenvolver uma estratégia
de pesquisa completa para CINAHL complete (via
EBSCO), Web of Science Core Collection, MEDLINE (via
PubMed), Scopus.
As estratégias de pesquisa serão adaptadas e individualizadas
para cada base de dados de estudos publicados, uma vez que
cada uma utiliza o seu próprio vocabulário controlado. A
Quadro 1 apresenta uma proposta de estratégia de pesquisa
numa das bases de dados.
Quadro 1 Estratégia de pesquisa utilizada na base de dados - MEDLINE (via PubMed)
Estratégia de Pesquisa
Resultados
#1: "fear of falling"[All Fields]
#2: "aged"[MeSH Terms] OR "aged"[Title/Abstract]
#3: "elder*"[Title/Abstract]
#4: “older” [Title/Abstract]
#5: "senior*"[Title/Abstract]
#6: "older adult*"[Title/Abstract]
#7: "older people"[Title/Abstract]
#8: "geriatric*"[Title/Abstract]
#9: "older person*"[Title/Abstract]
#10: #2 OR #3 OR #4 OR #5 OR #6 OR #7 OR #8 OR #9
#11: "hospital setting"[Title/Abstract]
#12: "inpatient*"[MeSH Terms] OR "inpatient*"[Title/Abstract]
#13: “hospital*"[MeSH Terms] OR "hospital*"[Title/Abstract]
#14: "ward*"[Title/Abstract]
#15: #11 OR #12 OR #13 OR #14
#16: #1 AND #10 AND #15
#17: #16 AND (english[Filter] OR portuguese[Filter] OR spanish[Filter])
2,279
3,898,782
302,509
535,444
49,998
113,680
38,820
75,485
13,565
4,221,852
13,929
157,237
1,991,749
71,416
2,066,169
262
246
As fontes de estudos não publicados, nomeadamente
literatura cinzenta, incluem OpenGrey, RCAAP
(Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal) e
Banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES) (Brasil). A pesquisa
nesta literatura cinzenta foi realizada com o termo fear of
falling”.
A segunda fase envolve a execução das pesquisas
específicas da base de dados em cada uma das bases de
dados bibliográficas e fontes de informação selecionadas e
relatado no protocolo.
A terceira fase envolve a inclusão de quaisquer estudos
adicionais relevantes nas listas de referências bibliográficas
de todos os estudos selecionados para a revisão.
Seleção dos estudos
Todas as referências bibliográficas identificadas serão
agrupadas e geridas no software Rayyan Intelligent Systematic
Review, (Cambridge/Estados Unidos da América,
Doha/Qatar), e as duplicadas serão removidas.
Após a pesquisa, a seleção dos resultados relevantes iniciar-
secom a análise dos títulos e resumos por dois revisores
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / julho 2023 | 49
DOI:10.56732/pensarenf.v27i1.259
Artigo de revisão
independentes, com base nos critérios de inclusão para a
revisão já descritos anteriormente.
Posteriormente, o texto completo dos estudos selecionados
será avaliado em detalhe com base nos critérios de inclusão
por dois revisores independentes. Após a análise do texto
integral, os estudos que não atendam aos critérios de
inclusão serão excluídos. Os motivos de exclusão destes
estudos serão descritos num dos apêndices da scoping review.
Quaisquer divergências que surjam entre os revisores serão
resolvidas por meio de discussão e consenso ou com recurso
a um terceiro revisor.
Não se realizada a avaliação da qualidade metodológica
dos estudos incluídos por se tratar de uma scoping review.29
O processo de pesquisa seexposto na íntegra sob forma
narrativa e apresentado sob forma esquemática através de
um diagrama de fluxo conhecido como Preferred Reporting
Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA),
utilizando a extensão para scoping reviews denominada Preferred
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses extension
for Scoping Reviews (PRISMA-ScR).30 Este diagrama
demonstra, de forma detalhada, como a pesquisa foi
realizada, a seleção dos resultados utilizados atendendo aos
critérios de inclusão e a eliminação de duplicados.27
Extração de dados
A extração de dados dos artigos incluídos será realizada por
dois revisores independentes, com o apoio de um terceiro
revisor para resolver alguma divergência.
Irá ser utilizado um instrumento que considera detalhes
específicos sobre a população, o conceito, o contexto e os
métodos de investigação relevantes para a questão e o
objetivo declarado desta scoping review, como indicado pela
metodologia desenvolvida pelo JBI (Quadro 2).
Quadro 2 - Instrumento de extração de dados
Detalhes da
Scoping Review
Título da revisão:
Medo de cair na pessoa idosa em meio hospitalar: uma scoping review
Objetivo da revisão:
Mapear a evidência científica disponível relativa ao medo de cair na pessoa idosa em
meio hospitalar.
Questão de revisão:
Qual a evidência publicada sobre o medo de cair na pessoa idosa em meio hospitalar?
Critérios de Inclusão
Participantes
Os estudos que incluam como participantes pessoas idosas com idade de 65 ou mais
anos.
Conceito
Os estudos que exploram o medo de cair.
Contexto
Os estudos desenvolvidos em meio hospitalar, especificamente hospitais,
independentemente do tipo de estabelecimento, de ser público ou privado, geral ou
especializado, urbano ou rural, de ensino ou não, e certificado ou não.
Tipos de fontes
Estudos quantitativos, qualitativos ou mistos. Revisões sistemáticas e literatura
cinzenta.
Detalhes e Características dos Estudos
Título do artigo
Revista (volume, edição, páginas)
Ano de publicação
Autor(es)
País
Contexto
Participantes
Metodologia utilizada para a colheita e análise de dados
Resultados encontrados
Medo de cair na pessoa idosa em meio hospitalar
Fatores relacionados/etiológicos inerentes ao medo de cair na
pessoa idosa
Indicadores clínicos/Características definidoras do medo de cair
na pessoa idosa
Instrumentos que avaliam o medo de cair na pessoa idosa em
contexto hospitalar
Recomendações/Sugestões de Investigação
Referências bibliográficas relevantes
De forma aos investigadores se familiarizem com o
instrumento de extração de dados, será realizado um teste
piloto com os primeiros cinco artigos. Caso seja necessário,
o instrumento de extração de dados poderá sofrer alterações
50 | Oliveira, A.
Artigo de revisão
pertinentes, de acordo com as conclusões do teste piloto e
das necessidades emergentes da análise dos artigos elegíveis.
Análise e Apresentação de dados
A organização e síntese da informação recolhida será
realizada com o recurso a tabelas e quadros que facilitem a
interpretação do leitor. Desta forma, os dados recolhidos
serão apresentados em forma esquemática através de uma
tabela e acompanhados de quadros resumo descritivo dos
artigos incluídos na scoping review. As conclusões dos estudos
selecionados serão descritas através de um resumo
narrativo.
Posteriormente, proceder-se-á à categorização dos
resultados encontrados de acordo com a sua similaridade,
estando em sintonia com o objetivo e questões de revisão
que foram propostas neste protocolo.
Em suma, a apresentação dos dados permitirá identificar,
caracterizar e sintetizar o conhecimento sobre o medo de
cair na pessoa idosa em meio hospitalar.
Contributos dos autores
RO: Conceção e desenho do estudo; Recolha de dados;
Análise e interpretação dos dados; Redação do manuscrito.
OR: Análise e interpretação dos dados; Redação do
manuscrito.
JC: Revisão crítica do manuscrito.
DC: Revisão crítica do manuscrito.
Conflito de interesses
Nenhum conflito de interesse foi declarado pelas autoras.
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Artigo de revisão
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