| 123
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / dezembro 2023
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.265
Artigo de Revisão
Como citar este artigo: Sitja LE, Simon BS, Assis MCS, Busanello J, Stamm B. Indicador de qualidade em
terapia nutricional na oncologia e a interface com a enfermagem: revisão integrativa. Pensar Enf [Internet].
2023 Dez; 27(1): 123-136. Available from: https://doi.org/10.56732/pensarenf.v27i1.265
Indicador de qualidade em terapia nutricional na
oncologia e a interface com a enfermagem: revisão
integrativa
Quality Indicator in Nutritional Therapy in
oncology and the interface with nursing: integrative
review
Resumo
Objetivo
Analisar as evidências do Indicador de Qualidade em Terapia Nutricional “volume prescrito
versus volume infundido de terapia nutricional”, em pacientes oncológicos adultos
hospitalizados e as perspetivas para a atuação da enfermagem.
Métodos
Revisão integrativa, realizada no Portal Biblioteca Virtual em Saúde, Base de Dados de
Enfermagem, Cumulative Index to Nursing & Allied Health Literature, Excerpta Medica
dataBASE, Google Scholar, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde,
U.S. National Library of Medicine, SciVerse Scopus e Web of Science. Incluíram-se estudos
publicados em português, inglês ou espanhol nos anos de 2008 a 2021.
Resultados
Dos nove estudos incluídos, a maioria dos autores eram nutricionistas e/ou académicos de
Nutrição (53,8%), seguidos de enfermeiras e/ou académicos de Enfermagem (30,8%). A
maioria dos estudos (67%) não atingiu a meta do indicador, sendo investigados em
enfermaria clínica e/ou cirúrgica (27,3%) e Unidade de Cuidados Intensivos adulto/geral
(27,3%). Os motivos para o não cumprimento da meta do indicador foram relacionados às
complicações clínicas e mecânicas do uso da terapia nutricional.
Conclusão
A meta do indicador “volume prescrito versus volume infundido de terapia nutricional” não
foi atingida na maioria dos estudos, e o paciente oncológico adulto apresenta dificuldades
clínicas para atingi-la.
Palavras-chave
Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde; Indicadores de Qualidade em Terapia
Nutricional; Nutrição enteral; Hospitalização; Neoplasias; Enfermagem.
Abstract
Objective
To analyze the evidence of the Indicator of Quality in Nutritional Therapy “prescribed
versus infused volume in nutritional therapy” in hospitalized adult cancer patients and the
prospects for nursing practice.
Methods
An integrative review conducted in the Portal Biblioteca Virtual em Saúde, Nursing
Database, Cumulative Index to Nursing & Allied Health Literature, Excerpta Medica
dataBASE, Google Scholar, Latin America and the Caribbean Literature on Health
Sciences, U.S. National Library of Medicine, SciVerse Scopus Web of Science. This
research included studies published in Portuguese, English, or Spanish from 2008 to 2021
Laísa Escobar Sitja1
orcid.org/0000-0002-1455-072X
Bruna Sodré Simon2
orcid.org/0000-0003-3855-1310
Michelle Cristina Silva de Assis3
orcid.org/0000-0003-2632-5885
Josefine Busanello4
orcid.org/0000-0002-9950-9514
Bruna Stamm5
orcid.org/0000-0003-4858-7712
1 Enfermeira. Programa de Residência Integrada
Multiprofissional em Saúde Coletiva, Universidade
Federal do Pampa, Uruguaiana, Brasil.
2 Enfermeira. Doutoramento. Docente adjunta do
Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Pampa, Uruguaiana, Brasil.
3 Enfermeira. Doutoramento. Docente adjunta do
Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.
4 Enfermeira. Doutoramento. Docente adjunta do
Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Pampa, Uruguaiana, Brasil.
5 Enfermeira. Mestrado. Docente assistente do Curso
de Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Pampa, Uruguaiana, Brasil.
Bruna Stamm
E-mail: brunastamm@unipampa.edu.br
Recebido: 06.03.2023
Aceite: 14.09.2023
124 | Sitja, L.
Artigo de Revisão
Results
Of the nine studies included most of the authors were
nutritionists and/or nutrition academics (53.8%), followed
by nurses and/or nursing academics (30.8%). Most studies
(67%) did not reach the indicator target, being investigated
in clinical and/or surgical wards (27.3%) and adult/general
Intensive Care Units (27.3%). The reasons for not meeting
the indicator goal were related to clinical and mechanical
complications of the use of nutritional therapy.
Conclusion
The goal of the indicator in “nutritional therapy prescribed
versus infused volume” was not achieved in most studies,
and the adult cancer patient presents clinical difficulties in
achieving it.
Keywords
Quality indicators in Health Care; Quality Indicators in
Nutritional Therapy; Enteral Nutrition; Hospitalization;
Neoplasms; Nursing.
Introdução
O paciente oncológico adulto hospitalizado, devido às
condições clínicas que a doença desencadeia, como
alterações metabólicas, distúrbios hormonais e respostas
inflamatórias, torna-se mais suscetível a défices nutricionais,
que se relacionam a aspetos multifatoriais, associados ao
tipo de tumor, estadiamento clínico, modalidade terapêutica,
características individuais do paciente e recursos humanos e
físicos da unidade de internação. 1,2 Estudos3,4 revelam que
o paciente oncológico hospitalizado é uma população em
risco nutricional com grau de desnutrição de 20% a 80%,
principalmente nos idosos em estágio avançado da doença.5
Com o intuito de monitorar o estado nutricional do paciente
com cancro, diretrizes6,7,8 orientam a realização da triagem
nutricional no máximo em até 48 horas do período de
internação para todos que hospitalizam. Assim, para suprir
a demanda nutricional, utiliza-se a Terapia Nutricional (TN),
tendo como uma das modalidades terapêuticas a Terapia
Nutricional Enteral (TNE). No Brasil, o desenvolvimento
da TNE exige uma Equipe Multiprofissional de Terapia
Nutricional (EMTN)8, constituída minimamente por
médica, enfermeira, nutricionista e farmacêutica. A
enfermeira, na EMTN, possui dentre suas atribuições,
escolher a via de administração da TNE em conjunto com
o dico; proceder e assegurar a colocação da sonda
naso/orogástrica ou transpilórica; orientar o paciente, a
família ou o responsável legal quanto à utilização e controlo
da TNE; e garantir o registo claro e preciso de informações
relacionadas à administração e a evolução do paciente.9,10
Entretanto, a TNE não é isenta de riscos e de complicações,
e com base nessa, é que se elaboraram os Indicadores de
Qualidade em Terapia Nutricional (IQTN)11, que tem por
objetivo identificar falhas na realização dos procedimentos
com o intuito de gerar melhoria na assistência prestada
quando défices de qualidade.12 No Brasil, o International
Life Sciences Institute (ILSI)13 elencou 36 IQTNs,
objetivando mensurar a assistência prestada, mediante
indicadores que traduzem as ações e as operacionalizam
para a observação e a avaliação, proporcionando a correção,
a redefinição e a melhoria das metas estabelecidas. Na
Espanha, a European Society for Clinical Nutrition and
Metabolism (ESPEN),14 uma das principais sociedades de
TN, também fornece instrumentos para medir a qualidade
da TNE tanto em unidades de nutrição clínica, como em
qualquer situação que um paciente requeira o uso desta
terapia. A aplicação periódica dos IQTN destaca-se como
uma das principais vias de mensuração da qualidade a TNE
em hospitais públicos e privados. A Sociedade Brasileira de
Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN)9 orienta a
aplicação de pelo menos três IQTNs nos serviços de saúde,
como forma de monitorar a terapêutica, independentemente
do porte e dos recursos humanos dos hospitais, sendo eles:
triagem nutricional, frequência de pacientes com
intercorrências relacionadas à TN e volume prescrito e
volume infundido de TNE.
O IQTN “volume prescrito versus volume infundido de TN”
visa avaliar pacientes em TNE que não atingiram a meta
nutricional estimada, sendo responsabilidade da
enfermagem registrar o seu volume infundido. Em 2018, o
ILSI-Brasil13 atualizou a lista dos IQTNs, acrescentando o
indicador “frequência de dias de administração adequada do
volume prescrito versus volume infundido em pacientes em
TN”, objetivando conhecer a frequência de dias de oferta
do volume adequado nos pacientes em TNE. A meta desse
IQTN é que pelo menos 80% do volume prescrito de TNE
seja infundido.13 Estudo realizado pelo ILSI-Brasil 13 com
instituições hospitalares, clínicas e de investigação, destaca
que um dos IQTN mais usados é o “volume prescrito versus
volume infundido de TN”, representado em 81% das
instituições participantes da investigação.
Diante do exposto, identifica-se que o paciente oncológico
adulto hospitalizado, devido ao seu quadro clínico,
apresenta riscos nutricionais tornando-se vulnerável ao
tratamento e possíveis intervenções. Apesar do
conhecimento científico de que os valores do volume
infundido e prescrito de TNE no paciente oncológico sejam
discrepantes na prática clínica,15,16 há de se atentar à
condição de que, além de definir a dieta adequada às
necessidades do paciente com cancro, é necessário garantir
a forma e a condição que essa alimentação será infundida.
Para tanto, incluem-se muitas das responsabilidades que a
enfermagem detém nos serviços hospitalares de saúde,
sendo responsabilidade da enfermeira o registo do IQTN
“frequência de dias de administração adequada ao volume
prescrito versus volume infundido em pacientes em TNE”.
Tal realidade sustenta a importância de explorar essa
temática e sua interface com a enfermagem. Assim,
objetivou-se analisar as evidências do IQTN “volume
prescrito versus volume infundido de TN”, em pacientes
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / dezembro 2023 | 125
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.265
Artigo de Revisão
oncológicos adultos hospitalizados e as perspetivas para a
atuação da enfermagem.
Métodos
Trata-se de uma Revisão Integrativa (RI),17 realizada nos
meses de maio e junho de 2022, estruturada a partir das
Recomendações Internacionais da Preferred Reporting Items of
Systematic reviews and Meta-Analyses (PRISMA).18
Inicialmente, com base no acrónimo PICO: 19 (P) paciente
oncológico adulto hospitalizado; (I) TN; (O) IQTN
“volume prescrito versus volume infundido de TN” (o
elemento comparador ‘C’ foi dispensado), formulou-se a
questão de revisão: “o que a literatura versa sobre o IQTN
volume prescrito versus volume infundido de TN de
responsabilidade da enfermagem, no cuidado ao paciente
oncológico adulto hospitalizado?”. O protocolo de revisão
não foi publicado.
Em relação aos critérios de elegibilidade, definiram-se:
artigos originais; gratuitos disponíveis online na íntegra; nos
idiomas português, inglês ou espanhol; indexados no Portal
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Base de Dados de
Enfermagem (BDENF), Cumulative Index to Nursing & Allied
Health Literature (CINAHL), Excerpta Medica dataBASE
(Embase), Google Scholar, Literatura Latino-americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), U.S. National
Library of Medicine (PubMed), SciVerse Scopus (SCOPUS) e
Web of Science; realizados com pacientes adultos oncológicos
hospitalizados em uso de TNE e publicados de 2008 a 2021.
Justifica-se o recorte temporal pela incorporação do IQTN
“volume prescrito versus volume infundido” em 2008 pelo
ILS11, mesmo que, possivelmente, o volume de TN tenha
sido monitorado por outros estudos em anos anteriores ao
estipulado nesta revisão. Em seguida, procedeu-se à
identificação dos descritores ou termos associados
conforme o acrónimo PICO20 e a estratégia de busca foi
adaptada para cada fonte de informação, conforme Quadro
Quadro 1 - Estratégias de busca de acordo com cada fonte de informação. Uruguaiana, RS, Brasil, 2022.
Estratégia
(“Enteral Nutrition” OR "Enteral Feeding" OR "Feeding Tube, Gastric" OR "Feeding Tubes, Gastric" OR "Feeding, Enteral" OR
"Feeding, Tube" OR "Gastric Feeding Tube" OR "Gastric Feeding Tubes" OR "Nutrition, Enteral" OR "Tube Feeding" OR "Tube,
Gastric Feeding" OR "Tubes, Gastric Feeding" AND (“nutrition therapy” OR “medical nutrition therapy” OR “nutrition therapy,
medical OR “therapy, medical nutrition” OR “therapy, nutrition”) AND (volumen OR prescription OR administration) AND (
db:("IBECS" OR "LILACS" OR "BDENF" OR "BIGG" OR "LIPECS" OR "colecionaSUS")) AND (year_cluster:[2008 TO 2021])
(“nutrição enteral” OR “alimentação enteral” OR “alimentação por sonda” OR “alimentação por tubo” OR "Terapia Nutricional") AND
("Indicador de Qualidade" OR “Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde”)
TX (enteral nutrition or enteral feeding or tube feeding) AND TX (quality indicators or qi) AND TX (neoplasms or oncology or cancer)
(neoplasms OR 'benign neoplasm' OR 'benign neoplasms' OR cancer OR cancers OR malignancies OR malignancy OR 'malignant
neoplasm' OR 'malignant neoplasms' OR neoplasm OR 'neoplasm, benign' OR 'neoplasm, malignant' OR 'neoplasms, benign' OR
'neoplasms, malignant' OR 'medical oncology' OR 'oncology, medical') AND ('enteral nutrition':ti,ab,kw OR 'enteral feeding':ti,ab,kw OR
'feeding tube, gastric':ti,ab,kw OR 'feeding tubes, gastric':ti,ab,kw OR 'feeding, enteral':ti,ab,kw OR 'feeding, tube':ti,ab,kw OR 'gastric
feeding tube':ti,ab,kw OR 'gastric feeding tubes':ti,ab,kw OR 'nutrition, enteral':ti,ab,kw OR 'tube feeding':ti,ab,kw OR 'tube, gastric
feeding':ti,ab,kw OR 'feeding tube':ti,ab,kw) AND ('quality indicators, health care':ab,ti OR 'quality indicators':ab,ti OR 'quality
indicator':ab,ti OR 'healthcare quality indicator':ab,ti OR 'healthcare quality indicators':ab,ti OR 'indicator, healthcare quality':ab,ti OR
'indicators, healthcare quality':ab,ti OR 'quality indicator, healthcare':ab,ti OR 'quality indicators, healthcare':ab,ti)
(neoplasias OR câncer OR tumor) AND ("nutrição enteral" OR "Alimentação por Sonda" OR "Alimentação por Tubo" OR "Sondas
Gástricas") AND (“Indicador de qualidade" OR “Indicadores de qualidade”)
("Enteral Nutrition" OR "Enteral Feeding" OR "Tube Feeding" OR "Feeding, Tube" OR "Feeding Tube, Gastric" OR "Feeding Tubes,
Gastric") AND ("Quality Indicators" OR "Quality Indicator" OR "Quality Indicators, Healthcare" OR "Quality Indicator, Healthcare")
AND (db:("LILACS") AND (year_cluster: [2008 TO 2021]
("Quality Indicators, Health Care" OR "Quality Indicators, Healthcare" OR "Healthcare Quality Indicator" OR "Healthcare Quality
Indicators" OR "Indicators, Healthcare Quality") AND ("Enteral Nutrition" OR "Enteral Feeding" OR "Feeding, Enteral" OR "Tube
Feeding" OR "Feeding, Tube" OR "Gastric Feeding Tubes" OR "Feeding Tube, Gastric" OR "Gastric Feeding Tube" OR "Tube, Gastric
Feeding")
(ALL (neoplasms OR neoplasm OR cancer OR cancers OR tumor OR tumors OR oncology) AND TITLE-ABS-KEY ("Enteral
Nutrition" OR "Enteral Feeding" OR "Tube Feeding" OR "Feeding, Tube" OR "Feeding Tube, Gastric" OR "Feeding Tubes, Gastric")
AND TITLE-ABS-KEY ("Quality Indicators" OR "Quality Indicator" OR "Quality Indicators, Healthcare" OR "Quality Indicator,
Healthcare")
1.
126 | Sitja, L.
Artigo de Revisão
("Enteral Nutrition" OR "Enteral Feeding" OR "Tube Feeding" OR "Feeding, Tube" OR "Feeding Tube, Gastric" OR "Feeding Tubes,
Gastric") (Todos os campos) AND ("Quality Indicators" OR "Quality Indicator" OR "Quality Indicators, Healthcare" OR "Quality
Indicator, Healthcare") (Tópico)
Na sequência, procedeu-se à leitura em duplicata, dos títulos
e resumos, para seleção dos artigos que atendessem aos
critérios de elegibilidade. Para qualificar o processo
metodológico, os estudos passaram pela análise de duas
revisoras académicas do curso de Enfermagem, as quais
posteriormente à seleção, discutiram e compararam seus
resultados. Uma terceira revisora, investigadora da área da
NE, foi consultada nos casos de discordância entre as
revisoras iniciais. Por fim, ocorreu a análise dos artigos na
íntegra, concluindo-se a fase de seleção dos estudos.
O banco de dados dos estudos foi organizado no Microsoft
Excel®.
Para apresentar os estudos que compõem o corpus analítico,
foi elaborado um quadro de caracterização, contendo: título,
referência, objetivo, delineamento e nível de evidência. 19
Também, um quadro com os resultados do IQTN “volume
prescrito versus volume infundido de TN” é descrito, com a
perspetiva de sumarizar para a enfermagem as características
dos estudos conforme aqueles que atingiram ou não a meta
do indicador, com as informações: tipo de cancro, unidade
hospitalar, estrutura para terapia, características da NE,
tempo de permanência da TNE, meta do indicador adotado,
valores do indicador e motivos de interrupção da NE
(quando mencionados).
Resultados
Conforme as estratégias de busca definidas para cada base
de informação, identificou-se o total de 602 publicações.
Após a exclusão de 96 duplicatas, restaram 506 estudos, dos
quais 238 foram avaliados conforme os critérios de
elegibilidade, sendo que 24 foram selecionados para leitura
na íntegra. Dos 24 estudos, 11 foram excluídos, restando
nove estudos incluídos para a revisão. A descrição e seleção
dos estudos tiveram como base o PRISMA 15 e encontram-
se ilustradas na Figura 1.
Registros identificados por meio das bases de dados
(n = 602)
Seleção
Inclusão
Elegibilidade
Identificação
Registros após a remoção das duplicatas
(n = 506)
Registros analizados
(n = 506)
Registros excluídos
(n = 268)
Artigos de texto completo avaliados para elegibilidade
(n = 24)
Artigos de texto completo
excluídos por não
apresentarem
informações do indicador
volume de dieta
(n = 11)
Estudos incluídos na síntese qualitativa
(n = 09)
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / dezembro 2023 | 127
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.265
Artigo de Revisão
Figura 1 - Fluxograma da seleção de estudos selecionados na revisão. Uruguaiana, RS, Brasil, 2022.
From: Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG, The PRISMA Group (2009). Preferred Reporting Items for Systematic
Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLoS Med 6(6): e1000097. doi:10.1371/journal.pmed1000097
For more information, visit www.prisma-statement.org .
Dos nove estudos selecionados, identificou-se que os anos
de publicação com maiores registos foram 2017 (n=4) e
2020 (n=2). O perfil dos autores, maioritariamente, foi de
nutricionistas e/ou académicos de Nutrição (n=7; 53,8%),
enfermeiras e/ou académicos de Enfermagem (n=4; 30,8%)
e médicos (n=2; 15,4%). O delineamento, em sua maioria,
foi de estudos prospetivos (n=6; 66,7%) e retrospetivos
(n=3; 33,3%), de caráter descritivo (n=4; 44,4%) e/ou
observacional (n=5; 55,6%), com nível de evidência N6
(n=8; 89%). Os participantes dos estudos somaram 1.371
pacientes, sendo 438 relativos aos pacientes oncológicos,
pois a maioria dos estudos incluiu em sua amostra pacientes
com outras condições clínicas, conforme apresentado no
Quadro 2.
Quadro 2 - Caracterização dos estudos selecionados para a revisão. Uruguaiana, RS, Brasil, 2022.
Título/Ano/País de origem
do estudo
Perfil dos autores
Objetivo
Delineamento/Nível de
evidência
Amostra
Caloric and Protein Infusion
versus Dietary Prescription in
Enteral Nutritional Therapy
for Cancer Patients/ 2021/
Brasil (21)
Nutricionistas e
académicas de
nutrição
Comparar a infusão calórica e proteica com a
prescrição dietética em pacientes oncológicos
sob TNE
Retrospetivo
analítico
observacional
N6
120 prontuários
de pacientes
oncológicos
High Frequency of Non-
Compliance with Quality
Indicators of Enteral and
Parenteral Nutritional
Therapy in Hospitalized
Patients/ 2020 / Brasil (22)
Nutricionistas
Avaliar a frequência de adequação do IQTN
em pacientes clínicos e cirúrgicos durante a
NE ou NP
Prospetivo
descritivo
N6
727 prontuários
de pacientes
7 oncológicos
Indicadores de qualidade da
terapia
nutricional enteral são
ferramentas úteis para
o monitoramento em pacientes
com câncer
avançado em cuidados
paliativos?/ 2020 / Brasil (23)
Nutricionistas
Aplicar os indicadores de qualidade da TNE
em pacientes com cancro avançado em
cuidados
Paliativos
Prospetivo
descritivo
observacional
quantitativo
N6
51 pacientes
oncológicos
Accidental enteral feeding tube
dislodgement with the use
of a dedicated feeding tube
attachment device versus
adhesive tape
as the securing method: a
randomized clinical trial/2019
/ Brasil (24)
Docentes
Enfermeiras e
Médicas
Avaliar o impacto do uso do dispositivo de
fixação do tubo de alimentação (FTAD)
comparado ao método tradicional de fixação
com fita adesiva na ocorrência de
deslocamento acidental da sonda de
alimentação enteral
Prospetivo
ensaio clínico randomizado,
de centro único, não cego
N3
104 pacientes
29 oncológicos
Dieta enteral prescrita versus
dieta infundida/2017 / Brasil
(25)
Nutricionistas
Avaliar o volume prescrito de dieta enteral
versus o volume infundido, identificando as
causas de interrupção da dieta e gastos gerados
por essas interrupções
Retrospetivo
observacional
N6
27 prontuários
de pacientes
1 oncológico
Quality control of enteral
nutrition therapy in cancer
patients at nutritional risk/
2017 / Brasil (26)
Nutricionistas e
Médicos
Analisar a adequação e qualidade da TNE
utilizada em pacientes com diagnóstico de
cancro e em tratamento em hospitais públicos
especializados aplicando IQTN
Prospetivo
observacional
descritivo
N6
211 prontuários
de pacientes
oncológicos
128 | Sitja, L.
Artigo de Revisão
Causa de interrupção de
nutrição enteral em unidades
de terapia intensiva/ 2017 /
Brasil (27)
Nutricionistas e
Enfermeiras
Identificar as causas de interrupção da
administração da NE em pacientes internados
em UCIs hospital universitário
Prospetivo, observacional
quantitativo
N6
53 prontuários
de pacientes
6 oncológicos
Monitoramento da Terapia
Nutricional Enteral em
Unidade de Terapia Intensiva:
Adequação calórico proteica e
sobrevida/ 2017 / Brasil (28)
Nutricionistas
Avaliar o estado nutricional em pacientes
admitidos na UCI, monitorar a TNE,
identificar as causas de interrupção da dieta
enteral
Prospetivo
observacional
N6
32 pacientes
1 oncológico
Eventos adversos relacionados
ao uso
de terapia nutricional enteral/
2014 / Brasil (29)
Académicas de
Enfermagem,
Docente
Enfermeira
Verificar a ocorrência de eventos adversos
relacionados ao uso de NE em pacientes de
um hospital público
Retrospetivo
exploratório longitudinal
descritivo
N6
46 prontuários
12 oncológicos
TNE: Terapia Nutricional Enteral; NE: Nutrição Enteral; NP: Nutrição Parenteral; UCI: Unidade de Cuidados Intensivos; IQTN: Indicador de Qualidade em
Terapia Nutricional.
Fonte: elaboração própria.
Quando sumarizados os estudos que atingiram ou não a
meta do IQTN “volume prescrito versus volume infundido
de TN”, identificou-se que a maioria dos estudos (n=6;
67%) não atingiu sua meta. Dentre os motivos para o o
cumprimento da meta, são descritas complicações
gastrointestinais, mecânicas e respiratórias pelo uso da TN,
conforme disposto no Quadro 3.
Quadro 3 - Caracterização do IQTN “Frequência de dias de administração adequada do volume prescrito versus volume
infundido em pacientes em terapia nutricional”, de acordo com a meta (ILSI, 2018). Uruguaiana, RS, Brasil, 2022.
Atingiram
a meta do
indicador
Estudo
Tipo de
cancro
Unidade
hospitalar
Estrutura
para
TNE
Características
da TNE
Tempo de
permanência
da TNE
Meta do
indicador
aplicado
pela
instituição
Resultados
do
indicador
Motivos da
interrupção da
TNE*
(23)
Cabeça e
pescoço,
TGI,
Mama,
Pulmão
Unidade de
cuidados
paliativos
Possui
EMTN
Sonda
transpilórica
488 dias
≥ 80%
Adequação
do volume
prescrito e
infundido:
92,6%
Complicações
gastrointestinais,
Mecânicas,
Respiratórias,
Outros**
(27)
Não
descrito
UCI geral e
cardiológic
a
Possui
EMTN
Sonda
transpilórica
16,6 ± 12,2
dias
≥ 70%
Adequação
do volume
prescrito e
infundido:
82,7%
Complicações
gastrointestinais
Mecânicas,
Metabólicas,
Outros**
(28)
Não
descrito
UCI
adulto
Possui
EMTN
Sonda
transpilórica e
nasogástrica
Média 20,5
dias
≥ 70%
Adequação
do volume
prescrito e
infundido:
72,6%
Complicações
gastrointestinais,
Mecânicas,
Outros**
Não
atingiram
a meta do
indicador
(21)
Cabeça e
pescoço,
Trato
gastroint
estinal,
Ginecol
ógico e
mama,
Aparelh
o
reprodut
or
masculin
o
UCI
adulto
Não
possui
EMTN
Sonda
transpilórica
4 dias
≥ 80%
Média
(diferença de
volumes)
Dia 1: -477,0
Dia 2: -298,0
Dia 3: -261,4
(pico
máximo)
Dia 4: -445,9
Adequação
do volume
prescrito e
infundido:
62,5%
Complicações
gastrointestinais,
Mecânicas
(24)
Não
descrito
Enfermaria
clínica
Não
possui
EMTN
Sonda
transpilórica
16 dias
≥ 70%
Adequação
do volume
prescrito e
infundido:
58,5%
Complicações
mecânicas
(25)
Cancro
de
laringe
UCI
adulto
Não
possui
EMTN
Dieta
industrializada
por bomba de
infusão
5 dias
≥ 70%
Dia 1: 741,5 -
498,6;
Dia 2: 741,5 -
587,3;
Dia 3: 923,1 -
472,5;
Dia 4: 846,2 -
401,2;
Dia 5: 769,2 -
351,5.
Média do
volume
prescrito:
804,3/462,2
Complicações
gastrointestinais,
Mecânicas
(26)
Cabeça e
pescoço,
Gastroin
testinal,
Torácico
,
Ginecol
ógico,
Urológic
o,
Linfoma
/leucemi
a/mielo
ma
Enfermaria
clínica
(tratamento
para
complicaçõ
es do
cancro
e/ou
quimiotera
pia e
radioterapia
)
Possui
EMTN
Sonda
transpilórica
Dieta em sistema
fechado, por
bomba de
infusão
9,7 ± 7 dias
≥ 80%
Adequação
do volume
prescrito e
infundido:
74,3%
Complicações
gastrointestinais
(29)
Não
descrito
UCI adulto
e clínica
médica
Possui
EMTN
Sonda
naso/orogástrica
Dieta por bomba
de infusão
3-30 dias
≥ 70%
Média da
diferença do
volume de
dieta recebida
(estimado -
recebido):
176,4 ml
Complicações
gastrointestinais,
Mecânicas
(22)
Não
descrito
Enfermaria
clínica e
cirúrgica
Possui
EMTN
Sonda
transpilórica
7,41 ± 14,22
dias
≥ 90%
Adequação
do volume
prescrito e
infundido:
66,7%
Complicações
gastrointestinais,
Mecânicas
TNE: Terapia Nutricional Enteral; NE: Nutrição Enteral; UCI: Unidade de Cuidados Intensivos; EMTN: Equipe Multiprofissional em Terapia Nutricional.
*Motivos da interrupção da NE descritas nos estudos foram classificados em: (a) complicações gastrointestinais: vómito, distensão abdominal, diarreia, refluxo,
émese, resíduo gástrico jejum para exames ou procedimentos, sangramento volumoso, melena, intolerância gastrointestinal; (b) complicações mecânicas:
obstrução de sonda, saída inadvertida da sonda, extravasamento da dieta, atraso da entrega da NE, extubação, procedimentos/exames/cirurgias e erros na
administração da dieta; (c) complicações respiratórias: broncoaspiração; (d) complicações metabólicas: instabilidade hemodinâmica.
**Outros: recusa do paciente, piora clínica, falta de protocolo de TNE, cuidados ao fim de vida e óbito.
130 | Sitja, L.
Artigo de Revisão
Discussão
De acordo com o objetivo da presente revisão, o IQTN
“volume prescrito versus volume infundido de TN na
oncologia foi pouco investigado na literatura, e o paciente
oncológico adulto hospitalizado apresenta dificuldades
clínicas para atingir sua meta. Para a enfermagem, a
sumarização das informações do IQTN investigado torna-
se importante no sentido de direcionar, estrategicamente, o
cuidado para a necessidade de nutrição do paciente
oncológico, com vistas a otimizar o tratamento e garantir
melhor qualidade de vida.30
A revisão identificou que o perfil de autores foi composto
maioritariamente por nutricionistas,21-23,25-28 apesar do
indicador em análise ser de responsabilidade de monitoração
da enfermagem.13 No Brasil, legislação específica31
normatiza a atuação da equipe de enfermagem na sondagem
oro/nasogástrica e transpilórica, e evidencia o papel crucial
da enfermeira no processo de instalação do dispositivo,
escolha da via de administração em conjunto com o médico,
além do registo, avaliação do paciente e monitoração das
intercorrências. Entretanto, quando se trata da área da NE,
uma crescente linha de investigações conduzidas por
enfermeiras direcionadas aos cuidados em relação às
técnicas assertivas de posicionamento da sonda,32
administração segura da NE33 a monitoração das
intercorrências34 e de protocolos de enfermagem para
TNE.35
A literatura científica já descreve que pacientes oncológicos
hospitalizados possuem algum grau de desnutrição,5,36 e que
a TNE é um dos principais recursos terapêuticos para o
tratamento e prognóstico desses.37,38 Além disso, o cancro é
uma das principais doenças de base de pacientes adultos
hospitalizados no Brasil.39
No corpus analítico em que a meta do IQTN não foi
atingida,21-26,29 os cancros mais prevalentes foram cabeça e
pescoço,21,26 trato gastrointestinal,21,26 ginecológico21,26 e
urológico.21,29 Naqueles que atingiram a meta,23,27,28 os
cancros mais identificados foram cabeça e pescoço,23 trato
gastrointestinal,23,27 mama23,28 e pulmão.23,24 Esses achados
corroboram outros estudos brasileiros,40,41 que também
identificaram a prevalência desses tipos de cancro nos
pacientes hospitalizados. Tal situação reflete as estatísticas e
as estimativas do cenário oncológico do Brasil, no qual
identifica os cancros de mama e gastrointestinal como os
mais prevalentes na população brasileira.42
Ainda, identificou-se que a maioria dos estudos não
conseguiu atingir a meta do IQTN investigado.21-26,29 Tal
realidade permite a reflexão: Seriam as especificidades do
tumor e do tratamento, como também as repercussões
nutricionais desencadeadas no paciente oncológico,37,38 que
poderiam condicionar o prognóstico do tratamento e suas
repercussões? Com a realização desta revisão, verificou-se
que a oferta nutricional ao paciente com cancro
hospitalizado por via enteral não tem garantido a infusão
adequada/total do volume prescrito de NE, e assim, pode-
se supor que tal via não seja a mais adequada a esses
pacientes, e que a via parenteral possa se mostrar mais
efetiva, visto a debilidade clínica do paciente com cancro ao
longo do seu tratamento. Logo, é fundamental que a
enfermagem, juntamente com a EMTN, seja capaz de
reconhecer tais especificidades, e direcionar um plano de
cuidado singular, a fim de, minimamente, proporcionar
adequado suporte nutricional.43 Tal resultado é relevante no
contexto das práticas da enfermagem, uma vez que, ao
assistir o paciente oncológico, dentro das suas necessidades
humanas básicas, a alimentação deve ser priorizada para
contribuir no tratamento.38,44
O IQTN “volume prescrito versus volume infundido de TN”
reflete a evolução e a qualidade da assistência nutricional, e
para que o paciente oncológico consiga receber o volume de
NE prescrito, vários fatores são fundamentais, como a
adequada prescrição dietética, a apropriada via de
administração de NE, a qualidade do dispositivo de NE, a
monitoração e o controlo de intercorrências.13 Diante disso,
investigações 32,33,35 revelam o engajamento e o
protagonismo da enfermagem na área da NE, com
resultados promissores quanto às Boas Práticas na
Administração da NE (BPANE).45 Em estudo desenvolvido
em Israel46 enfermeiras conduziram um protocolo para
abordar e corrigir as deficiências da NE em uma UCI, sendo
que a alimentação foi iniciada significativamente mais cedo
(p = 0,007) no grupo de intervenção (52,3 horas; DP, 42,6)
do que no grupo controlo (70,3 horas; DP, 65,2). A
utilização do protocolo resultou em aumento significativo
da ingestão nutricional em 90% no grupo de intervenção.
Nos estudos que não atingiram a meta do IQTN21-26,29
identificou-se que as unidades hospitalares investigadas
eram clínicas e/ou cirúrgicas,22,24,26 UCI adulto/geral21,25,29 e
clínica médica,29 e somente três dessas instituições22,26,29
possuíam EMTN. Nos hospitais que atingiram a meta do
indicador, eram UCI geral/adulto,27,28 UCI cardiológica27 e
unidade de cuidados paliativos.23 Nesses cenários, o paciente
oncológico se encontra em um quadro de stress metabólico
que desencadeia inúmeros défices nutricionais, os quais
resultam no aumento das necessidades nutricionais.1,2
Assim, analisa-se que, mesmo em unidades hospitalares
fechadas/controladas, como a UCI, e o fato de a instituição
hospitalar possuir EMTN, não se garante a efetividade da
TNE para o paciente oncológico adulto, o que gera,
minimamente, um movimento de (re)pensar as práticas da
enfermagem em TNE nessas unidades assistenciais.
Portanto, especialmente em populações específicas, a meta
do IQTN “volume prescrito versus volume infundido de
TN” pode-se apresentar acima do que o paciente com
cancro é capaz de receber, e que as condições clínicas desses
pacientes devem ser avaliadas para a mensuração da meta do
indicador.
Quanto ao tempo de permanência da NE e o IQTN,
constatou-se que nos estudos em que a meta não foi
atingida, os pacientes oncológicos usaram a NE, em média,
por mais de cinco dias,22,24,26,29 corroborando um estudo47
em um hospital oncológico, no qual se identificou que
nenhum dos pacientes (n=96) conseguiu atingir o volume
prescrito de NE, nos sete dias de NE exclusiva. As metas
do indicador para esses estudos alternam entre 70%,24-26
80%21,26 e 90%,22 indicando que ora as instituições
brasileiras seguem as diretrizes do ILSI Brasil,13 ora
estipulam sua própria meta de acordo com as características
da unidade hospitalar. Para as instituições que adotam metas
distintas (diga-se, mais elevadas) da preconizada em
diretriz,13 é necessário estrutura assistencial planeada, boas
práticas de saúde e implementação de protocolos.13 Desse
modo, um dos elementos fundamentais para bons
resultados é possuir EMTN, nas quais realizam desde a
avaliação nutricional adequada,36 a escolha do dispositivo
correto,48 o início precoce da NE,39 a monitorização de
complicações da NE,34 a aplicação de IQTN 49 e as ações de
educação permanente.35,43,50
entre aqueles estudos que foram capazes de atingir a meta,
o tempo de permanência da NE nos pacientes oncológicos
foi maior que cinco dias,23,27,28 evidenciando a existência de
uma relação proporcional entre o tempo e a capacidade de
se alcançar a adequação do volume prescrito.47 Tal situação
pode ser explicada porque nos primeiros dias de
hospitalização os pacientes oncológicos tendem a apresentar
um quadro clínico instável, maior exposição aos
procedimentos e intervenções de saúde, e um plano de
cuidado ainda em definição e adaptação. 48 Portanto, atingir
a frequência de dias de NE requer mais tempo de sua
administração. as metas adotadas por essas instituições
variaram entre ≥70%27,28 e 80%,26 seguindo as diretrizes
do ILSI-Brasil e suas reformulações.13
A repercussão clínica nos pacientes oncológicos que
recebem menor volume de NE é suscitada em distintos
estudos,3-6 os quais demonstram que não atingir a meta da
NE está correlacionado com piores desfechos clínicos,
como infeção 4 e complicações3,5,6 durante a internação
hospitalar. Neste sentido, a reflexão que necessita ser feita
reside em tentar minimizar a discrepância entre o
planeamento nutricional e a efetivação deste plano. Para a
enfermagem, cabe garantir que o volume prescrito seja
adequadamente infundido, e para isso é necessário capacitar
a equipe de enfermagem quanto às habilidades e
competências que subsidiam o cuidado qualificado com a
NE e a segurança do paciente.51
Um dos motivos pelos quais o volume prescrito de NE não
é infundido em sua totalidade no paciente oncológico adulto
está associado a complicações de caráter gastrointestinais,
metabólicas, mecânicas e respiratórias. Tanto nos estudos
que atingiram quanto nos que não atingiram a meta do
indicador, os motivos de maior complicação da NE foram
gastrointestinais.21-23,25-29 Logo, observa-se que o principal
elemento que faz o paciente com cancro não conseguir
atingir o volume prescrito de TNE está atrelado a sua
fragilidade clínica, que desencadeia as complicações
gastrointestinais, afetando diretamente o volume de NE que
o paciente deve receber. Ou seja, as dificuldades clínicas do
paciente com cancro afetam diretamente o volume de NE
infundido, e não somente os processos do IQTN em si.
mais de uma década as enfermeiras desenvolvem
investigações em diferentes perfis de pacientes39-40,50-51 para
monitorar as complicações pelo uso da NE. Em uma coorte
prospetiva52 157 pacientes de UCI foram acompanhados
diariamente durante os primeiros dez dias de internação, e
entre os que receberam e não receberam NE, complicações
como diarreia e necessidade de descompressão gástrica
foram mais frequentes no grupo NE (39,7 % vs. 11,7 %, p
< 0,001 e 34 % vs. 13,3 %, p = 0,004, respetivamente).
Portanto, torna-se necessária a constante reavaliação das
práticas de cuidados com a NE, desde a avaliação da
formulação da dieta, as características da administração da
NE, o posicionamento correto da sonda e o modo de
infusão contínua.53
Dentre as limitações da presente revisão, encontram-se a
busca somente no idioma português realizada no Google
Académico e o critério de elegibilidade de estudos originais
completos disponíveis online na íntegra, que podem ter
limitado o número de estudos revisados e/ou incluídos.
Conclusão
Este estudo permitiu analisar as evidências do IQTN
“volume prescrito versus volume infundido de TN” no
paciente oncológico adulto hospitalizado, revelando que, na
maioria dos estudos, a meta do indicador não foi atingida, e
que o paciente apresenta dificuldades clínicas para atingi-la.
A qualidade da assistência nutricional a esse estrato
populacional permeia a articulação entre os cuidados de
enfermagem e o indicador analisado.
Em suma, os resultados desta revisão apontam para os
aspetos do IQTN “volume prescrito versus volume
infundido de TN” no paciente oncológico adulto
hospitalizado que fragilizam sua adequação, e as reflexões
sobre os cuidados de enfermagem que podem ser realizados
em âmbito hospitalar, para melhorar as BPANE, auxiliando
as enfermeiras no desenvolvimento das competências
necessárias para a tomada de decisão clínica. Ainda, as
evidências suscitadas neste estudo, sobre a interface das
práticas da enfermagem com o IQTN investigado, podem
contribuir para o planeamento do suporte nutricional
individual ao longo do curso da doença, fomentando a
importância da enfermagem nos vários aspetos do cuidado
ao paciente oncológico em uso de TNE. Também se sugere
que novas investigações sejam desenvolvidas para avaliar,
através do IQTN “volume prescrito versus volume infundido
de TN” quais dificuldades institucionais contribuem para
que o paciente oncológico não receba o volume adequado
de NE.
Além disso, o IQTN “volume prescrito versus volume
infundido de TN” foi apresentado na literatura por
diferentes resultados (ora percentual, ora média), o que
dificulta a comparação entre eles. Outra questão refere-se
aos estudos que incluíam em sua amostra pacientes com
outras condições clínicas, o exclusivamente oncológicos,
nos quais, por momentos, não foi possível
fragmentar/selecionar os valores do indicador por
condição, o que pode ter indicado maior impacto negativo
dos resultados do IQTN investigado.
Contribuições autorais
132 | Sitja, L.
Artigo de Revisão
L. S. E - Conceção e desenho do estudo; recolha de dados;
análise e interpretação dos dados; análise estatística; redação
do manuscrito; revisão crítica do manuscrito.
B. S. S - Conceção e desenho do estudo; elaboração do
manuscrito; revisão crítica do manuscrito.
M. C. S. A - Revisão crítica do manuscrito.
J. B - Revisão crítica do manuscrito.
B. S - Conceção e desenho do estudo; recolha de dados;
análise e interpretação dos dados; análise estatística;
obtenção de financiamento; rafting do manuscrito; revisão
crítica do manuscrito.
Conflitos de interesse
Nenhum conflito de interesse foi declarado pelas autoras.
Referências
1. Virizuela JA, Camblor-Álvarez M, Luengo-Pérez LM,
Grande E, Álvarez-Hernández J, Sendrós-Madroño MJ, et
al. Nutritional support and parenteral nutrition in cancer
patients: an expert consensus report. Clin Transl Oncol
[Internet]. 2017 [citado 12 de Março de 2021];20(5):619-29.
Available from: 10.1007/s12094-017-1757-4
2. Ma Y, Temkin SM, Hawkridge AM, Guo C, Wang W,
Wang XY, et al. Fatty acid oxidation: An emerging facet of
metabolic transformation in cancer. Cancer Lett [Internet].
2018 [citado 12 de Março de 2021]; 435: 92100. Available
from:10.1016/j.canlet.2018.08.006
3. Lima JS, Pontes DL, Miranda TV. Avaliação do estado
nutricional de pacientes com câncer em um hospital da
cidade de Belém/Pará. BRASPEN J [Internet]. 2018
[citado 12 de Março de 2021];33(2):166-70. Available from:
http://arquivos.braspen.org/journal/abr-mai-jun-
2018/09-AO-Avaliacao-do-estado-nutricional.pdf
4. Sánchez JA, Trochez MEA, Ramos L, Amaya A, Mejfa
M, Murillo M, et al. Estado nutricional de pacientes
diagnosticados con cáncer, Hospital General San Felipe,
Honduras. Rev. Fac. Cienc. Méd [Internet]. 2018 [citado 12
de Março de 2021];15(1):10-19. Available from:
http://www.bvs.hn/RFCM/pdf/2018/pdf/RFCMVol15-
1-2018-3.pdf
5. Prockmann S, Freitas AHR, Ferreira MG, Vieira FGK,
de Salles RK. Evaluation of diet acceptance by patients with
haematological cancer during chemotherapeutic treatment.
Nutri Hosp. [Internet] 2015 [citado 12 de Março de
2021];32(2):779-84. Available from:
10.3305/nh.2015.32.2.8958
6. Braspen Journal. Diretriz Braspen de Terapia Nutricional
no Paciente com Câncer e Braspen recomenda: Indicadores
de Qualidade em Terapia Nutricional. BRASPEN J
[Internet]. 2019 [citado 30 de Abril de 2022];34(1).
Available from:
https://www.braspen.org/_files/ugd/a8daef_19da407c19
2146e085edf67dc0f85106.pdf
7. Muscaritoli M, Arends J, Bachmann P, Baracos V,
Barthelemy N, Bertz H, et al. ESPEN practical guideline:
Clinical Nutrition in cancer, Clin Nutr [Internet]. 2021
[citado 30 de Abril de 2022];40: 40: 2898-2913. Available
from: https://www.espen.org/files/ESPEN-
Guidelines/ESPEN-practical-guideline-clinical-nutrition-
in-cancer.pdf
8. August DA, Huhmann MB. ASPEN: Nutrition Support
Therapy During Adult Anticancer Treatment and in
Hematopoietic Cell Transplantation. JPEN [Internet]. 2009
[citado 30 de Abril de 2022]; 33(5): 472 500. Available
from:
https://aspenjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10
.1177/0148607109341804
9. Braspen Journal. Diretriz BRASPEN de Enfermagem
em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral.
BRASPEN J [Internet]. 2021 [citado 05 de Maio de
2022];36(3):2-62. Available from:
https://www.braspen.org/_files/ugd/66b28c_8ff5068bd
2574851b9d61a73c3d6babf.pdf
10. Brasil. Ministério da Saúde. Resolução RDC n° 503, de
27 maio de 2021. Dispõe sobre os requisitos mínimos
exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Brasília:
Ministério da Saúde [Internet]. 2021 [citado 03 de Agosto
de 2022]. Available from:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2020
/rdc0503_27_05_2021.pdf
11. Waitzberg DL. Indicadores de qualidade em terapia
nutricional. 1 ed. São Paulo: ILSI Brasil; 2008.
12. Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MI. Hospital
Malnutrition: The Brazilian National Survey
(IBRANUTRI): A Study of 4000 Patients. Nutrition
[Internet]. 2001 [citado 03 de Agosto de 2022];17(7-8):573-
80. Available from: https://doi.org/10.1016/S0899-
9007(01)00573-1
13. ILSI Brasil. Indicadores de qualidade em terapia
nutricional: 10 anos de IQTN no Brasil: resultados,
desafios e propostas. ed. São Paulo: ILSI Brasil
[Internet]. 2018 [citado 03 de Agosto de 2022]. Available
from: https://ilsibrasil.org/wp-
content/uploads/sites/9/2018/06/Fasci%CC%81culo-
10-anos-de-IQTN-no-Brasil2-Final.pdf
14. Culebras JM, del Llano J, Garcia-Luna PP,e t al.
Coordinador: Garcia de Lorenzo A. Indicadores de calidad
para las unidades de nutricion clinica. Sociedad Espanola
de Nutricion Enteral y Parenteral, 2008.
15. Toledo DO, Piovacari SMF, Horie LM, de Matos LBN,
Castro MG, Ceniccola GD, et al. Campanha “Diga não à
desnutrição”: 11 passos importantes para combater a
desnutrição hospitalar. BRASPEN J [Internet]. 2018
[citado 03 de Agosto de 2022];33(1):86-100. Available
from: http://arquivos.braspen.org/journal/jan-fev-mar-
2018/15-Campanha-diga-nao-aadesnutricao.pdf
16. de Souza IA, Bortoletto MM, Dias AMN, De Almeida
NM, Ribeiro LC, Mendonça EG. Nutrição enteral em
pacientes oncológicos: diferenças entre o que é prescrito e
administrado. Nutr. clín. diet. Hosp. [Internet]. 2018
[citado 03 de Agosto de 2022];38(2):31-8. Available from:
10.12873/382Iury
17. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão
Integrativa: todo de pesquisa para a incorporação de
evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto
Enferm [Internet]. 2008 [citado 03 de Agosto de
2022];17(4):758-64. Available from:
https://www.scielo.br/j/tce/a/XzFkq6tjWs4wHNqNjKJ
LkXQ/?format=pdf&lang=pt
18. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun
H, Levac D, et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews
(PRISMAScR): Checklist and Explanation. Ann Intern
Med [Internet]. 2018 [citado 03 de Agosto de
2022];169:467-73. Available from:
http://dx.doi.org/10.7326/M18-0850
19. de Paula CC, Padoin SMM, Galvão CM. Revisão
integrativa como ferramenta para tomada de decisão na
prática em saúde. In: Lacerda MR, Costenaro RGS.
Metodologia da pesquisa para a enfermagem e saúde: da
teoria à prática. Porto Alegre: Moriá, 2015. p. 51-76.
20. Melnyk BM, Fineout-Overholt E. Evidence-based
practice in nursing & healthcare. A guide to best practice.
Wolters Kluwe, Lippincott Williams & Wilkins,
Philadelphia, 2011.
21. Da Silva MJ, Da Silva TJS, Sobrinho JAPC, Garcia ER,
Medeiros MTS, Câmara TAV, et al. Caloric and Protein
Infusion versus Dietary Prescription in Enteral Nutritional
Therapy for Cancer Patients. Revista Brasileira de
Cancerologia [Internet]. 2021 [citado 17 de Agosto de
2022];67(3). Available from:
https://doi.org/10.32635/2176-
9745.RBC.2021v67n3.1275
22. Nogueira DA, Ferreira LP, De Lucia RPA, Pena GG.
High Frequency of Non-Compliance with Quality
Indicators of Enteral and Parenteral Nutritional Therapy in
Hospitalized Patients. Nutrients [Internet]. 2020 [citado 17
de Agosto de 2022]; 22:2408. Available from:
10.3390/nu12082408
23. Souza KF, Costa MF, Santos RS. Indicadores de
qualidade da terapia nutricional enteral são ferramentas
úteis para o monitoramento em pacientes com câncer
avançado em cuidados paliativos? BRASPEN J [Internet].
2020 [citado 17 de Agosto de 2022];35(4):402-7. Available
from: 10.37111/braspenj.2020354012
24. Assis MCS, Macedo ABTM, Gazal CHA, Martins
CMBS, Viana LV. Accidental enteral feeding tube
dislodgement with the use of a dedicated feeding tube
attachment device versus adhesive tape as the securing
method: a randomized clinical trial. Nutr Hosp [Internet].
2019 [citado 17 de Agosto de 2022];36(3):504-509.
Available from: http://dx.doi.org/10.20960/nh.02440
25. Simões SAR, Kutz NA, Barbosa MC, Porto MMHAOS.
Dieta enteral prescrita versus dieta infundida. J. res.:
fundam. care. Online [Internet]. 2017 [citado 17 de Agosto
de 2022];9(3):688-95. Available from: 10.9789/2175-
5361.2017.v9i3.688-695
26. Lee A, Oliveira Filho RS, Cardenas TC, Ozório GA,
Gropp JPL, Waitzberg DL. Quality control of enteral
nutrition therapy in cancer patients at nutritional risk. Nutr
Hosp [Internet]. 2017 [citado 17 de Agosto de
2022];34:264-270. Available from:
http://dx.doi.org/10.20960/nh.721
27. Rocha AJSC, Oliveira ATV, Cabral NAL, Gomes RS,
Guimarães TA, Rodrigues WB, et al. Causa de interrupção
de nutrição enteral em unidades de terapia intensiva. Rev
Pesq Saúde [Internet]. 2017 [citado 06 de Setembro de
2022];18(1):49-53. Disponível em:
http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistah
uufma/article/view/7880/4875
28. Gonçalves CV, Borges LR, Orlandi SP, Bertacco RTA.
Monitoramento da Terapia Nutricional Enteral em
Unidade de Terapia Intensiva: Adequação calórico-proteica
e sobrevida. BRASPEN J[Internet]. 2017 [citado 06 de
Setembro de 2022];32(4):341-6. Available from:
http://arquivos.braspen.org/journal/out-dez-2017/08-
Monitoramento-da-terapia.pdf
29. Cervo AS, Magnago TSBS, Carollo JB, Chagas BP,
Oliveira AS, Urbanetto JS. Eventos adversos relacionados
ao uso de terapia nutricional enteral. Rev Gaúcha Enferm
[Internet]. 2014 [citado 06 de Setembro de 2022];35(2):53-
9.Available from: https://doi.org/10.1590/1983-
1447.2014.02.42396
30. da Silva MR, Silva DO, dos Santos TI, Oliveira PP,
Rodrigues AB, Barbosa DA. Mapeamento dos
diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem de
uma unidade oncológica. Rev Enferm UERJ [Internet].
2017 [citado 06 de Setembro de 2022];25:e15133. Available
from: http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2017.15133
31. COFEN. Resolução 453/2014. Aprova a Norma
Técnica que dispõe sobre a Atuação da Equipe de
Enfermagem em Terapia Nutricional. Brasília [Internet].
2014 [citado 06 de Setembro de 2022]. Available from:
http://www.cofen.gov.br/wp-
content/uploads/2014/01/ANEXO-
RETIFICACAO.pdf
32. Silveira, GC, Romeiro F. As dificuldades e riscos
durante a introdução e posicionamento da Sonda
Nasoentérica. Revista Nursing [Internet]. 2020 [citado 06
de Setembro de 2022];23(266):4360-66. Available from:
https://doi.org/10.36489/nursing.2020v23i266p4360437
3
33. Macedo ABT, Assis MCS, Milioni KC, Canto DF,
Souza CMB, Chaves EHB. Elaboração e validação de um
protocolo para administração segura de nutrição enteral em
pacientes hospitalizados. Rev Gaúcha Enferm [Internet].
2021 [citado 06 de Setembro de 2022];
134 | Sitja, L.
Artigo de Revisão
42:e20200181.Available from:
https://doi.org/10.1590/19831447.2021.20200181
34. Bortolotto B, Beccaria LM, Oliveira KA, Faria JIL, et
al. Perda acidental de sonda nasogastroenteral para aporte
nutricional em uma instituição hospitalar. Cuid Enferm
[Internet]. 2020 [citado 06 de Setembro de 2022];14(1):18-
23. Disponível em:
http://www.webfipa.net/facfipa/ner/sumarios/cuidarte/
2020v1/p.18-23.pdf
35. Alhassan RK, Tsikata R, Tizaawaw RN, Tannor PS, et
al. Adherence to standard nursing protocols on nasogastric
tube feeding in a secondary referral hospital in Ghana:
comparing self-ratings by professional and auxiliary nurses.
BMC Health Services Research [Internet]. 2019 [citado 18
de Setembro de 2022];19(119). Available:
https://doi.org/10.1186/s12913-019-3931-6
36. Kázmierczak-Siedlecka K, Skonieczna-Zydecka, K,
Folwarsku M, Ruszkowski J, et al. Influence of malnutrition
stage according to GLIM 2019 criteria and SGA on the
quality of life of patients with advanced cancer. Nutr Hosp
[Internet]. 2020 [citado 18 de Setembro de
2022];37(6):1179-85. Available from: 10.20960/nh.03185
37. Ferreira LEA, de Castro AL, Donoso MTV, Barbosa
JAG. Perfil de pacientes hospitalizados em terapia
nutricional. Rev enferm UFPE on line [Internet]. 2021
[citado 18 de Setembro de 2022];15. Available from:
10.5205/1981-8963.2021.24513
38. Abbade EB. Adoção de terapias nutricionais enteral e
parenteral associada à redução da taxa de óbitos de
pacientes neoplásicos. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet].
2020 [citado 18 de Setembro de 2022];53(2). Available
from: https://doi.org/10.11606/issn.2176-
7262.v53i2p115-125
39. Bezerra GKA, Cabral PC. Nutrição enteral precoce em
pacientes críticos e sua associação com variáveis
demográficas, antropométricas e clínicas. BRASPEN J
[Internet]. 2018 [citado 18 de Setembro de 2022];33(4):446-
40. Available from:
http://arquivos.braspen.org/journal/out-dez-
2018/artigos/14-AO-Nutricao-enteral-precoce.pdf
40. Alves TP, Barbosa JM, Veras LN, Cabral NSG.
Avaliação da qualidade da terapia nutricional enteral
ofertada ao paciente oncológico hospitalizado. BRASPEN
J [Internet]. 2019 [citado 18 de Setembro de
2022];34(3):239-44. Available from:
http://arquivos.braspen.org/journal/jul-ago-set-
2019/artigos/03-AvaliacaoDaQualidade.pdf
41. Villardo GP, Segadilha NLAL, Rocha EEM.
Adequação Proteica versus Estado Nutricional de
Pacientes Oncológicos Adultos em Unidade de Terapia
Intensiva. Revista Brasileira de Cancerologia [Internet].
2018 [citado 18 de Setembro de 2022]; 64(4):527-32.
Available from: https://doi.org/10.32635/2176-
9745.RBC.2018v64n4.201
42. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da
Silva (INCA). Estimativa 2020: incidência de câncer no
Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde [Internet]. 2019
[citado 18 de Setembro de 2022]. Available from:
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/me
dia/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-
brasil.pdf
43. Kim SH, Park CM, Seo JM, Choi M, Lee DS, Chang
DK, et al. The impact of implementation of an enteral
feeding protocol on the improvement of enteral nutrition
in critically ill adults. Asia Pac J Clin Nutr [Internet]. 2017
[citado 18 de Setembro de 2022];26(1):27-35. Available
from: 10.6133/apjcn.122015.01
44. Nguyen LT, Dang AK, Duong PT, Phan HBT, et al.
Nutrition intervention is beneficial to the quality of life of
patients with gastrointestinal cancer undergoing
chemotherapy in Vietnam. Cancer Med [Internet]. 2021
[citado 10 de Janeiro de 2023];10(5):1668-80. Available
from: 10.1002/cam4.3766
45. Brasil. Resolução de Diretoria Colegiada - RDC 503,
de maio de 2021. Dispõe sobre os requisitos mínimos
exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Ministério da
Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília -
DF, Brasil [Internet]. 2021 [citado 10 de Janeiro de 2023].
Available from:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2020
/rdc0503_27_05_2021.pdf
46. Orinovsky I, Raizman E. Improvement of nutritional
intake in intensive care unit patients via a nurse-led enteral
nutrition feeding protocol. Critical Care Nurse [Internet].
2018 [citado 10 de Janeiro de 2023];38(3):38-45. Available
from: https://doi.org/10.4037/ccn2018433
47. Menezes NAB, Silva JT, Brito LC, Gois FN, Oliveira
CC. Adequação entre a terapia nutricional enteral prescrita
e a dieta administrada em pacientes críticos. Nutr clín diet
hosp. [Internet]. 2018 [citado 10 de Janeiro de
2023];38(4):57-64. Available: 10.12873/384nara
48. Anziliero F, Corrêa APA, Silva BA, Soler BED,
Batassini E, Beghetto MG. Nasoenteral tube: factors
associated with delay between indication and use in
emergency services. Rev Bras Enferm. [Internet]. 2017
[citado 10 de Janeiro de 2023];70(2):326-34. Available from:
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0222
49. de Souza IA, Bortoletto MM, Dias AMN, De Almeida
NM, Ribeiro LC, Mendonça EG. Nutrição enteral em
pacientes oncológicos: diferenças entre o que é prescrito e
administrado. Nutr. clín. diet. hosp. [Internet]. 2018 [citado
10 de Janeiro de 2023];38(2):31-8. Available from:
10.12873/382Iury
50. Corrêa APA, Nora CRD, Silva SMR, Viegas GL, Sousa
GP, Beghetto MG. Simulação clínica: educação para equipe
de Enfermagem no cuidado aos pacientes com sonda
nasoenteral. Rev Baiana Enferm [Internet]. 2021 [citado 10
de Janeiro de 2023];35:e41998. Available from:
10.18471/rbe.v35.41998
51. Therrier S, Carlos CM, Costa RF, Simino GPR, Barbosa
JAG. Avaliação da nutrição enteral em unidades de terapia
intensiva. Rev Baiana Enferm [Internet]. 2021 [citado 10 de
Janeiro de 2023]; 35:e38558. Available from:
10.18471/rbe.v35.38558
52. Batassini É, Assis MCS, Sousa GP, Beghetto MG.
Factors associated with enteral nutrition and the incidence
of gastrointestinal disorders in a cohort of critically ill
adults. Nutr Hosp [Internet]. 2021 [citado 10 de Janeiro de
2023];38(3):429-435. Available from:
http://dx.doi.org/10.20960/nh.03245
53. Tatsumi H. Tolerância enteral em pacientes críticos. J
Terapia Intensiva [Internet]. 2019 [citado 10 de Janeiro de
2023];7(30):2-10. Available from: 10.1186/s40560-019-
0378-0
136 | Sitja, L.
Artigo de Revisão