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Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / novembro 2023
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.280
Artigo Original Quantitativo
Como citar este artigo: Tereso A, Lopes F, Guterres R, Bértolo H, Carvalhal L, Curado A. Efetividade do
duche terapêutico no alívio da dor no primeiro estádio do trabalho de parto. Pensar Enf [Internet]. 2023 Nov;
27(1):146-154. Available from: https://doi.org/10.56732/pensarenf.v27i1.280
Efetividade do duche terapêutico no alívio da dor no
primeiro estádio do trabalho de parto
Effectiveness of therapeutic showering in pain relief
during the first stage of labor
Resumo
Introdução
A prevenção da dor e o seu controlo eficaz são enfatizados como prioridades para a
humanização das unidades obstétricas. O duche terapêutico constitui uma alternativa não
farmacológica fácil de implementar, cuja eficácia não tem sido reconhecida pelos
enfermeiros.
Objetivo
Avaliar a efetividade do duche terapêutico no alívio da dor durante a primeira fase do
trabalho de parto.
Métodos
Estudo quasi-experimental tendo como questão de investigação: se que o duche
terapêutico é efetivo no alívio da dor durante a primeira fase do trabalho de parto? Foi
utilizada uma amostra de conveniência (n=81) e os dados foram recolhidos em duas
maternidades. A dor foi avaliada utilizando uma Escala Numérica antes da aplicação da água
como padrão comparativo do nível de dor antes e depois da aplicação de água quente
(imediatamente depois, 10 e 20 minutos depois). A análise dos dados foi realizada utilizando
SPSS®, v.27.
Resultados
A ANOVA de medições repetidas mostrou resultados estatisticamente significativos. A
análise de contraste entre a primeira e a segunda medição revelou diferenças significativas
entre o nível médio de dor imediatamente após e 10 minutos após a aplicação da água.
Contudo, a análise post hoc revelou que após 20 minutos, as diferenças entre as médias não
eram estatisticamente significativas.
Conclusão
O duche terapêutico é eficaz na redução da dor imediatamente após e 10 minutos após a
aplicação da água.
Palavras-chave
Hidroterapia; Dor de Parto; Manejo da Dor; Avaliação da Dor.
Abstract
Introduction
Pain prevention and effective control is emphasized as a priority for the obstetric unit’s
humanization. The therapeutic shower it’s an easy-to-deploy non-pharmacological
alternative whose effectiveness has not been recognized by nurses.
Objective
The aim of this study was to evaluate the effectiveness of therapeutic showering for pain
relief during the first stage of labor.
Alexandra Tereso
1
orcid.org/0000-0002-4746-3649
Filipa Lopes
2
orcid.org/0000-0013-1676-9466
Rute Guterres
3
orcid.org/0000-0001-9999-9499
Helena Bértolo
4
orcid.org/0000-0002-6612-2700
Lucinda Carvalhal
5
orcid.org/0009-0009-8940-8304
Alice Curado
6
orcid.org/0000-0002-9942-7623
1
Doutoramento. Departamento de Saúde Materna,
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL),
Lisboa. Centro de Investigação, Inovação e
Desenvolvimento em Enfermagem de Lisboa
(CIDNUR), Lisboa, Portugal.
2
Mestrado. Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
(ESEL), Lisboa. Centro de Investigação, Inovação e
Desenvolvimento em Enfermagem de Lisboa
(CIDNUR), Lisboa, Portugal.
3
Licenciatura em Enfermagem. CHLO - Hospital de
São Francisco Xavier, Lisboa. Escola Superior de
Enfermagem de Lisboa (ESEL), Lisboa. Centro de
Investigação, Inovação e Desenvolvimento em
Enfermagem de Lisboa (CIDNUR), Lisboa, Portugal.
4
Mestrado. Departamento de Saúde Materna, Escola
Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL), Lisboa.
Centro de Investigação, Inovação e Desenvolvimento
em Enfermagem de Lisboa (CIDNUR), Lisboa,
Portugal.
5
Licenciatura em Enfermagem. CHLO - Hospital de
São Francisco Xavier, Lisboa. Escola Superior de
Enfermagem de Lisboa (ESEL), Lisboa. Centro de
Investigação, Inovação e Desenvolvimento em
Enfermagem de Lisboa (CIDNUR), Lisboa, Portugal.
6
Doutoramento. Escola Superior de Enfermagem de
Lisboa (ESEL), Lisboa. Centro de Investigação,
Inovação e Desenvolvimento em Enfermagem de
Lisboa (CIDNUR), Lisboa, Portugal.
Autor de correspondência
Alexandra Tereso
E-mail: alexandra.tereso@esel.pt
Recebido: 05.06.2023
Aceite: 14.10.2023
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / novembro 2023 | 147
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.280
Artigo Original Quantitativo
Methods
Quasi-experimental study with the following research
question: Is the therapeutic shower effective in relieving
pain during the first stage of labor? Convenience sampling
(n=81) was used. Data were collected in the two maternity
wards. Labor pain was assessed using a Numeric Scale
before water application as a comparative standard of pain
level before and after warm water application (immediately
after, 10 and 20 minutes after). Data analysis was performed
using SPSS®, v.27.
Results
Repeated measurement ANOVA showed statistically
significant results. Contrast analysis between the first and
second measurements revealed significant differences
between the mean level of pain immediately and 10 minutes
after water application. However, post hoc analysis revealed
that after 20 minutes, the differences between the means
were not statistically significant.
Conclusion
Therapeutic showering is effective in pain reduction
immediately and 10 minutes after water application.
Keywords
Hydrotherapy; Labor Pain; Pain Management; Pain
Measurement.
Introdução
A dor pode influenciar de forma significativa o
desenvolvimento do trabalho de parto e interferir nas
decisões e na satisfação das parturientes. Ansiedade e dor
podem estar associadas a trabalhos de parto mais
prolongados, níveis mais elevados de hormonas de stress e
a um maior recurso à analgesia farmacológica.
1-5
Os
enfermeiros obstetras enquanto cuidadores privilegiados da
parturiente, do feto e da família, podem ter um papel
fundamental considerando a dor como sinal vital e
promovendo o recurso a estratégias não farmacológicas para
o seu alívio.
6
Disponibilizar alternativas não farmacológicas que facilitem
a autonomia das mulheres e a tomada de decisão na gestão
da dor durante o trabalho de parto, pode minimizar o medo
e a ansiedade e facilitar a libertação de hormonas que
favoreçam o processo.
7
No primeiro estádio do trabalho de
parto, vários estudos referem que a abordagem
farmacológica convencional pode não ser benéfica para a
evolução fisiológica do parto.
8
Neste âmbito, os enfermeiros
obstetras no desempenho das suas competências, podem
contribuir de uma forma objetiva para prevenir os efeitos
indesejados das estratégias farmacológicas, melhorar as
sensações físicas e prevenir e a perceção psíquica e
emocional da dor das parturientes.
9
Dentro das alternativas não farmacológicas para o alívio da
dor durante o trabalho de parto, a hidroterapia (definida
como a aplicação externa de água para fins terapêuticos), é
considerada por várias instituições nacionais e
internacionais, como uma das alternativas que pode
proporcionar um alívio da dor mais significativo e otimizar
a experiência positiva de parto da mulher, do feto e da
família.
6, 9-12
Em Portugal, a Mesa do Colégio da Especialidade de
Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica da Ordem dos
Enfermeiros
9
no seu Projeto Maternidade com Qualidade,
destaca como um dos indicadores da relevância do projeto
e da sua avaliação, a importância da promoção e aplicação
de medidas não farmacológicas de alívio da dor durante o
trabalho de parto. O projeto defende que a utilização da
água durante o trabalho de parto, nomeadamente no 1º e no
estádio, é um método de alívio da dor que promove o
bem-estar da mulher e contribui para a diminuição da
incidência de episiotomias e de partos por cesariana. Dois
dos conceitos nucleares dos cuidados de enfermagem
especializados em saúde materna e obstetrícia, são os
cuidados centrados na parturiente e a promoção do parto
normal.
13
Neste âmbito, disponibilizar o duche terapêutico
às parturientes e apoiá-las nas decisões relativas à gestão da
dor durante o trabalho de parto, pode ser um contributo
para o reconhecimento do protagonismo da mulher no
parto e da sua despatologização.
14
A Ordem dos Enfermeiros
15
, refere que a utilização
terapêutica do duche de água quente reduz de forma
estatisticamente significativa o recurso à analgesia epidural
durante o período de dilatação e que o apresenta efeitos
adversos com implicações na duração do trabalho de parto,
na taxa de partos cirúrgicos e no bem-estar neonatal.
Disponibilizar a hidroterapia nos hospitais portugueses,
neste caso sob a forma de duche de água quente (também
designado como duche terapêutico), requer um ambiente
empoderador das parturientes e políticas de cuidados
adequadas que enquadrem as estratégias não farmacológicas
para o alívio da dor nas unidades obstétricas. Neste contexto
e tendo em conta os seus efeitos benéficos, é fundamental
encorajar a utilização do duche terapêutico pela sua
facilidade de aplicação e por não requerer grandes
investimentos em recursos.
No entanto, apesar dos contributos mencionados, na
prática, ainda se constata que a sua utilização não é
generalizada e que de acordo com Stark e Miller
16
, existem
algumas barreiras para que isso aconteça. Estes autores
consideram que é importante desenvolver investigação
sobre a existência de barreiras que inclua as estratégias para
as ultrapassar.
Stark
17
procurou testar a efetividade do duche terapêutico
durante o trabalho de parto, num estudo com uma amostra
constituída por 32 parturientes em fase ativa de trabalho de
parto, em que a aplicação da água foi realizada durante 30
minutos. Neste estudo, verificou que em relação ao grupo
148 | Tereso, A.
Artigo Original Quantitativo
de controlo, houve uma redução estatisticamente
significativa da dor, e que o duche terapêutico revelou
efetividade na redução da dor, desconforto, ansiedade e
tensão e que simultaneamente contribui para o relaxamento
e apoio durante o trabalho de parto.
Não obstante a evidência mencionada, nas maternidades
portuguesas, a utilização da hidroterapia está longe de estar
difundida e frequentemente é preterida em relação às
estratégias farmacológicas. Assim, se por um lado os
recursos materiais (quer no caso do banho de imersão ou na
aplicação da água através do chuveiro) são fundamentais,
por outro, a produção de investigação e a disseminação dos
resultados sobre a sua efetividade, podem ser determinantes
para a motivação dos enfermeiros e para o desenvolvimento
de uma prática baseada em evidência.
Stark
18
considera que é importante distinguir o duche
terapêutico do duche higiénico que habitualmente inclui
esforço e movimentos ativos para lavar e limpar. O duche
terapêutico é essencialmente passivo, permitindo que o
fluxo de água atinja o efeito pretendido. As razões
terapêuticas para o duche podem incluir aquecimento,
arrefecimento, humidificação, relaxamento, revitalização e
massagem, bem como alívio da dor.
19
Para obter o benefício
desejado do duche, a exposição a um duche quente requer
mais tempo do que o necessário para um duche higiénico.
Apesar de existirem alguns estudos que avaliam a efetividade
da hidroterapia, constata-se que a evidência científica
disponível tem como foco a hidroterapia efetuada através de
banho de imersão. Nalguns países, o duche quente é
habitualmente utilizado durante o trabalho de parto, mas
não é objeto de estudos científicos, nem de debate.
20
Neste
âmbito, a avaliação da sua efetividade torna-se essencial para
alicerçar uma prática baseada em evidência que promova
uma experiência de parto mais saudável e gratificante.
Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade do
duche terapêutico no alívio da dor durante a primeira fase
do trabalho de parto em hospitais portugueses.
Métodos
As opções metodológicas derivam da natureza do problema
sob estudo, bem como dos objetivos de pesquisa
formulados, e são basilares para atestar a fiabilidade e
qualidade dos resultados da investigação. Foi realizado um
estudo quasi-experimental que investigou uma população
específica, neste caso, parturientes que referiram dor na
primeira fase do trabalho de parto, com a seguinte questão
de pesquisa: O duche terapêutico é efetivo no alívio da dor
durante a primeira fase do trabalho de parto?
A evolução do nível de dor, foi avaliada antes da aplicação
da água versus 3 momentos de aplicação de água
(imediatamente após a aplicação, 10 minutos após e 20
minutos após), na zona pélvica, na zona lombar ou em mais
do que um local. A análise de dados foi efetuada com
recurso à ANOVA de medições repetidas. Os pressupostos
foram analisados com recurso aos testes de Kolmogorov-
Smirnov e Mauchly
21
nomeadamente, a normalidade das
distribuições e a esfericidade da matriz de variâncias-
covariâncias. A variável nível de dor apresentou distribuição
normal nos 2 primeiros momentos avaliados após a
aplicação: imediatamente a seguir à aplicação e 10 minutos
após com p>0.05. No terceiro momento não apresentou
distribuição normal, nem variâncias homogéneas, nem
covariâncias nulas (W=0.974; X2(2)=1.933; p=0.380),
verificando-se a esfericidade. As comparações múltiplas
foram efetuadas por recurso a contrastes usando a primeira
medição (imediatamente após aplicação da água) como
referência e ao testes post-hoc LSD de Fisher. A análise de
dados foi efetuada com recurso ao Software IBM SPSS®
Statistics for Windows, v.27 (IBM Corp., Armonk, N. Y.,
USA).
Participantes
A amostragem foi não aleatória, acidental, casual ou
conveniente
21
com uma dimensão de 81 observações
(n=81), considerando-se como participantes, todas as
mulheres em trabalho de parto que cumprissem os critérios
de inclusão adotados, nomeadamente: parturientes no
estádio do trabalho de parto que verbalizaram dor; idade
superior a 18 anos; gravidez de baixo risco, de termo e com
feto único; critérios clínicos que garantissem a segurança na
intervenção e na sua avaliação. Foram respeitados os
requisitos éticos e legais para participarem e as participantes
assinaram o formulário de consentimento livre e esclarecido.
As parturientes que foram submetidas a outras estratégias
farmacológica ou o farmacológicas para alívio da dor,
foram excluídas.
O estudo foi realizado em duas maternidades portuguesas
(uma pública e outra privada), na área metropolitana de
Lisboa, no período compreendido entre junho de 2018 a
dezembro de 2021 (realça-se que o período de tempo
relativo à colheita de dados foi prolongado devido às
restrições impostas pela pandemia pelo SARS Cov-2 em
Portugal).
Riscos/Benefícios para as participantes
A intervenção (duche terapêutico) não implicava riscos
previsíveis para as parturientes ou para os fetos. Segundo o
American College of Nurse Midwives
22
, a investigação de
alta qualidade valida que a utilização de hidroterapia para
alívio da dor durante o trabalho de parto não aumenta o
risco para parturientes ou recém-nascidos saudáveis quando
são seguidas diretrizes clínicas baseadas em provas. A
verificação das condições clínicas necessárias à garantia da
segurança para a participação de cada parturiente foi da
responsabilidade do enfermeiro obstetra que estava a
acompanhar a parturiente. A utilização desta estratégia
implicou uma reorganização dos espaços e do equipamento
de forma a disponibilizar os recursos físicos necessários para
o acesso e a aplicação do duche terapêutico, a preservar a
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DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.280
Artigo Original Quantitativo
privacidade e a intimidade das parturientes, e a garantir a
segurança durante o procedimento de que se destaca a
prevenção de alterações bruscas na temperatura da água e a
prevenção do risco de quedas. Os benefícios relativos à
participação das parturientes neste estudo disseram respeito
ao alívio da dor como resultado da intervenção proposta.
Instrumento de colheita de dados
Foi desenvolvido um inquérito por questionário que incluía
duas partes. A primeira, remetia para a caracterização
sociodemográfica e obstétrica das participantes e incluía os
seguintes itens: idade, escolaridade, nacionalidade, índice
obstétrico, local de vigilância de gravidez,
elaboração/negociação de plano de parto, frequência do
curso de preparação para o parto e para a parentalidade e a
inclusão do duche terapêutico nesse curso. Na segunda
parte, o instrumento incluía questões relativas à localização
da dor (pélvica, lombar ou em mais do que um local), à
duração da aplicação da água, aos locais de aplicação, e à
avaliação do nível de dor em quatro momentos (antes da
intervenção, imediatamente após, aos 10 minutos e aos 20
minutos após a intervenção). Para a avaliação da dor foi
utilizada a escala numérica com 11 pontos. Esta escala
consiste numa régua dividida em onze partes iguais,
numeradas, sucessivamente, de 0 (que corresponde a não ter
dor) a 10 (que corresponde à dor máxima).
23
Esta régua foi
utilizada na sua versão horizontal e a intensidade da dor foi
sempre a referida pela parturiente que foi registada pelos
enfermeiros obstetras nos diferentes momentos de
avaliação. Todas as parturientes receberam uma explicação
prévia da escala com linguagem simples e acessível e foi
confirmado que compreendiam corretamente o seu
significado e forma de utilização.
Aspetos éticos
Foi obtido o parecer favorável das Comissões de Ética para
a Saúde das instituições envolvidas (RNEC: 20170700050).
Foi obtido o consentimento informado sob a forma escrita
de todas as parturientes e foi reforçado que poderiam
interromper a participação em qualquer altura, sem qualquer
tipo de consequência e sem terem de explicar as razões. As
participantes foram também informadas de que informação
recolhida seria tratada como confidencial, seria codificada e
introduzida numa base de dados para análise estatística e
somente seria utilizada para a finalidade a que o estudo se
propõe. O sigilo e o anonimato foram garantidos, bem
como a privacidade e a intimidade durante a intervenção.
Todos os procedimentos a Declaração de Helsínquia e as
diretrizes e regulamentos relevantes.
Intervenção
A intervenção terapêutica consistia na aplicação do duche
terapêutico. A todas as potenciais participantes, foi
proporcionada informação prévia sobre a intervenção pelo
enfermeiro obstetra e foi avaliada a disponibilidade para a
intervenção. Em todas as situações foi avaliada a evolução
do trabalho de parto antes da intervenção e foram
auscultados os batimentos cardíacos fetais antes e depois da
intervenção.
Foi dada a liberdade de escolha dos locais para aplicação da
água e foi efetuado o registo dos locais nos quais as
parturientes incidiram com o chuveiro. A duração da
aplicação da água foi registada em intervalos de tempo:
inferiores a 10 minutos, entre 10 e 20 minutos e superiores
a 20 minutos. No que diz respeito à temperatura, optou-se
por garantir que o duche era efetuado com água quente, mas,
que a temperatura era ajustada por cada parturiente de forma
a proporcionar bem-estar e conforto.
Resultados
As parturientes que participaram no estudo apresentavam
idades compreendidas entre os 18 e os 45 anos e uma idade
média de 30 anos (M=29.96) com um desvio padrão de 6
(DP=5.54). No que concerne ao país de origem, 77% eram
de origem portuguesa, 11% brasileiras, 5% cabo-verdianas,
4% angolanas e os restantes 3% eram australianas, italianas
e russas (1% cada). Relativamente ao nível de escolaridade,
50% tinham curso superior (bacharelato 3%, licenciatura,
mestrado e doutoramento 47%), 35% tinham entre o 10º e
o 12º ano e as restantes, o 4º ano.
Das participantes, 69% eram primíparas (mães pela
primeira vez) e não frequentaram qualquer curso de
preparação para o parto. As restantes 31% frequentaram
cursos de preparação e 26% destas referiram que a temática
da hidroterapia tinha sido abordada.
A avaliação da dor foi efetuada antes da intervenção como
padrão comparativo do nível de dor antes da aplicação da
água e após aplicação (imediatamente após aplicação, 10
minutos após e 20 minutos após) (Figura 1).
150 | Tereso, A.
Artigo Original Quantitativo
Figura 1 - Distribuição do nível de dor segundo a localização da dor [Mean+-2 Standard Error (SE)]
Para analisar os níveis médios de dor mediante o tempo de
aplicação da água, usou-se como referência o valor médio
da dor antes da sua aplicação (Mean=6,85, SE=0,22).
Comparativamente com os resultados que se observam na
Figura 2, verifica-se que independentemente dos tempos de
aplicação de água, o nível dio de dor diminui
imediatamente após a aplicação, constatando-se o seu
aumento progressivo aos 10 e aos 20 minutos. No entanto,
o tempo de aplicação da água em minutos mostra uma
maior dispersão dos dados quando é inferior a 10 minutos
e superior a 20, relativamente ao tempo intermédio entre
10 e 20 minutos.
Figura 2 - Distribuição do nível de dor segundo o tempo de aplicação da água
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / novembro 2023 | 151
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.280
Artigo Original Quantitativo
Foram analisados os três momentos de avaliação da dor
relacionados com o local onde foi aplicada a água (zona
pélvica, lombar ou em mais do que um local).
Como ilustra a Figura 1, o acréscimo do nível de dor
(pélvica, lombar e em mais do que um local), tem início
imediatamente após a aplicação da água para os momentos
dos 10 e dos 20 minutos após a aplicação, embora com uma
maior dispersão dos dados quando a dor é localizada na
região lombar.
A ANOVA de medições repetidas, mostra que os
resultados foram estatisticamente significativos
[F(2,10)=23,12; p<0,001; η
2
p
=0,236 e π=0,878]. A análise
de contrastes entre a primeira medição (antes da aplicação
da água) e as restantes medições, revelou diferenças
estatisticamente significativas com exceção da análise de
contraste entre a primeira e a segunda medição que revelou
diferenças significativas entre o nível dio de dor avaliado
imediatamente após a aplicação da água e 10 minutos após
a aplicação [(F(1,5)=15.324, p<0.001, η
2
p
=0,170 e π=0,972].
Contudo, a análise post-hoc revelou que após os 20 minutos,
as diferenças entre as médias não eram significativas
(p>0.05).
Discussão
Constata-se que na maioria dos estudos sobre a aplicação
terapêutica do duche de água quente, uma grande parte dos
autores, mencionados como referências ou mobilizados na
discussão dos resultados, investigaram apenas o efeito da
hidroterapia aplicada através do banho de imersão como é o
caso de Benfield et al.
4
, Simkin e Bolding
20
, Eckert et al.
24
,
Cluett et al.
25
, Silva et al.
26
and Gallo et al.
27
. Destes,
destacam-se Eckert et al.
24
que,
contrariamente a todos os
outros, concluem que a imersão em água quente não confere
nenhum benefício claro para as parturientes e que quando é
realizada com a temperatura da água superior a 37◦C, pode
ser prejudicial para o feto.
No âmbito da aplicação da hidroterapia para alívio da dor
durante o trabalho de parto, é importante referir que o
duche de água quente tem especificidades e proporciona
contributos que se distinguem dos do banho de imersão.
Johnson et al.
28
afirmam que habitualmente as parturientes
utilizam o duche de água quente, adotando posições
verticais, o que inclui permanecer de pé, balançar-se,
agachar-se ou sentar-se e que podem ir alternando posições
no duche para direcionarem os jatos para onde for
necessário para proporcionar alívio da dor ou efeitos
calmantes. Assim, o duche oferece inúmeros benefícios
durante o trabalho de parto que são proporcionados pelo
movimento, tais como o alívio da dor, aumento do sentido
de autoeficácia, tranquilidade, conforto e perceção de
controlo sobre o ambiente e a experiência do parto.
28
Stark
18
também refere que o duche terapêutico promove e
facilita o trabalho de parto fisiológico através do impacto
rítmico da água quente que pode proporcionar uma
distração sensorial agradável, através da liberdade de
movimentos e através da deambulação que o duche implica
devido à necessidade de caminhar para entrar e sair do
duche.
Gayeski et al.
29
avaliaram a aplicação de métodos não
farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de
parto, do ponto de vista das primíparas (n=188), no dia da
alta hospitalar e constataram que o duche de água quente era
o segundo método não farmacológico mais usado (91.5%)
[o suporte emocional proporcionado pelo acompanhante da
parturiente era o primeiro (97.3%)]. Neste contexto é
também importante mencionar, que alguns autores
consideram que escassez de evidência científica para
suportar o duche de água quente como uma intervenção
terapêutica. Destes, destacam-se Simkin e O’Hara
30
, e
Stark
18
que afirmam que, se por um lado o duche é
considerado como uma estratégia de coping eficaz durante
o trabalho de parto, por outro constata-se uma escassez de
investigação acerca da sua eficácia.
Da investigação desenvolvida com o objetivo de avaliar o
efeito terapêutico do duche de água quente para alívio da
dor durante a primeira fase do trabalho de parto, realçamos,
o trabalho de Davim et al.
31
no qual foi observado um alívio
significativo na dor das parturientes após a aplicação do
duche com água à temperatura ambiente, e o estudo
realizado por Barbieri et al.
32
em que foi utilizado o duche
com água a 37ºC direcionado para a região lombo sagrada
durante 30 minutos, e no qual, os resultados evidenciaram
que não houve diferença significativa no score de dor
avaliado antes da intervenção e 1 hora após. Tal como
Barbieri et al.
32
, Stark
18
no estudo que publicou em 2013,
concluiu que o duche terapêutico não reduziu
significativamente a perceção de dor nas participantes.
Nesse estudo, a direção do jato de água e a temperatura
poderiam ser ajustadas pelas parturientes, e por motivos de
segurança, as parturientes permaneciam sentadas durante o
procedimento.
18
Neste estudo a avaliação da dor foi
realizada 10 minutos depois da intervenção e o autor
considerou que se a dor tivesse sido avaliada antes da
parturiente sair do duche, poderia ter havido uma redução
mais evidente e os resultados poderiam ter sido diferentes.
Com resultados diferentes, refere-se o estudo realizado por
Santana et al.
33
, que mostra de uma forma mais esclarecedora
os benefícios do duche de água quente, ao mencionar nas
suas conclusões, que, na fase ativa do trabalho de parto,
quando a intervenção tem uma duração superior a 20
minutos e com uma temperatura entre 37 e 39ºC, é efetiva
na redução da intensidade da dor. Com resultados no
mesmo sentido realçam-se ainda os contributos do estudo
que Stark
17
realizou em 2017, no qual concluiu que o grupo
que foi submetido à intervenção, durante 30 minutos (este
período de tempo foi definido com base na pesquisa
realizada por Benfield et al.
34
, cujos resultados com o banho
de imersão com uma duração de 15 minutos revelaram
diferenças significativas) apresentaram reduções
152 | Tereso, A.
Artigo Original Quantitativo
estatisticamente significativas da dor, desconforto,
ansiedade e tensão e um aumento significativo do
relaxamento, e que o duche terapêutico era efetivo na
redução da dor.
Lee et al.
8
, observaram que a dia do sore de dor foi menor
aos 10 minutos após o duche do que aos 20 minutos após.
Apesar de não terem avaliado a dor imediatamente após a
aplicação da água e não terem incluído o registo da
localização da dor nem dos locais de aplicação da água,
apresentam resultados semelhantes aos encontrados no
estudo que se apresenta e que destaca a efetividade do duche
de água quente pelo menos em dois momentos após a
aplicação da água, apesar de no terceiro momento (20
minutos após a aplicação) se tenha verificado um
decréscimo da ação da intervenção. Lee et al.
8
que definiram
como temperatura adequada para a intervenção durante 20
minutos, os 37°C, afirmam que as parturientes do grupo
experimental, que foram submetidas à aplicação de água
quente através do duche, reportaram scores
significativamente mais baixos na Escala Visual Analógica
da Dor, na dilatação cervical entre 4 e 7 cm e experiências
de parto mais satisfatórias do que no grupo de controle.
Relativamente aos locais de aplicação da água, após a
aplicação de um duche durante 5 minutos em todo o corpo
ou na região dorsal, as parturientes puderam dirigir os jatos
de água para os locais que lhes proporcionassem mais
conforto. o foi incluído o registo sobre a localização da
dor nem sobre os locais de aplicação da água após os 5
minutos.
Não obstante os estudos que apenas mencionam os efeitos
benéficos do duche terapêutico, é também importante
referir os estudos que não corroboram estes achados como
é o caso dos estudos publicados por Henrique et al.
1
e
Cavalcanti et al.
35
, nos quais foi observado um aumento dos
scores de dor e a abreviação da duração do trabalho de parto
no grupo das parturientes submetidas à intervenção.
No que diz respeito à investigação desenvolvida com o
objetivo de avaliar aspetos específicos do duche terapêutico
ou duche de água quente, nomeadamente a temperatura, a
duração da aplicação e os locais de aplicação, referimos
Hecox et al.
36
que defendem que o efeito da água para alívio
da dor é maior quando a temperatura varia entre 37 e 40◦C
e quando é aplicada em períodos de tempo que variam entre
20 a 30 minutos, e Lee et al.
8
que defendem os 37◦C como
temperatura ideal da água.
No presente estudo, os resultados mostraram que após
aplicação da água, o tempo em minutos interfere com o nível
da dor. Apesar do padrão nos três tempos de avaliação da
dor ser semelhante no intervalo entre os 10 e os 20 minutos,
constata-se uma diminuição do nível de dor mais acentuada
imediatamente após a aplicação da água, e os resultados
também parecem mais consistentes pois uma menor
dispersão dos mesmos.
Conclusão
O duche terapêutico ou duche de água quente é uma
estratégia não farmacológica que no 1º estádio do trabalho
de parto, contribui para um alívio da dor seguro, mas
temporário, verificando-se o acréscimo do vel de dor
(pélvica, lombar e em mais do que um local), imediatamente
após a aplicação da água para o momento dos 10 e dos 20
minutos após a aplicação, embora com uma maior
dispersão dos dados quando a dor é localizada na região
lombar.
É fundamental que os benefícios desta estratégia se tornem
acessíveis às parturientes como uma das dimensões do
parto humanizado e que os enfermeiros promovam o
exercício do direito à autodeterminação da mulher, que
inclui a decisão livre e informada sobre estratégias não
farmacológicas de alívio da dor durante a primeira fase do
trabalho de parto.
Esta estratégia de alívio da dor não requer treino prévio das
parturientes nem a necessidade de recursos físicos
específicos, uma vez que a maioria das maternidades
portuguesas tem chuveiros de água quente disponíveis nas
casas de banho acessíveis às parturientes. No entanto, a
utilização do duche de água quente pode ter algum impacto
na afetação de recursos humanos, uma vez que implica a
disponibilidade de um enfermeiro para acompanhar a
parturiente durante o procedimento, o que, com as
restrições de pessoal no contexto da pandemia da SARS-
CoV-2, foi uma limitação.
É relevante que seja desenvolvida mais investigação sobre
o duche de água quente que permita não avaliar o seu
efeito no alívio da dor, mas, também, na evolução do
trabalho de parto e na satisfação da parturiente e família.
Através da produção desse conhecimento e da sua
disseminação, pode-se contribuir para a visibilidade do
duche nas guidelines que orientam as práticas dos
enfermeiros obstetras, nos cursos de preparação para a
parentalidade e na uniformização dos recursos não
farmacológicos para o alívio da dor disponíveis nos blocos
de partos em Portugal.
Relacionando os resultados da investigação em que após a
intervenção e à medida que o tempo passa a dor aumenta
e, tendo em conta outros estudos que consideram que a
avaliação quando não é realizada imediatamente após a
intervenção apresenta níveis de dor mais elevados, seria
interessante fazer sempre avaliações da dor imediatamente
após a intervenção e em intervalos mais curtos,
nomeadamente aos 5 e aos 10 minutos.
Limitações do estudo
Como limitações deste estudo menciona-se: o tamanho da
amostra, o tipo de amostragem, as restrições decorrentes da
pandemia pelo SARS Cov-2 e o não ter sido avaliada a
temperatura da água do duche, pois, cada parturiente
regulou a temperatura de forma a sentir-se confortável.
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / novembro 2023 | 153
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.280
Artigo Original Quantitativo
Contribuições autorais
AT: Conceção e desenho do estudo; recolha de dados;
análise e interpretação dos dados; análise estatística; redação
do manuscrito; revisão crítica do manuscrito.
FL: Conceção e desenho do estudo; recolha de dados.
RG: Conceção e desenho do estudo; recolha de dados.
HB: Conceção e desenho do estudo; elaboração do
manuscrito; revisão crítica do manuscrito.
LC: Conceção e desenho do estudo; recolha de dados.
AC: Conceção e desenho do estudo; recolha de dados;
análise e interpretação dos dados; análise estatística; redação
do manuscrito; revisão crítica do manuscrito.
Conflitos de interesse e Financiamento
As autoras declararam não haver conflitos de interesse em
relação à autoria e, ou à publicação deste artigo. Declaram
ainda que as opiniões expressas neste artigo são da sua
autoria e não representam uma posição oficial da instituição
ou de algum agente financeiro.
Agradecimentos
As autoras agradecem às parturientes que voluntariamente
se disponibilizaram para participar neste estudo e às
enfermeiras e enfermeiros que integraram a equipa para a
colheita de dados.
Fontes de apoio / Financiamento
As autoras declararam que não houve financiamento.
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