Artigo de Revisão
Pensar Enfermagem / v.28 n.01 / Novembro 2024
DOI: 10.71861/pensarenf.v28i1.333 114
Resumo
Introdução
Os primeiros ensaios clínicos com canabidiol em humanos foram descritos nos anos seten-
ta, mas foi na década de 1990 que a descoberta de um sistema endógeno de sinalização de
canabinoides despertou o interesse no potencial terapêutico da cannabis no tratamento de
distúrbios do sistema nervoso, incluindo a epilepsia.
Objetivo
Identicar evidências cientícas sobre uso do canabidiol em crianças com paralisia cerebral.
Métodos
Trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dados Pubmed, Scopus, Science
Direct e Embase, em abril de 2024. Foram utilizados os descritores “Cannabidiol”, “Ce-
rebral Palsy” e “Child”. Foram incluídos um total de nove artigos que corresponderam aos
critérios de inclusão e exclusão.
Resultados
Os resultados destacam o potencial terapêutico dos canabinoides na paralisia cerebral, in-
cluindo aspectos como conhecimento, segurança e desaos na prescrição dessas substân-
cias. Além disso, a pesquisa, regulamentação e educação foram destacadas como primor-
diais para a compreensão e implementação adequada deste tratamento.
Conclusão
Os canabinoides medicinais mostram-se promissores no tratamento de crianças com para-
lisia cerebral, especialmente no controlo da espasticidade, dor e convulsões. Mais pesquisas
são necessárias para determinar seu papel exato, mas resultados iniciais sugerem que po-
dem ser uma opção terapêutica ecaz e segura, especialmente para casos graves.
Palavras-chave
Canabidiol; Paralisia Cerebral; Criança.
Abstract
Introduction
e rst clinical trials with cannabidiol in humans were described in the seventies, but
it was in the 1990s that the discovery of an endogenous cannabinoid signaling system
sparked interest in the therapeutic potential of cannabis in the treatment of nervous system
disorders, including epilepsy.
Objective
To identify scientic evidence about the use of cannabidiol in children with cerebral palsy.
Explorando o Potencial Terapêutico do Canabidiol em
Crianças com Paralisia Cerebral: Uma Revisão Integrativa
Camila Harmuch
orcid.org/0000-0002-1609-1037
Anny Caroline Ribeiro Devechi
orcid.org/0000-0001-8614-8708
Cecily Barbosa
orcid.org/0009-0005-1663-650X
Ana Luisa Serrano Lima
orcid.org/0 009-0008-7396-9185
Jéssica dos Santos Pini
orcid.org/0 000-0003-3077-4093
André Estevam Jaques
orcid.org/0 000-0001-7874-9589
Marcelle Paiano
orcid.org/0000-0002-7597-784X
1Mestrado. Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, Brasil.
2Mestrado. Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, Brasil.
3Licenciatura. Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, Brasil.
4Licenciatura. Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, Brasil.
5Doutoramento. Universidade Estadual do Paraná,
Paranavaí, Brasil.
6Doutoramento. Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, Brasil.
7Doutoramento. Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, Brasil).
Como citar este artigo: Harmuch C, Devechi ACR, Barbosa C, Lima ALS, Pini JS, Jaques AE, Paiano M. Explo-
rando o Potencial Terapêutico do Canabidiol em Crianças com Paralisia Cerebral: Uma Revisão Integrativa. Pen-
sar Enf [Internet]. 2024 Nov; 28(1): 114-123. Available from: https://doi.org/10.71861/pensarenf.v28i1.333
Autor de correspondência
Camila Harmuch
E-mail: camila.harmuch@gmail.com
Recebido: 26 Jun 2024
Aceite: 20 Nov 2024
Exploring the erapeutic Potential of Cannabidiol in Chil-
dren with Cerebral Palsy: An Integrative Review
Artigo de Revisão
Harmuch, C.
115
Methods
is is an integrative review carried out in the Pubmed, Scopus, Science Direct and Embase databases, in April 2024. e descriptors
“Cannabidiol”, “Cerebral Palsy” and “Child”. were used. A total of nine articles that met the inclusion and exclusion criteria were
included.
Results
e results highlight the therapeutic potential of cannabinoids in cerebral palsy, including aspects such as knowledge, safety and chal-
lenges in prescribing these substances. Furthermore, research, regulation and education were highlighted as paramount to understan-
ding and properly implementing this treatment.
Conclusion
It was concluded that medicinal cannabinoids show promise in the treatment of children with cerebral palsy, especially in controlling
spasticity, pain and seizures. More research is needed to determine their exact role, but early results suggest they may be an eective
and safe therapeutic option, especially for severe cases.
Keywords
Cannabidiol; Cerebral Palsy; Child
Introdução
A ecácia da maconha no tratamento da epilepsia foi relatada pela
primeira vez em 1800 a.C. Os primeiros ensaios clínicos com cana-
bidiol (CBD) em humanos foram descritos nos anos setenta, mas
foi na década de 1990 que a descoberta de um sistema endógeno
de sinalização de canabinoides despertou o interesse no potencial
terapêutico da cannabis no tratamento de distúrbios do sistema
nervoso, incluindo a epilepsia.
Dois compostos, o psicoativo delta-9-tetrahidrocanabinol (THC)
e o não psicoativo CBD, foram primeiramente descritos por Me-
choulam e Shvo (1963). Foi observado que tanto o THC quanto
o CBD possuem propriedades anticonvulsivantes em modelos in
vitro e animais, porém a maioria dos estudos indica que o CBD
tem um papel mais ecaz na redução da atividade epiléptica em
comparação ao THC, apresentando maior potencial para causar
comprometimento cognitivo e distúrbios psiquiátricos crônicos.
Outras propriedades do CBD incluem efeitos neuroprotetores, an-
tiinamatórios e antioxidantes. 
Embora o uso de cannabis seja ilegal na maioria dos países, evi-
dências recentes sugerem sua ecácia potencial no tratamento da
epilepsia, especialmente em pacientes refratários. 1,2
A Paralisia Cerebral (PC), que é um distúrbio não progressivo de
postura e movimento devido a uma malformação ou lesão não pro-
gressiva no cérebro, que ocasiona uma variedade de comorbidades
em crianças, incluindo epilepsia, deciência intelectual, problemas
comportamentais, musculoesqueléticos e nutricionais, problemas
de sono e dor.
A epilepsia é considerada uma das comorbidades mais comuns,
com prevalência global de aproximadamente 50 milhões de pes-
soas.  Apesar da aprovação de vários medicamentos antiepilépti-
cos nas últimas duas décadas, ainda há necessidade de expandir o
número de opções de medicamentos, uma vez que um terço dos
pacientes epilépticos tem epilepsia resistente a medicamentos.
Por isso, ao longo da última década, vários países e instituições de-
monstraram um enorme interesse em investigar o papel do CBD
e a sua ecácia no tratamento da epilepsia pediátrica , principal-
mente quando associada a PC. Assim, o seu uso foi aprovado pela
Food and Drug Administration (FDA) dos EUA em 2018, para
tratar convulsões em crianças que se enquadram nos critérios esta-
belecidos.
O CBD foi o primeiro medicamento aprovado pela FDA que con-
tém uma substância puricada derivada da cannabis e o primeiro
autorizado para tratar pacientes com síndrome de Dravet. Apesar
disso, a prescrição médica do CBD é controversa. Enquanto alguns
membros da comunidade médica apoiam seu uso e o apresentam
como uma opção de tratamento para os pacientes, outros ainda
hesitam em prescrever e recomendar este medicamento. 
Percebe-se que a história do uso terapêutico da cannabis, em par-
ticular do CBD, no tratamento da epilepsia revela uma trajetória
de descobertas e avanços signicativos ao longo dos séculos. No
entanto, a controvérsia em torno do seu uso destaca a necessidade
contínua de pesquisa, discussão e orientação para garantir a utili-
zação segura desse medicamento. Dessa forma, e considerando a
importância de discutir essa temática, este estudo tem como ob-
jetivo identicar evidências cientícas sobre uso do canabidiol em
crianças com paralisia cerebral.
Métodos
Trata-se de uma revisão integrativa que tem como nalidade sin-
tetizar o conhecimento, identicar lacunas de pesquisa e sugerir
novos estudos, seguindo um processo sistemático e rigoroso, sem
recorte temporal para buscar o máximo de artigos possíveis sobre
o tema.
O estudo foi desenvolvido em seis etapas: 1. Identicação do tema
e da questão norteadora; 2. Estabelecimento dos critérios de inclu-
são e exclusão; 3. Denição das informações a serem extraídas dos
estudos selecionados e caracterização; 4. Avaliação dos estudos in-
cluídos; 5. Interpretação dos resultados; 6. Apresentação da revisão/
síntese do conhecimento.
Inicialmente, para a elaboração da questão norteadora, foi utilizada
a estratégia PICo9: P (População): crianças; I (Interesse): Uso do
CBD; Co (Contexto): paralisia cerebral. Dessa forma, a questão de
pesquisa adotada foi: Quais as evidências cientícas acerca do uso
do CBD em crianças com paralisia cerebral?
Em seguida, os critérios de inclusão foram estabelecidos: Artigos
originais, sem delimitação temporal para as buscas, publicados nos
Artigo de Revisão
Pensar Enfermagem / v.28 n.01 / Novembro 2024
DOI: 10.71861 /pensarenf.v28i1.333 116
idiomas português e inglês e relacionados à pergunta norteadora.
Quanto aos critérios de exclusão, foram consideradas as publica-
ções cinzentas (teses, dissertações, monograas, livros, capítulos de
livros, resumos de congressos, anais, programas e relatórios gover-
namentais), artigos como os de opinião, cartas ao editor, comuni-
cações breves, editoriais e artigos de revisão integrativa.
O levantamento dos dados na literatura foi realizado no mês de
abril de 2024, por meio de consultas nas bases de dados eletróni-
cas: Pubmed Central (PMC), Scopus (Elsevier), Embase e Science
Direct. Para a busca dos artigos, foram utilizados os Descritores em
Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (Mesh) nos
idiomas português e seus equivalentes em inglês: “Canabidiol/Can-
nabidiol”, “Paralisia Cerebral/Cerebral Palsy” e “Criança/Child”.
As estratégias de busca foram adaptadas para cada base de dados de
acordo com suas especicidades, a partir da estratégia PICo, suas
palavras-chaves e seus entry terms, separados com operadores bo-
oleanos OR para distingui-los e AND para associá-los, de forma a
integrar e direcionar o máximo de estudos sobre o tema, resultado
na seguinte expressão de busca: (((“cannabidiol”[MeSH Terms]
OR “cannabidiol”[All Fields]) AND (“child”[MeSH Terms] OR
child”[All Fields])) AND (“cerebral palsy”[MeSH Terms] OR
(“cerebral”[All Fields] AND “palsy”[All Fields]) OR “cerebral pal-
sy”[All Fields])) AND (“epilepsy”[MeSH Terms] OR “epilepsy”[All
Fields]).
Após o levantamento das publicações cientícas, os estudos foram
organizados pelo pesquisador em um arquivo utilizando o Micro-
soft Excel®, com o objetivo de identicar e excluir as duplicatas.
Estudos repetidos foram contabilizados uma única vez. Em segui-
da, foi realizada a leitura do título e resumo e incluídos na amostra
aqueles que apresentaram proximidade com a temática do estudo.
Prosseguiu-se com a leitura completa para conrmar a elegibilidade
dos estudos selecionados, analisando aqueles que responderam in-
tegralmente à questão de pesquisa desta revisão, resultando em uma
amostra nal de nove artigos cientícos.
As informações dos artigos foram organizadas em um quadro con-
tendo dados sobre o título do artigo, ano de publicação e país,
objetivos, desfechos e nível de evidência (quadro 1). O nível de
evidência foi avaliado de acordo com a classicação hierárquica de
Melnyk e Fineout-Overholt10, onde: I consistem nas evidências re-
sultantes de revisão sistemática, metanálise ou de diretrizes clínicas
provenientes de revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomi-
zados e controlados; II consistem nas evidências de pelo menos um
ensaio clínico randomizado controlado; III consistem nas evidên-
cias derivadas de ensaios clínicos bem delineados sem aleatorização;
IV consistem nas evidências provenientes de estudo de coorte e de
caso-controlo bem delineados; V consistem nas evidências apresen-
tadas de revisão sistemática, de estudos descritivos e qualitativos;
VI consistem nas evidências provenientes de um único estudo des-
critivo ou qualitativo e VII consistem nas evidências derivadas da
opinião de autoridades e/ou parecer de comissão de especialistas.
Os estudos foram agrupados em três categorias, decorrentes de suas
características. A apreciação da Comissão de Ética foi dispensada,
uma vez que se trata de um estudo de revisão com dados de domí-
nio público, sem envolvimento de seres humanos.
Resultados
Para a apresentação da etapa de buscas e de seleção dos artigos op-
tou-se por utilizar o uxograma de seleções de estudos adaptado do
Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analy-
ses (PRISMA).
Dessa forma, a Figura 1 descreve o percurso realizado para identi-
cação, triagem, elegibilidade e inclusão dos estudos, segundo as ba-
ses consultadas. Inicialmente, identicaram-se 35 publicações, das
quais 20 atenderam aos critérios de elegibilidade, contudo, nove
compuseram a amostra nal.
No que tange ao recorte temporal, as publicações datavam do perí-
odo de 2019 a 2024. Dentre os estudos selecionados, a maioria foi
publicada no ano de 2023 com três estudos cada, 2022 com dois
estudos, 2019, 2020, 2021 e 2024 com um estudo cada. Quanto à
língua de publicação, todos foram escritos em inglês. Em relação à
origem geográca, os estudos foram conduzidos nos seguintes pa-
íses: Canadá (n=3), Suíça (n=2), Alemanha (n=2), Coreia do Sul e
Argentina com um artigo de cada.
Figura 1. Fluxograma de identicação do processo de seleção dos
estudos incluídos na revisão integrativa. Brasil, 2024.
No que diz respeito ao nível de evidência dos estudos, destacaram-
-se um artigo nível I, dois artigos nível II, um artigo nível IV e
cinco artigos nível VI. A amostra do presente estudo, a partir dos
artigos analisados, está apresentada de forma resumida no quadro
sinótico (Quadro 1).de seres humanos.
Quadro 1. Caracterização dos artigos, segundo os autores, ano,
país de publicação, objetivos, desfechos e Nível de evidência, Bra-
sil, 2024.
Artigo de Revisão
Harmuch, C.
117
Identicação
Triagem
Inclusão
Publicações identicadas a partir das bases
de dados
(n=179)
Pubmed (n=135)
Embase (n=20)
Science Direct (n=16)
Scopus (n=8)
Registros duplicados removidos
(n=6)
Artigos selecionados para leitura de título e
resumo
(n = 173)
Artigos avaliados para a elegibilidade
(n = 20)
Artigos excluídos após a leitura de título e
resumo
(n = 153)
Artigos excluídos por não atender à questão
de pesquisa (n=11)
Estudos incluídos
(n =9)
Fonte: Page et al.
Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Homann TC, Mulrow CD, et al. e PRISMA 2020 statement: an updated guideli-
ne for reporting systematic reviews. BMJ 2021;372:n71. doi: 10.1136/bmj.n71
Artigo de Revisão
Pensar Enfermagem / v.28 n.01 / Novembro 2024
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Estudo Ano e país Objetivo/Tipo de estudo Desfecho Nível de evidência
A1) Puried cannabidiol as add-on
therapy in children with treatmen-
t-resistantinfantile epileptic spasms
syndrome
2024
Argentina
Avaliar o óleo de CBD altamente
puricado como terapia adicional para
pacientes com síndrome de espasmos
epiléticos. Estudo caso-controle
Além das melhorias nos espasmos, foram
observados benefícios na comunicação, com-
portamento e sono. O estudo sugere que o
CBD pode ser uma opção terapêutica ecaz
e segura, especialmente em pacientes com
síndrome de Down e paralisia cerebral.
IV
A2) Prescription Practices of Medical
Cannabinoids in Children with
Cerebral Palsy - A Survey of the Swiss
Cerebral Palsy Registry
2023
Suiça
Avaliar as práticas de prescrição de
canabinoides em crianças com paralisia
cerebral.
Estudo transversal
Médicos prescrevem CBD principalmente
para epilepsia, espasticidade e dor, com
ecácia moderada e efeitos colaterais
como sonolência e fadiga. Mais pesquisas,
incluindo ensaios clínicos randomizados,
são necessárias para explorar outras possíveis
indicações.
VI
A3) Characteristics of Epilepsy in
Children with Cerebral Palsy: A Single
Tertiary Center Study
2023
Coreia do Sul
Descrever as características da epilepsia
em pacientes com paralisia cerebral
(CP).
Estudo
descritivo retrospectivo
As principais indicações para tratamento
incluíram epilepsia, espasticidade, dor, pro-
blemas comportamentais, distúrbios do sono
e distonia. O estudo destaca a necessidade
de mais ensaios clínicos para determinar as
indicações apropriadas
VI
A4) Use and caregiver reported ecacy
of medical cannabis in children and
adolescents in Switzerland
2021
Suiça
Examinar as características clínicas e
epidemiológicas do tratamento com
cannabis medicinal
Estudo descritivo retrospectivo
Produtos com THC reduziram dor e
convulsões, enquanto produtos com CBD
diminuíram a frequência de convulsões. São
necessárias mais diretrizes de tratamento e
ensaios clínicos para avaliar a ecácia a longo
prazo da cannabis medicinal em jovens.
VI
A5) Medical cannabinoids: a pharma-
cology-based systematic review and
meta-analysis for all relevant medical
indications
2022
Alemanha
Avaliar a ecácia, retenção e eventos
adversos em diversas condições
médicas.
revisão sistemática e meta-análise.
Os canabinoides demonstram benefícios po-
sitivos para várias condições médicas, como
epilepsia, dor crônica e doença de Parkinson.
Evidências de alta qualidade apoiam seu uso
no tratamento da dor crônica e espasticidade
em pacientes com esclerose múltipla.
I
A6) Characterizing the Use of Nabi-
ximols (9-\Tetrahydrocannabinol–
Cannabidiol) Buccal Spray in Pediatric
Patients
2023
Canadá
Descrever o uso de nabiximols em
crianças hospitalizadas.
Ensaio clínico
O estudo conclui que o Nabiximols foi pres-
crito para crianças de todas as faixas etárias,
principalmente para dor e náuseas/vômitos,
destacando a necessidade de mais pesquisas,
especialmente ensaios clínicos randomizados
prospectivos
II
A7) Dosage Related Ecacy and To-
lerability of Cannabidiol in Children
With Treatment-Resistant Epileptic
Encephalopathy: Preliminary Results
of the CARE-E Study
2019
Canadá
Avaliar a ecácia e tolerabilidade da
dosagem de Canabidiol (CBD) em
crianças com encefalopatia epiléptica
resistente ao tratamento.
Ensaio clínico
Quanto à efetividade, todos os sete partici-
pantes apresentaram melhorias na frequência
de convulsões, nos escores de Qualidade
de Vida na Epilepsia Infantil Modicada
(QOLCE) e nos escores de eletroencefalo-
grama (EEG), sendo que três participantes
se tornaram livres de convulsões
II
A8) Clinician views on and ethics
priorities for authorizing medical can-
nabis in the care of children and youth
in Canada: a qualitative study
2022
Canadá
Delinear as perspectivas dos clínicos,
prioridades éticas e valores para a
autorização de cannabis medicinal.
Estudo qualitativo
Os participantes, representando diversas
especialidades clínicas e experiências, ressal-
taram a importância de reformas regulatórias
e pesquisas adicionais para aprimorar o
cuidado de pacientes pediátricos que possam
se beneciar do uso de produtos à base de
cannabis.
VI
A9) A Survey on Cannabinoid Tre-
atment of Pediatric Epilepsy Among
Neuropediatricians in Scandinavia and
Germany
2020
Alemanha/Escandinávia
Conhecer as atitudes em relação ao
uso de canabinoides no tratamento da
epilepsia pediátrica entre neuropedia-
tras na Escandinávia e na Alemanha.
Estudo qualitativo
Destaca-se a necessidade de um monito-
ramento cuidadoso das interações com
outros medicamentos antiepilépticos ao
se prescrever a terapia com CBD. Com a
provável disponibilidade de um produto de
CBD aprovado e os resultados de ensaios
clínicos recentes, é esperado que a situação
em relação à terapia com base em CBD
para epilepsia refratária pediátrica evolua
no futuro.
VI
Artigo de Revisão
Harmuch, C.
119
Com base nos estudos analisados, foi elaborado um quadro que
agrupa os artigos conforme a similaridade de conteúdo em cada
sessão (Quadro 2).
Quadro 2 - Categorização dos artigos selecionados de acordo com
a similaridade de conteúdo
Categorias Artigos
O Potencial Terapêutico dos Canabinoides na
Paralisia Cerebral
A2, A4,
A5
Conhecimento sobre o uso e a prescrição de
canabinoides medicinais
A6, A8,
A9
Investigação e regulamentação no uso terapêu-
tico de canabinoides no tratamento da epilepsia
A1, A3,
A7
Diante do exposto, os estudos foram organizados em três cate-
gorias, com base em suas características: Potencial terapêutico do
CBD, conhecimento sobre o uso e prescrição do CBD e pesquisa
e regulamentação no uso terapêutido do CBD. Os achados foram
discutidos com embasamento na literatura cientíca, que será abor-
dada a seguir.
Discussão
Neste tópico, abordaremos temas relacionados ao potencial tera-
pêutico dos canabinoides na paralisia cerebral, epilepsia e uso me-
dicinal. Serão discutidos aspectos como conhecimento, segurança e
desaos na prescrição de canabinoides, e por m, a pesquisa, regu-
lamentação e educação como pontos-chave para a compreensão e a
implementação adequada desse tratamento.
O Potencial Terapêutico dos Canabinoides na Paralisia Cere-
bral
Uma ampla variedade de abordagens terapêuticas e tratamentos
medicamentosos foram descritos para os sintomas apresentados por
pacientes com PC. Os medicamentos são frequentemente prescri-
tos no manejo da epilepsia e dos distúrbios do movimento associa-
dos a essa condição.Além dos medicamentos convencionais, os
canabinóides tem sido cada vez mais utilizados para diversas situa-
ções clínicas, especialmente na pediatria.
A epilepsia está entre as três principais indicações para o uso de ca-
nabinóides em crianças com PC, devido aos resultados promissores
observados no tratamento de formas especícas de epilepsia infan-
til. A segunda condição mais comum para o uso de canabinoides
é a espasticidade, seguida pela dor, que também é frequentemente
relatada entre os sintomas.
Além do controlo das crises como principal critério para uso do
CBD, evidencias provenientes de relatos de pais destacam a me-
lhoria do sono e do comportamento, que também são signicati-
vos na valorização da qualidade de vida dessas crianças.
Essa perspetiva é respaldada por um estudo realizado com cuida-
dores na Califórnia (EUA), que concluiu que o CBD pode ser um
adjuvante benéco para crianças com PC, especialmente aquelas
cujos sintomas são mais serveros. Os cuidadores relataram melho-
rias signicativas nas areas de saúde emocional, espasticidade e dor,
reforçando a perceção de ecácia do CBD.
Além disso, crianças que têm distúrbios de movimentos complexos,
que englobam uma variedade de condições neurológicas, também
têm potencial para se beneciarem do tratamento com canabinoi-
des. Esses distúrbios frequentemente estão associados a complica-
ções ortopédicas graves, dor crônica, diculdades alimentares, obs-
tipação e distúrbios do sono, o que justica investigações adicionais
sobre a ecácia dos canabinoides medicinais.
O CBD parece atuar sinergicamente, potencializando os efeitos be-
nécos do THC, ao reduzir sua psicoatividade, permitindo que os
pacientes tolerem doses mais elevadas e complementem os efeitos
anti-espasmódicos do THC.
Os mecanismos de ação dos canabinoides na PC incluem proprie-
dades anti-espasmódicas, anti-inamatórias e anticonvulsivantes.
Apesar da ocorrência de efeitos adversos leves a moderados, não
foram identicados relatos de efeitos colaterais duradouros, o que
sugere um perl de segurança favorável.
No entanto, é imprescindivel que mais pesquisas sejam realizadas,
abrangendo amostras maiores e diversicadas, além de períodos de
acompanhamento mais longos, para elucidar com precisão o papel
dos canabinoides na PC.
Ainda assim, os dados disponíveis até o momento indicam que os
canabinoides podem representar uma alternativa terapêutica ecaz
e segura para crianças com PC, especialmente aquelas que enfren-
tam formas mais graves da doença. A continuidade dos estudos é
fundamental para consolidar essas evidências e ampliar as opções de
manejo para essa população.
Conhecimento sobre o uso e a prescrição de canabinoides me-
dicinais
O aumento da aceitação e do uso de canabinoides medicinais como
alternativas terapêuticas para diversas condições médicas têm gera-
do um intenso debate sobre questões de segurança, ecácia e regu-
lamentação dessas substâncias.
A FDA dos EUA aprovou uma solução oral de CBD altamente
puricada especicamente para o tratamento de convulsões asso-
ciadas a determinadas síndromes epilépticas em pacientes com 2
anos de idade.
Um estudo de longo prazo, com 607 pacientes com epilepsias re-
fratárias, administrou doses que variaram de 2 a 10 mg/kg/dia,
escalonadas até um limite de 25 a 50 mg/kg/dia. Os resultados
mostraram que 52% dos pacientes experimentaram uma redução
de pelo menos 50% na frequencia das crises após 12 semanas, e essa
taxa se manteve estável ao longo de 96 semanas. Os efeitos adversos
mais frequentemente relatados foram diarreia e sonolência, mas a
maioria dos pacientes (76%) indicou uma melhora em sua quali-
dade de vida, o que sugere que os benefícios do tratamento podem
superar seus incovenientes.
No entanto, um estudo realizado na Austrália com psiquiatras e
residentes de psiquiatria revelou que mais da metade dos partici-
pantes ainda têm diculdade em distinguir as indicações terapêuti-
cas do CBD em comparação ao THC, o que evidência lacunas no
conhecimento que podem afetar a prática clínica.
O CBD é especialmente recomendado para síndromes epilépticas
na infância, como Dravet e Lennox-Gastaut, assim como em con-
dições psiquiátricas em adultos, com doses que variam de 200 a
800 mg/dia, divididas em duas ou três administrações. Entre os
efeitos colaterais, destacam-se hipersensibilidade, aumento das
transaminases hepáticas, sonolência e, em casos raros, pensamentos
suicidas e risco de convulsões em situações de interrupção abrupta
do uso. 
Artigo de Revisão
Pensar Enfermagem / v.28 n.01 / Novembro 2024
DOI: 10.71861 /pensarenf.v28i1.333 120
Por outro lado, o THC tem indicações que incluem o tratamento
de náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia, dor crônica,
anorexia e perda de peso associadas ao vírus da imunodeciência
humana, dor neuropática e espasticidade muscular em esclerose
múltipla, com dosagens que geralmente variam entre 10 e 30mg/
dia, também divididas em duas ou três doses. Os efeitos colaterais
do THC são mais variados e podem incluir desde sonolência e boa
seca até os raros, como alucinações e dependência.Essa variabili-
dade nos pers de efeitos colaterais destaca a importância da esco-
lha da substância e da dosagem adequada para cada paciente.
Uma pesquisa europeia identicou que, entre médicos que tratam
epilepsia em crianças e adolescentes, apenas 48% prescrevem CBD
puro, indicando que muitos prossionais ainda recorrem a prepa-
rações que incluem THC. As dosagens de CBD, quando prescritas,
podem variar de menos de 10 a até 50 mg/kg por dia, onde 20
mg/kg demonstraram ecácia em estudos clínicos, embora alguns
pacientes possam necessitar de doses superiores. A segurança de
doses mais altas é evidenciada pela ausência de dados conclusivos
que estabeleçam um limite máximo seguro. 
Outro estudo que analisou o uso de óleo de cannabis enriquecido
com CBD em pacientes com Síndrome de West obteve resultados
promissores, com uma redução signicativa na frequencia de con-
vulsoes em diversos pacientes com idades entre 16 e 22 meses. A
dose inicial foi de 2 mg/kg/dia, aumentada para uma média de 12
mg/kg/dia. Alguns pacientes também apresentaram melhorias no
eletroencefalograma (EEG). Os efeitos colaterais observados foram
leves e temporários, sem aumento nas enzimas hepáticas indicando
um perl de segurança favorável. 
Adicionalmente, em Israel, pesquisadores investigaram o uso de
extrato de óleo de cannabis com CBD em pacientes com epilepsia
resistente a medicamentos, onde mais da metade dos participantes
apresentou uma redução superior a 50% nas crises, corroborando a
ecácia do tratamento.
Contudo, 46% dos pacientes relataram reações adversas, sendo essa
uma das principais razões para a interrupção.
Além disso, um spray bucal canabinóide contendo THC e CBD foi
utilizado em adultos para condições relacionadas à dor oncológica
e espasticidade. No entanto, o uso desse spray em crianças enfrenta
desaos, especialmente em termos de documentação e mensuração
da ecácia, ressaltando a necessidade de protocolos mais claros e de
investigações mais robustas.
Em suma, à medida que as opções de tratamento com canabinoi-
des medicinais se expandem, os estudos revisados oferecem contri-
buições relevantes sobre suas indicações e ecácia. A diferenciação
entre CBD e THC, juntamente com a compreensão dos efeitos
colaterais associados e a necessidade de formação adequada dos
prossionais de saúde, são aspectos essenciais a serem considerados
no contexto da terapia com canabinóides.
Pequisa e regulamentação no uso terapêutico de canabinoides
no tratamento da epilepsia
A crescente popularidade do CBD como alternativa terapêutica
torna imprescindível que seu uso seja respaldado por evidências
cientícas sólidas. A realização de pesquisas aprimoradas pode
expandir o entendimento sobre os efeitos, benefícios e potenciais
riscos associados ao cannabidiol, promovendo sua aceitação e uso
seguro na prática clínica.
No que diz respeito à sua ação, os canabinoides presentes nas
plantas de cannabis, como o THC e o CBD, exercem seus efeitos
interagindo com os receptores CB1 e CB2 do sistema endocana-
binoide. Enquanto o THC atua como um agonista parcial desses
receptores e produz efeitos psicotrópicos, o CBD demostra uma
baixa anidade, o que sugere que sua atividade antiepiléptica não
está diretamente relacionada ao sistema endocanabinoide. Esse
contexto reforça a importância de continuar a investigar as proprie-
dades terapêuticas do CBD.
Pesquisas indicam que o efeito entourage, que se refere à ação sinér-
gica de vários componentes da planta, pode resultar em uma ecá-
cia maior do que o uso isolado do CBD ou do THC, melhorando
a tolerância e potencializando as propriedades terapêuticas dos ca-
nabinoides.
Além disso, investigações revelaram que o THC apresenta efeitos
anticonvulsivantes em 61% dos casos examinados, mas também
tem potenciais efeitos pró-convulsivantes em uma pequena por-
centagem dos estudos realizados em seis espécies de animais.35 Em
contraste, tanto o CBD quanto a canabidivarina mostraram-se an-
ticonvulsivantes em 80,5% das avaliações, sem apresentar efeitos
pró-convulsivantes. 
Tais descobertas fomentaram o uso do CBD puro e extratos de
cannabis enriquecidos em tratamentos direcionados à epilepsia em
humanos, ainda que relatos sobre a ecácia e os efeitos colaterais
variem entre os casos, sendo necessária uma análise minuciosa para
compreendê-los. 
Relatos de estudos demonstram benefícios signicativos
no controlo das crises epilépticas, evidenciando reduções na fre-
quencia das convulsoes, assim como melhorias em questões como
sono, alerta e humor quando tratados com extratos de cannabis
ricos em CBD. Contudo, a principal limitação que permeia es-
ses estudos reside na diversidade dos tipos da doença analisados,
além das variações nas composições químicas, dosagens, métodos
de administração e processos de fabricação.. Isso gera uma
heterogeneidade na qualidade e consistência dos produtos dispo-
níveis, especialmente os caseiros, que muitas vezes não passam por
rigorosos controlos de qualidade. Existem relatos de produtos que
não continham CBD ou apresentavam quantidades muito aquém
do que era alegado, ressaltando a necessidade de aderir as normas
regulatórias.
Exemplos de produtos que cumpriram padrões rigorosos existem,
como o extrato de cannabis comercializado em Israel, que apresen-
ta uma proporção de CBD para THC de 2:1, 5:1 e 20:1, sendo
este último o mais comum, e demonstrou ecácia no controlo das
crises epilépticas em pacientes refratários. A maioria dos pacien-
tes tratados com esse extrato registrou uma redução signicativa
na frequência de episódios convulsivos, assim como melhorias em
comportamento, estado de alerta, habilidades motoras e sono.
Embora as evidências disponíveis sejam promissoras, a ecácia e
segurança de extratos de cannabis com CBD necessitam ser conr-
madas por meio de ensaio clínicos controlados. Não obstante, há
dados substanciais que apoiam o uso do CBD puro no manejo da
epilepsia refratária, especialmente em condições como a síndrome
de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut. Apesar das lacunas
existentes, os canabinóides emergem como uma alternativa viável e
promissora para o tratamento das epilepsias refratárias.
Portanto, os canabinoides revelam-se terapeuticamente ecazes
Artigo de Revisão
Harmuch, C.
121
para diversas condições médicas, desde que se considerem suas
particularidades farmacológicas. A realização de pesquisas e a im-
plementação de regulamentações são essenciais para garantir a qua-
lidade e segurança dos produtos à base de cannabis no tratamento
da epilepsia refratária. A utilização de produtos padronizados e a
realização de ensaios clínicos controlados são fundamentais para
validar a ecácia dos extratos de cannabis que contem CBD.
Conclusão
Percebe-se que a utilização de canabinoides medicinais para o trata-
mento de crianças com PC tem se mostrado promissora, especial-
mente no controlo da espasticidade, dor e convulsões. Apesar dos
benefícios signicativos na qualidade de vida dos pacientes, com
poucos eventos adversos relatados, mais pesquisas são necessárias
para determinar o papel exato dos canabinoides na PC.
Ainda assim, os resultados até o momento sugerem que os cana-
binoides podem ser uma opção terapêutica ecaz e segura para
crianças com PC, especialmente aquelas com formas mais graves
da doença.
Dessa forma, em um cenário onde a prescrição de canabinoides
medicinais desperta interesse e incertezas, os estudos analisados
fornecem informações importantes sobre seu uso e ecácia. A di-
ferenciação entre CBD e THC, suas indicações e efeitos colaterais
são aspectos fundamentais a serem considerados ao optar por essa
forma de tratamento.
Portanto, os canabinoides são ecazes terapeuticamente para vá-
rias condições médicas, desde que sejam consideradas suas proprie-
dades farmacológicas especícas. Pesquisas e regulamentações são
fundamentais para assegurar a qualidade e segurança dos produtos
à base de cannabis no tratamento da epilepsia refratária.
Produtos padronizados e ensaios clínicos controlados são essenciais
para validar a ecácia dos extratos de cannabis com CBD. Além
disso, a educação sobre cannabis é fundamental para diminuir o
estigma e promover uma abordagem informada.
Como limitação do estudo, destaca-se a seleção de idiomas, que se
concentra apenas em inglês e português, o que pode ter excluído
pesquisas relevantes em outras línguas e subrepresentado contextos
latino-americanos. A ausência de bases como LILACS e SciELO
restringe a generalização dos resultados. Apesar dessas limitações,
o estudo se sobressai ao oferecer insights valiosos sobre a produção
acadêmica nos idiomas escolhidos, contribuindo assim para o avan-
ço do conhecimento na área.
As implicações práticas do estudo sobre o uso de canabinoides, es-
pecialmente o CBD, no manejo de sintomas em pacientes com PC
e outras condições médicas são signicativas. A pesquisa evidên-
cia uma ampliação das opções terapêuticas, apresentando o CBD
como uma alternativa ecaz e segura no tratamento de sintomas
como epilepsia, espasticidade e dor, o que enriquece as estratégias
disponíveis para prossionais de saúde.
Além disso, a possibilidade de personalização do tratamento é re-
forçada, uma vez que a melhora não apenas no controlo das crises,
mas também na qualidade de vida geral dos pacientes. A educação
e capacitação dos prossionais de saúde também se mostram essen-
ciais, dada a necessidade de preencher lacunas de conhecimento
acerca das indicações terapêuticas do CBD. Ademais, a realização
de estudos abrangentes é essencial para gerar evidências robustas
que justiquem a incorporação do uso de canabinoides na práti-
ca clínica, considerando os potenciais efeitos colaterais que exigem
um monitoramento rigoroso.
Por m, a implementação de uma abordagem interdisciplinar no
tratamento e a regulamentação adequada dos produtos disponíveis
são de suma importância para garantir a segurança dos canabinoi-
des em ambientes clínicos, assim como a promoção de um diálogo
aberto entre prossionais de saúde, pacientes e cuidadores para de-
cisões informadas e fundamentadas.
Autoria e Contribuições
Harmuch, Camila: Conceção e desenho do estudo; Recolha de da-
dos; Análise e interpretação dos dados; Redação do manuscrito;
Devechi, Anny CR: Conceção e desenho do estudo; Recolha de
dados; Análise e interpretação dos dados; Redação do manuscrito;
Barbosa, Cecily: Conceção e desenho do estudo; Recolha de dados;
Análise e interpretação dos dados;Redação do manuscrito;
Lima, Ana LS: Conceção e desenho do estudo; Recolha de dados;
Análise e interpretação dos dados;Redação do manuscrito;
Pini, Jéssica S: Revisão crítica do manuscrito; Aprovação da versão
nal do manuscrito e assunção de responsabilidade pelo mesmo.
Jaques, André E: Revisão crítica do manuscrito; Aprovação da ver-
são nal do manuscrito e assunção de responsabilidade pelo mes-
mo;
Paiano, Marcelle: Revisão crítica do manuscrito; Aprovação da ver-
são nal do manuscrito e assunção de responsabilidade pelo mes-
mo.
Conitos de interesse e Financiamento
Nenhum conito de interesse foi declarado pelos autores.
Fontes de apoio / Financiamento
O estudo não foi objeto de nanciamento.
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