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Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / novembro 2023
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.277
Artigo de Revisão
Como citar este artigo: Sousa IT, Bértolo MH. O papel dos avós na transição para a parentalidade: uma
scoping review. Pensar Enf [Internet]. 2023 Nov; 27(1):137-146. Available from:
https://doi.org/10.56732/pensarenf.v27i1.277
O papel dos avós na transição para a parentalidade:
uma
scoping review
The role of grandparents in the transition to
parenting: a scoping review
Resumo
Introdução
A transição para a parentalidade envolve um conjunto de mudanças intra e interpessoal, que
afeta não só a mulher e companheiro(a), assim como todo o sistema familiar. Os avós são
evidenciados como figuras de destaque na família contemporânea, constituindo-se a
principal fonte de apoio e suporte para a família neste processo. Torna-se, assim, de extrema
importância perceber como os avós podem influenciar ou não a transição para a
parentalidade, agindo como agentes facilitadores ou como barreiras neste processo.
Objetivo
Mapear a evidência científica disponível sobre o papel dos avós na transição para a
parentalidade dos seus filhos, englobando o período da gravidez, parto e período pós-parto
até 3 anos.
Métodos
Esta revisão scoping foi desenvolvida segundo a metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI),
2020, tendo sido efetuada pesquisa em abril e maio 2022 e atualizada em julho 2023. Foram
incluídos estudos de natureza qualitativa, quantitativa ou mista, bem como artigos de revisão,
publicados em inglês e produzidos entre 2015 e 2023. Esta revisão scoping inclui artigos que
abordam o papel dos avós, no contexto da transição para a parentalidade dos filhos,
incluindo o momento da gravidez, parto e período pós-parto até 3 anos.
Resultados
Foram incluídos 11 artigos que cumpriram os critérios de inclusão. Quatro categorias
emergiram: os avós como fonte de suporte; os avós e a influência na nutrição das famílias e
no aleitamento materno exclusivo; a ambivalência de sentimentos e o papel dos profissionais
de saúde.
Conclusão
Os avós podem evidenciar-se como figuras de destaque na família durante a transição para
a parentalidade dos seus filhos, desenvolvendo papéis de suporte instrumental, emocional,
informativo e financeiro; podem influenciar no aleitamento materno exclusivo e na nutrição
familiar. Quando os conceitos e convicções sobre aspetos fundamentais relativos às crianças
diferem, podem surgir sentimentos ambivalentes que conduzem a conflitos intergeracionais.
Há uma lacuna nos cuidados de saúde relativamente à inclusão de pessoas significativas no
cuidado ao casal e criança, nomeadamente dos avós.
Palavras-chave
Avós; papel; transição para a parentalidade; gravidez; parto; pós-parto.
Abstract
Introduction
The transition to parenthood involves a set of intra and interpersonal changes, which affect
not only the woman and her partner, but also the entire family system. Grandparents are
highlighted as prominent figures in the contemporary family, constituting the main source
Inês Tomé Sousa
1
orcid.org/0009-0000-6952-0758
Maria Helena Bértolo
2
orcid.org/0000-0002-6612-2700
1
Estudante de mestrado em Enfermagem de Saúde
Materna e Obstétrica. Escola Superior de Enfermagem
de Lisboa (ESEL), Lisboa, Portugal.
2
Mestrado. Centro de Investigação, Inovação e
Desenvolvimento em Enfermagem de Lisboa
(CIDNUR), Lisboa; Escola Superior de Enfermagem
de Lisboa (ESEL), Departamento de Saúde Materna,
Lisboa, Portugal.
Autor de correspondência
Inês Sousa
E-mail: isousa@campus.esel.pt
Recebido: 20.04.2023
Aceite: 11.09.2023
138 | Sousa, I.
Artigo de Revisão
of support for the family in this process. Therefore, it is
extremely important to understand how grandparents can
influence or not the transition to positive parenting, acting
as facilitating agents or as hinderances in this process.
Objective
To map the available scientific evidence regarding the role
of grandparents in the transition to parenthood of their
children, encompassing the period of pregnancy, childbirth
and the postpartum period up to 3 years.
Methods
This scoping review was developed according to the
methodology of the Joanna Briggs Institute (JBI), 2020, with
research carried out in April and May 2022 and updated in
July 2023. Qualitative, quantitative or mixed studies were
included, as well as review articles, published in English and
produced between 2015 and 2023. This scoping review
includes articles that address the role of grandparents in the
context of the transition to parenting of their children,
including the time of pregnancy, childbirth and the
postpartum period up to 3 years.
Results
11 articles that met the inclusion criteria were included. Four
categories emerged: grandparents as a source of support;
grandparents and their influence on family nutrition and
exclusive breastfeeding; the ambivalence of feelings and the
role of health professionals.
Conclusion
Grandparents can stand out as prominent elements of the
family during the transition to parenting of their children,
developing instrumental, emotional, informational and
financial support roles; may influence exclusive
breastfeeding and family nutrition. When concepts and
beliefs about fundamental aspects relating to children differ,
ambivalent feelings can arise and that lead to
intergenerational conflicts. There is a gap in health care
regarding the inclusion of meaningful people in the care of
the couple and the child, in this case the grandparents.
Keywords
Grandparents; role; parenthood transition; pregnancy;
childbirth; post-partum.
Introdução
A parentalidade pode ser entendida como um dos aspetos
mais exigentes e desafiadores da vida de uma pessoa.
Tornar-se mãe e pai é um marco importante e pode ser
simultaneamente um período de grande alegria, mas
também um evento de vida stressante.
1
Assim, a
parentalidade pode ser entendida como um conjunto de
laços afetivos, conhecimentos, atitudes, e comportamentos
das mães e dos pais, que é influenciada por vários fatores,
como as experiências anteriores (da sua própria infância),
as circunstâncias, as expetativas e as crenças pessoais e
socioculturais.
2
É igualmente influenciada pelo sentido de
c
ompetência pessoal, da relação conjugal ou da relação
estabelecida com o outro progenitor, com a rede de apoio
(nomeadamente a família), com os serviços sociais
disponíveis, bem como por outras situações de
desigualdade ou vulnerabilidade.
2
O conceito de
parentalidade refere-se, portanto, ao conjunto de atividades
e atitudes e à forma de interagir nas relações com os filhos.
3
Segundo Meleis
4
a transição para a parentalidade é um
conceito multidimensional que pressupõe mudanças de
papéis, definições e redefinições do self e da própria
transição, sendo esta considerada uma passagem ou
movimento de um estado, condição ou local para outro.
A transição para a parentalidade é um processo complexo
de várias alterações e ajustamentos fisiológicos,
psicoemocionais, sociais e culturais. É um processo
exigente, caracterizado por uma constante aprendizagem,
por um desenvolvimento de competências e
relacionamentos e por uma profunda reconstrução
identitária.
5
A experiência parental depende das estratégias
e das respostas parentais e estas incluem componentes
cognitivos de aprendizagem e tomada de decisão,
componentes relacionais, como o suporte familiar, e
componentes operacionais, como a partilha de tarefas,
reorganização de rotinas e conciliação de papéis.
5
Ter
apoio, seja ele emocional ou físico, pode ser encarado como
uma ajuda crucial neste processo, diminuindo a perceção de
eventos stressantes, e ajudando os pais a lidar com os
mesmos mais eficazmente.
6
Deste modo, a natureza da
transição para a parentalidade afeta não só a mulher, como
o seu companheiro(a), e todo o sistema familiar e, por sua
vez, envolve um conjunto de mudanças intra e interpessoal.
Dessen
7
evidencia os avós como figuras de destaque na
família contemporânea, constituindo-se a principal fonte de
apoio e suporte para a família neste processo, promovendo
apoio emocional, material e financeiro.
Os pais, vão deparar-se com um conjunto de situações
novas e inesperadas, para as quais a experiência, ou a falta
desta, não fornece ainda respostas eficazes ou convictas.
Nesta altura, o suporte prestado pelos avós, seja ele
instrumental ou emocional, se prestado de forma adequada
torna-se um fator protetor de adaptação dos pais nova
tarefa que se impõe.
8
Para compreender estas transições é fundamental conhecer
a estrutura e as funções da rede de apoio das famílias, uma
vez que estas variam de acordo com o contexto
sociocultural, com o tempo e o estadio de vida do indivíduo
e da própria família enquanto grupo.
9
Torna-se, assim, de
extrema importância perceber como os avós podem
influenciar ou não a transição para a parentalidade, agindo
como agentes facilitadores ou como barreiras neste
processo.
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Artigo de Revisão
Por último, e após consulta da base de dados do JBI, foi
confirmado que não existe nenhuma revisão scoping sobre
este tema, o que acentua, ainda mais, a sua relevância. Neste
sentido, o objetivo desta revisão scoping é mapear a evidência
científica disponível sobre o papel dos avós na transição
para a parentalidade dos seus filhos, englobando o período
da gravidez, parto e período pós-parto até 3 anos.
A questão de investigação desta revisão scoping é: Qual o
papel dos avós na transição para a parentalidade dos seus
filhos?
Métodos
Com o intuito de orientar esta revisão scoping, foi elaborado
um protocolo da mesma, publicado na plataforma Open
Science Framework (OSF), com a identificação
DOI 10.17605/OSF.IO/KJC2Y.
Critérios de inclusão
Tipo de População: Esta revisão scoping incluirá artigos
que abordem os avós que tenham vivenciado a transição
para a parentalidade dos filhos e outros membros da
comunidade que testemunharam a vivência dos avós na
transição para a parentalidade dos seus filhos.
Conceito: Esta revisão scoping incluirá artigos que abordem
o papel dos avós que tenham vivenciado a transição para a
parentalidade dos filhos.
Contexto: Esta revisão scoping incluirá artigos que abordem
o papel dos avós, no contexto da transição para a
parentalidade dos filhos, incluindo o momento da gravidez,
parto e período pós-parto. Considerou-se o período pós-
parto até 3 anos após o parto, uma vez que que se pretende
abranger os desenvolvimentos e ajustamentos físicos,
emocionais, psicológicos, sociais e culturais que esta
transição compreende. Este período mais alargado
evidencia, assim, a importância de considerar a transição
para a parentalidade como um processo contínuo,
complexo e exigente, promovendo uma abordagem mais
abrangente e holística.
Tipos de fontes de informação: Esta revisão scoping
considerá todos os estudos de natureza qualitativa,
quantitativa ou mista, bem como artigos de revisão,
publicados em língua portuguesa, inglesa ou espanhola, que
cumpram os critérios de inclusão descritos. Relativamente
à questão temporal opta-se por definir como critério de
inclusão os estudos publicados nos últimos 8 anos (2015 a
2023), com o propósito de reunir a mais recente evidência
científica.
Estratégia de pesquisa
A estratégia de pesquisa desta revisão scoping tem como
objetivo identificar artigos publicados em português, inglês
ou espanhol, nos últimos oito anos que retratem o papel
dos avós na transição para a parentalidade dos seus filhos.
Conforme a estratégia definida pelo JBI
10
, esta foi
planificada em três etapas distintas.
Numa primeira etapa foi efetuada uma pesquisa limitada às
bases de dados CINAHL, MEDLINE, através da
plataforma EBSCOhost, e a base de dados Scopus, para
identificar artigos sobre o tema. Para tal, foram utilizadas as
palavras-chave extraídas dos termos naturais da questão de
investigação. Seguidamente, efetuou-se uma análise das
palavras utilizadas nos títulos e resumos e a identificação
dos termos indexados correspondentes a cada base de
dados. Neste sentido, foi elaborado um quadro referente às
palavras-chave, termos naturais e respetivos termos
indexados (quadro 1), com o objetivo de organizar a
primeira etapa.
Quadro 1. Sistematização dos critérios de inclusão, dos termos naturais e respetivos termos indexados na base de dados
CINAHL, MEDLINE e Scopus.
Palavras-chave
Termos indexados
CINAHL
Termos Scopus
Avós
Grandparents
Grandparents
Papel
Role
Role
Transição para a
parentalidade
--
--
Childbirth
Pregnancy
Postnatal period
Parenthood transition
Parenting transition
Childbirth
Pregnancy
Post-partum
140 | Sousa, I.
Artigo de Revisão
Numa segunda etapa foi efetuada uma pesquisa recorrendo
a todos os termos naturais e termos de indexação
identificados no quadro 1, nas bases de dados
separadamente.
Na base de dados CINAHL realizou-se uma pesquisa dos
termos naturais bem como os respetivos termos de
indexação, cruzando-se posteriormente com o operador
booleano OR. Após a agregação entre os termos naturais e
os respetivos termos de indexação, foi efetuada nova
pesquisa associando os resultados obtidos anteriormente,
com o operador booleano AND. Este processo encontra-
se retratado no Apêndice I e com a expressão de pesquisa:
((grandparents OR (MM “Grandparents”) OR
“grandparents”)) AND ((role OR (MM “role+) OR
“role”)) AND ((parenthood transition OR parenting
transition OR “transition to parenthood” OR “parenting
transition”) OR (childbirth OR (MM “childbirth+”) OR
“childbirth”) OR (pregnancy OR (MM “Pregnancy+”) OR
“pregnancy”) OR (postpartum OR (MM “Postnatal
Period+”) OR “postpartum”)).
Seguiram-se os mesmos passos na base de dados
MEDLINE, com os respetivos termos identificados na
Tabela 1. Este processo é apresentado no Apêndice II.
Relativamente à base de dados Scopus, realizou-se uma
pesquisa apenas dos termos naturais, uma vez que esta base
de dados não apresenta termos indexados, cruzando-se os
termos childbirth, pregnancy e post-partum, com o operador
booleano OR, bem como os termos parenthood transition e
parenting transition e os restantes termos com o operador
booleano AND. Este processo encontra-se retratado no
Apêndice III.
Por último, na terceira etapa da estratégia de pesquisa foi
realizada uma análise das referências bibliográficas dos
artigos selecionados, procurando mais evidência, sobretudo
primária.
Esta pesquisa foi efetuada entre abril e maio 2022 e
atualizada em julho 2023, alargando o seu limite temporal a
2023.
Seleção de estudos
Os artigos encontrados foram analisados por dois revisores
independentes, tendo em conta a relevância do título e do
resumo. Foram removidos os duplicados e os que não
correspondiam aos critérios de inclusão previamente
definidos.
Posteriormente, os artigos selecionados foram analisados
integralmente através da leitura full-text, atendendo todos
aos critérios de inclusão, não tendo sido excluído nenhum.
Esta etapa foi igualmente realizada por dois revisores
independentes, tendo as divergências entre estes sido
resolvidas por meio de discussão.
Foi integrado um artigo através da análise das referências
bibliográficas dos artigos anteriormente selecionados.
Extração de dados
Foi construída uma ferramenta de extração de dados por
um revisor independente, de acordo com as indicações do
JBI
10
. Esta ferramenta foi testada, com intuito de garantir a
sua clareza e rigor dos dados extraídos. Foi através da
mesma que os dados dos artigos selecionados foram
extraídos.
Assim, os dados extraídos detalham com clareza e
especificidade, aspetos sobre fenómeno de interesse,
população, objetivos, método de estudo e resultados
significativos para a questão de investigação.
Apresentação de dados
Os dados extraídos dos artigos selecionados, estão
apresentados em forma de narrativa, bem como em quadro
(Apêndice IV), que organiza os estudos de acordo com o
título, autores, ano de publicação, país de origem, idioma,
tipo de estudo, objetivos, amostra e resultados relevantes
para a questão de investigação A discussão de resultados é
elaborada em forma de narrativa.
Resultados
Resultados da pesquisa
A pesquisa nas três bases de dados identificou um total de
63 artigos. Após serem removidos os duplicados,
permaneceram 57 artigos para análise de títulos e resumos
de acordo com os critérios de inclusão definidos. Nesta
fase, foram excluídos 47 artigos por não corresponderem a
um ou mais critérios de inclusão, ficando para análise em
full-text 10 artigos. Foram analisados os 10 artigos e nenhum
foi excluído. Foram, igualmente, consultadas as referências
bibliográficas dos 10 artigos selecionados e foi integrado
mais um artigo em full-text, num total de 11 artigos incluídos
nesta revisão scoping. Este processo encontra-se
esquematizado no diagrama Prisma a que a figura 1 se refere.
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DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.277
Artigo de Revisão
Figura 1. Diagrama PRISMA: resultados da pesquisa e seleção de estudos a integrar na revisão scoping. Adaptado JBI.
10
Caraterísticas das fontes de evidência
Os artigos selecionados nesta revisão scoping foram
publicados entre 2015 e 2023, sendo que 72% (n=8) foi
publicado nos últimos seis anos. São todos artigos
publicados em revistas internacionais, como a Journal of
Family Issues (n=1), Nursing Inquiry (n=1), Global Public
Health (n=1), Maternal & Child Nutrition (n=1), International
Journal of Childbirth Education (n=1), Midwifery (n=2),
Breastfeeding Review (n=1), BMC Pregnancy and Childbirth
(n=1), Human Nature (n=2). Todos os artigos são escritos
em inglês. Dois artigos são provenientes da China, outros
dois dos Estados Unidos da América (EUA), seguindo-se a
Áustria, Gana, Colômbia, Nova Zelândia, Austrália, França
e Namíbia, com um artigo cada. Foram, então, incluídas
quatro revisões da literatura e sete estudos primários de
abordagem qualitativa ou mista.
A população dos artigos é variada, inclui casais que foram
pais, inclui avós, profissionais de saúde, bem como líderes
comunitários.
Sete estudos utilizaram como metodologia entrevistas
semi-estruturadas em profundidade e a maioria dos estudos
tem como objetivo avaliar e explorar experiências de pais e
avós na transição para a parentalidade.
CINAHL COMPLETE: 20
MEDLINE COMPLETE: 36
Scopus: 7
(n = 63)
Artigos removidos antes da seleção:
Duplicados (n = 6)
Artigos analisados por títulos
(n = 57)
Artigos excluídos por títulos
(n = 38)
Artigos analisados pelos resumos
(n = 19)
Artigos excluídos pelos resumos
(n = 9)
Artigos em full-text analisados para
elegibilidade
(n = 10)
Artigos excluídos em full-text
(n = 0)
Artigos incluídos na scoping review
(n = 11)
Identificação
Seleção
Inclusão
Artigos identificados pelas referências
bibliográficas
(n = 1)
Artigos identificados nas bases de dados
142 | Sousa, I.
Artigo de Revisão
Resultados da Revisão
Por forma a organizar os resultados que emergiram da
pesquisa, agrupamos os mesmos em quatro categorias: os
avós como fonte de suporte; os avós e a influência na
nutrição das famílias e no aleitamento materno exclusivo; a
ambivalência de sentimentos; e o papel dos profissionais de
saúde.
Os avós como fonte de suporte
Muitos avós desempenham um papel vital na vida das
gestantes ou mulheres/mães e dos seus netos e
representam uma fonte de suporte, seja ela instrumental,
emocional, informativa ou financeira.
6.11,12
A distância
geográfica, a cultura, a relação materna e paterna com os
pais e sogros, bem como a idade dos avós podem alterar o
papel que os avós desempenham e, posteriormente, alterar
a influência que exercem sobre a parentalidade dos filhos.
A natureza interconectada das diferentes gerações pode
afetar os estilos parentais, a segurança do bebé, bem como
o desempenho do papel parental.
6
As avós foram identificadas como o principal apoio das
gestantes, fornecendo-lhes informação, orientação e apoio
emocional.
11,12
São as avós que têm o papel de preservar
tradições culturais relativas a este período, são repositórios
de conhecimento sobre medicina local e são decisoras nos
comportamentos de procura de saúde, isto é, decidem onde
é o parto e a necessidade de recorrer a serviços de saúde.
11
Num estudo, conduzido num país africano, a Namíbia,
13
identificou-se três domínios em que as avós contribuem,
sendo eles: a) o aprender a ser mães, através das
representações do cuidar e dos exemplos, bem como da
informação; b) o suporte na amamentação; e c) a saúde e
bem-estar no período s-natal. Conclui-se que o apoio
informativo, emocional e instrumental fornecido às mães e
aos seus recém-nascidos durante o período perinatal pode
ajudar no estabelecimento do vínculo mãe-bebé, promover
o equilíbrio energético materno e melhorar os resultados
nutricionais dos bebés.
O apoio instrumental e emocional prestado pelos avós,
embora esteja depende do tipo de relacionamento entre
pais e filhos e quando não é intrusivo, constitui-se como
um fator protetor para o desenvolvimento de problemas de
saúde mental materna no primeiro ano s-parto.
14
É
reportado também, efeitos benéficos para a criança, pois as
mães sem problemas de saúde mental estão mais
disponíveis emocionalmente e respondem ativamente às
necessidades da criança.
Outro artigo
15
, refere igualmente que o papel dos avós é de
rede de suporte, de cuidar tanto da mãe como do bebé,
preparando refeições e fazendo outras tarefas domésticas.
O papel dos avós envolve, também, a transmissão
intergeracional de papéis, em que as mães aprendem seja
por observação, conselhos ou imitação dos cuidados.
Os avós e a influência na nutrição das famílias e no
aleitamento materno exclusivo
A cultura da amamentação numa família desempenha um
papel significativo no apoio às novas mães para amamentar
exclusivamente e a prática do aleitamento materno
exclusivo por seis meses não se limita às intenções ou ações
da díade mãe-bebé; é um comportamento relacional
influenciado não apenas pelas redes familiares em torno da
mãe, mas também pelos contextos culturais, históricos e
sociais.
16
As avós têm a capacidade de influenciar o aleitamento
materno exclusivo. A opinião positiva sobre aleitamento
materno de uma avó tem o potencial de influenciar uma
mãe até 12% a iniciar a amamentação.
17,18
Por outro lado,
também pode ter uma influência negativa, tendo a
capacidade de diminuir a probabilidade de amamentação
até 70%.
17
Wagner et al,
18
sugerem que as mães que foram
amamentadas quando bebés eram mais propensas a iniciar
e continuar a amamentação do que as mães não
amamentadas. A mãe da mãe e a experiência anterior de
amamentação da mãe têm uma forte influência nas práticas
de amamentação.
18
Concha e Jovchelocitch,
19
sugerem que as avós
desempenham um papel central na nutrição de muitas
famílias durante os períodos pré-parto, pós-parto,
amamentação ou alimentação complementar,
nomeadamente na preparação das refeições.
A ambivalência de sentimentos
Surgem sentimentos ambivalentes quando o envolvimento
dos avós num ou mais domínios, sejam eles afetivo,
cognitivo ou comportamental, não corresponde aos desejos
e expetativas dos pais.
12
Esta ambivalência existe, também,
quando visões divergentes de pais e avós em relação a
conceitos e convicções sobre a gravidez, educação,
cuidados infantis, nutrição, ou outros aspetos fundamentais
na criação dos filhos. No mesmo estudo, estes sentimentos
ambivalentes ocorreram, igualmente, quando os avós
questionaram os papéis e atitudes dos pais e houve
julgamentos críticos dos avós sobre as suas capacidades
parentais. Outro aspeto relacionado com sentimentos
ambivalentes no envolvimento dos avós é a nível
comportamental, quando os avós não respeitam os limites
impostos pelos pais e, a nível afetivo, quando envolveu
deceção com aspetos emocionais das relações,
nomeadamente sentimentos de competição entre os pais e
os avós.
12
Um estudo conduzido na China
21
identifica que é esperado
das avós apoio aos pais durante a transição para a
parentalidade, mesmo sem estes o pedirem. O mesmo
refere que, relativamente aos cuidados no s-parto e ao
recém-nascido, os pais identificam um hiato significativo
entre as suas crenças e as dos avós, referindo que as
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DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.277
Artigo de Revisão
abordagens da geração mais velha se encontram
ultrapassadas e são pouco científicas. Por outro lado, a
geração mais velha acredita que tem a experiência de ter
filhos e a sabedoria transmitida anos. Esta discórdia
gera conflitos familiares. O estudo identifica, ainda, que os
pais apreciam o apoio recebido pelos avós, por permitir
folgas das exigências do cuidar, no entanto, criticam-nos
por potencialmente poderem causar danos ao bebé, pelas
suas abordagens tradicionais. O mesmo estudo, defende,
também que a comunicação clara e direta conduz a uma
melhor relação familiar e entendimento mútuo, em vez das
críticas. Em contrapartida, verificou-se conflitos sempre
que os membros da família expressaram uma comunicação
ineficaz ou inexistente e insistiam em fazer à sua maneira,
o que conduzia a relações familiares precárias. Se os
membros da família não falassem e escondessem os seus
conflitos ou comunicassem de uma maneira vaga, era mais
provável despoletar sentimentos de raiva e agressão
silenciosa. Famílias com limites bem estabelecidos tendem
a ter mais harmonia neste período de transição.
15
A maioria
dos avós entrevistados reconheciam o seu papel e os limites
do mesmo e abstiveram-se de expressar os seus pontos de
vista sobre as decisões dos pais. Em algumas famílias houve
competição entre os seus membros para controlo e, quando
esta competição era forte, surgiam conflitos. Este estudo
15
refere-se, igualmente, aos limites geracionais, ou seja, às
expetativas de limites percebidos e regras de interação de
todos os membros da família, envolvendo a regulação do
comportamento dos pais e dos avós. Limites claros
requerem que os avós respeitem a autoridade dos pais e
evitem oferecer demasiados conselhos relativos às suas
decisões parentais. Os conselhos indesejados dos avós são
a forma de comunicação mais ineficaz, podendo ser
percebidos como uma critica aos cuidados parentais,
afetando a confiança nas próprias competências parentais.
15
Assim, o envolvimento dos avós no papel parental pode
ameaçar a autonomia dos pais e pode não ser bem recebido
por estes.
O papel dos profissionais de saúde
Pais e avós atribuem um papel relevante aos profissionais
de saúde como mediadores de conflitos familiares.
21
Os
primeiros alegam que os últimos se encontram em melhor
posição para mediar os conflitos familiares relativos ao
esclarecimento de papéis, divisão de tarefas, comunicação
e estabelecimento de limites no puerpério e no cuidado ao
recém-nascido. É identificada, ainda, a necessidade de
conhecimento e de desenvolvimento de competências
parentais, a necessidade de informação e educação no pós-
parto e apoio psicológico para as mães.
21
Existe uma potencial lacuna entre as campanhas de
educação para a saúde que visam as mães como decisoras
autónomas e a realidade de uma estrutura comunitária mais
coletivista na qual as mães raramente tomam essas decisões
sem o apoio de outros membros da comunidade.
11
Burgess
6
defende que é importante que os profissionais de
saúde que fazem a preparação para o parto e que
promovem a adaptação à parentalidade, reconheçam o
papel dos avós e trabalhem para avaliar o seu conhecimento
sobre as práticas atuais de cuidados e a segurança da
criança, incluindo qual o seu papel nas responsabilidades de
cuidar do bebé. Uma avaliação completa permitirá que os
profissionais de saúde forneçam intervenções e recursos
educacionais e de apoio, apropriados tanto para os pais
como para os avós. O nascimento de um novo bebé não
uma experiência isolada apenas para a futura mãe, mas uma
transição, também, para os avós.
6
Neste sentido, a
prestação de apoio por parte dos profissionais de saúde
pode melhorar a autoeficácia, bem como o crescimento dos
avós como indivíduos. Como educadores, devem estar
atentos ao significado que essa transição pode ter e ajudar
as famílias a abraçar a interconexão que o nascimento desse
novo bebé traz para todos.
13
Discussão
Nos últimos oito anos, foram encontrados 11 artigos que
identificam os vários papéis dos avós na transição para a
parentalidade dos seus filhos, dando assim, resposta à
questão de investigação formulada inicialmente. Esta
revisão scoping permite, portanto, compreender que os avós
podem desempenhar um papel vital na vida dos filhos e dos
seus netos e representam uma fonte de suporte, seja ela
instrumental, emocional, informativa ou financeira,
6,11,12
fornecendo informação e orientação.
11
Este apoio
informativo, emocional e instrumental durante o período
perinatal pode ajudar no estabelecimento do vínculo pais-
bebé, promover o equilíbrio energético materno, melhorar
os resultados nutricionais dos bebés
13
e melhorar a saúde
mental materna.
14
É identificada, também a influência que as avós
representam na nutrição de toda a família no período
perinatal, nomeadamente na preparação de refeições,
19
bem
como a sua influência no aleitamento materno exclusivo.
Sabemos que o leite materno se constitui como o melhor
alimento para o bebé até à introdução alimentar e que este
é recomendado em exclusivo até aos 6 meses de idade,
20
no
entanto vários fatores concorrem para influenciar a sua
prática. Assim, a prática do aleitamento materno exclusivo
durante os 6 primeiros meses de vida do be é um
comportamento relacional influenciado pelas intenções da
mãe, pelas redes familiares e pelos contextos culturais,
históricos e sociais.
16
evidência científica que corrobora
a capacidade das avós influenciarem o aleitamento materno
exclusivo.
17,18
Embora haja diferenças no tipo de resultado
da amamentação e como a influência das avós foi medida,
o efeito geral sobre a amamentação foi positivo quando as
atitudes ou experiências das gerações femininas mais velhas
144 | Sousa, I.
Artigo de Revisão
em relação à amamentação foram favoráveis. A opinião
positiva sobre aleitamento materno de uma avó tinha o
potencial de influenciar uma mãe até 12% a iniciar a
amamentação. Por outro lado, uma opinião negativa tem a
capacidade de diminuir a probabilidade de amamentação
até 70%.
17
Neste sentido, torna-se pertinente permitir e
incentivar a presença e participação das avós nos cuidados
de saúde prestados às gestantes e pais, se for o desejo
destes, principalmente no período perinatal.
A ambivalência de sentimentos dos pais em relação aos
avós, foi outro aspeto destacado nesta revisão scoping. Se por
um lado, os pais apreciam e reconhecem a importância do
apoio dos avós na transição para a parentalidade, por outro
lado, quando visões divergentes em relação a conceitos
e convicções relativas às crianças, através do
questionamento das atitudes e papéis parentais e através do
julgamento critico sobre as suas capacidades, existe uma
ambivalência de sentimentos, que pode conduzir a conflitos
intergeracionais.
12,21
A comunicação clara e direta leva a
uma melhor relação familiar e entendimento mútuo, em
detrimento da crítica.
21
Por outro lado, a forma de
comunicação mais ineficaz traduz-se nos conselhos
indesejados dos avós, podendo estes serem percebidos
como uma critica aos cuidados parentais, afetando a
confiança nas próprias competências parentais.
15
Neste
sentido, os profissionais de saúde, podem assumir um papel
de mediadores dos conflitos, através do esclarecimento de
pontos de vista, baseando-se na mais recente evidência
cientifica. De acordo com um estudo qualitativo
exploratório,
21
todos os participantes do mesmo
manifestaram o desejo de que os profissionais de saúde
pudessem ajudá-los, acreditando que estes estão em melhor
posição para mediar os conflitos familiares.
Vários artigos referem ainda, uma lacuna nos cuidados de
saúde relativamente à inclusão de pessoas significativas no
cuidado à mulher, nomeadamente dos avós, representando,
estes uma fonte de apoio crucial na transição para a
parentalidade.
6,11,21
É importante que os profissionais de
saúde, nomeadamente os que realizam a preparação para o
parto e que promovem a adaptação à parentalidade,
reconheçam o papel dos avós, fazendo uma avaliação
completa, que permitirá prestar cuidados apropriados tanto
para os pais como para os avós, adotando uma abordagem
mais inclusiva.
Conclusão
Os diversos artigos analisados identificaram os vários
papéis que os avós podem ter na transição para a
parentalidade dos seus filhos nos mais distintos locais do
mundo, indo ao encontro do objetivo desta revisão scoping,
bem como respondendo à questão de investigação
formulada. Para além de identificar os papéis dos avós na
transição para a parentalidade dos seus filhos, também
identificou os possíveis sentimentos e conflitos que podem
surgir entre estes e os seus filhos neste período, sugerindo
que é através de uma comunicação clara e assertiva, que
estes se podem resolver. Identificou, igualmente, lacunas
relativamente aos cuidados de saúde e à integração dos avós
nos mesmos, sugerindo que os profissionais de saúde
incluam os avós na sua abordagem de cuidados.
Sendo o enfermeiro, um dos principais prestadores de
cuidados de saúde à mulher e casal na transição para a
parentalidade, torna-se importante incorporar os resultados
desta revisão scoping, com o intuito de perspetivar uma
contínua melhoria nos cuidados prestados por este, nos
diversos contextos. Assim, este, deve envolver as pessoas
significativas no processo de cuidados, integrando-as,
também, como clientes dos cuidados e estabelecendo
parcerias com as mesmas.
Ao percebermos os diferentes papéis que os avós podem
representar na transição para a parentalidade, melhor
entenderemos a importância de os integrar nos cuidados de
saúde à mulher/casal e criança, neste processo. Porém, este
aspeto implica uma avaliação individual e personalizada,
pois cada pessoa é única. Vivemos numa sociedade cada
vez mais multicultural e com necessidades específicas de
cuidados de saúde. Salientamos como ponto forte desta
revisão scoping, a multiculturalidade dos diversos estudos
incluídos, permitindo alargar a visão de cuidados e
alertando para as diferentes perspetivas e especificidades de
cada indivíduo como ser social, cultural e espiritual. Por
outro lado, salientamos como limitações essa mesma
multiculturalidade dos estudos, o que não permite uma
generalização dos resultados; assim como a maioria dos
estudos selecionados focam apenas as mulheres/gestantes
e as avós na transição para a parentalidade. Embora cada
vez mais, se atribui um papel vital também às figuras
masculinas relativamente à parentalidade, ainda hoje, em
muitas culturas esta é vivida, sobretudo no feminino.
Importa, portanto, considerar que por vezes, pode haver
casais que prefiram incluir os pais, nomeadamente as mães,
no seu processo de saúde durante a transição para a
parentalidade.
Considera-se necessário haver mais investigação sobre esta
temática, particularmente em Portugal, com o objetivo de
consciencializar os profissionais de saúde, nomeadamente
os enfermeiros, sobre a importância da integração da
família nos cuidados de saúde. Sugere-se, assim, a realização
de futuros estudos primários, com o intuito de conhecer a
realidade portuguesa sobre o papel dos avós na sociedade
contemporânea.
Contribuições autorais
IS: Conceção e desenho do estudo; Recolha de dados;
Análise e interpretação dos dados e Redação do manuscrito.
HB: Recolha de dados; Análise e interpretação dos dados;
Revisão crítica do manuscrito.
Pensar Enfermagem / v.27 n.01 / novembro 2023 | 145
DOI: 10.56732/pensarenf.v27i1.277
Artigo de Revisão
Conflitos de interesse e Financiamento
Nenhum conflito de interesse foi declarado pelas autoras.
Fontes de apoio / Financiamento
O estudo não foi objeto de financiamento.
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