Vol. 19 N.º 2 (2015): Revista Científica Pensar Enfermagem
Artigos originais

Avaliação de desempenho dos profissionais de Enfermagem: percepção de justiça dos avaliados

Nuno Miguel Dias Pereira
Enfermeiro, IPO de Lisboa Francisco Gentil, MSc, RN
Viriato Moreira
Professor Coordenador Aposentado, MSc, RN

Publicado 30-12-2015

Palavras-chave

  • avaliação de desempenho,
  • enfermeiros avaliados,
  • percepção de justiça,
  • justiça organizacional

Como Citar

Dias Pereira, N. M., & Moreira, V. (2015). Avaliação de desempenho dos profissionais de Enfermagem: percepção de justiça dos avaliados. Pensar Enfermagem, 19(2), 18–53. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v19i2.107

Resumo

A avaliação de desempenho é um instrumento essencial na gestão dos recursos humanos. Sendo os enfermeiros fundamentais em qualquer organização de saúde é crucial avaliar as suas percepções de justiça relativamente ao seu processo de avaliação, uma vez que influenciam as suas emoções, motivações, atitudes e comportamentos no seio da organização, ou seja, o seu desempenho global. Assim, os gestores de enfermagem (avaliadores) poderão identificar os aspetos a melhorar na avaliação de desempenho, contribuindo para a melhoria do clima, cidadania e comprometimento organizacional, promovendo a satisfação no trabalho e
motivação para um desempenho de excelência por parte dos seus colaboradores (enfermeiros avaliados) e, consequentemente, para uma melhoria contínua da qualidade dos cuidados.

Objetivo: Avaliar a percepção de justiça dos enfermeiros avaliados relativamente ao seu processo de avaliação de desempenho.

Metodologia: Foi elaborada uma escala de avaliação da percepção de justiça, com dez dimensões, a partir das escalas de Walsh (2003) e de Thurston e McNall (2010), com base num construto de justiça organizacional de quatro dimensões de Greenberg. Posteriormente, efetuou-se um estudo descritivo, com uma abordagem quantitativa, através da aplicação de um questionário a 77 enfermeiros avaliados, com regime de contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado de uma organização de saúde de Lisboa.

Resultados: Das dez dimensões da escala de avaliação da percepção de justiça, apenas quatro (atribuição do avaliador, interposição de recurso, demonstração de respeito e sensibilidade) obtiveram um grau de concordância em média elevado, as outras seis apresentaram um grau de concordância inferior, nomeadamente a transmissão de feedback e a precisão da avaliação, que apresentaram o maior grau de discordância, o que revela elevada percepção de injustiça distributiva e informacional.

Conclusões: Este trabalho permitiu avaliar as percepções de justiça dos enfermeiros avaliados relativamente ao seu processo de avaliação de desempenho. A partir dos resultados obtidos pode-se inferir que existe um grau elevado de percepção de injustiça, com consequente desmotivação e insatisfação associadas ao sistema de avaliação vigente que por sua vez, se deve principalmente ao facto da pouca precisão da avaliação, da cotação atribuída não diferenciadora do desempenho e do mérito, da falta de definição inicial de objetivos que sejam consistentes e que mensurem adequadamente e da falta de feedback adequado e regular.

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