Vol. 20 N.º 2 (2016): Revista Científica Pensar Enfermagem
Artigos originais

Os medos das crianças em contexto de urgência pediátrica: enfermeiro enquanto gestor emocional

Paula Diogo
Prof. Adjunto, Enfermeira Especialista Saúde Mental e Psiquiatria, Doutoramento, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
José Vilelas
Prof. Coordenador, Enfermeiro Especialista Saúde Infantil e Pediatria, Doutoramento, Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa
Luiza Rodrigues
Enfermeira Especialista Saúde Infantil e Pediatria, Mestrado, ACES Lisboa Central UCSP Alameda
Tânia Almeida
Enfermeira Especialista Saúde Infantil e Pediatria, Mestrado, Hospital de Cascais

Publicado 30-12-2016

Palavras-chave

  • criança,
  • enfermagem,
  • hospitalização,
  • urgência,
  • medo,
  • gestão emocional
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Como Citar

Diogo, P., Vilelas, J., Rodrigues, L., & Almeida, T. (2016). Os medos das crianças em contexto de urgência pediátrica: enfermeiro enquanto gestor emocional. Pensar Enfermagem, 20(2), 26–47. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v20i2.118

Resumo

Os processos saúde-doença na infância caracterizam-se inevitavelmente por experiências de medo. O estudo desta problemática almeja explicitar o desempenho do trabalho emocional dos enfermeiros, com enfoque na análise da experiência dos medos (normais/desenvolvimentais) das crianças dos 6 aos 12 anos, no serviço de urgência pediátrica. A opção por uma metodologia quantitativa conduziu à aplicação de um questionário a uma amostra de 82 crianças, intencionalmente selecionada. Dos resultados salienta-se que as crianças percecionam o medo como uma ameaça, têm medo de não terem informação sobre o seu prognóstico e a hospitalização, e têm medo dos enfermeiros e dos médicos. A maioria das crianças tem medo do desconhecido. Os seus medos mais acentuados estão relacionados com a dor, as injeções e as análises clínicas. Os enfermeiros ajudam a gerir os medos (e nesta perspetiva são gestores emocionais) não só através de estratégias confortantes, calmas e de lazer, tais como a distração, o jogo e a música, mas também através do afeto, do carinho, da simpatia, do sorriso, da confiança, da positividade, da compreensão empática e do humor. Os enfermeiros privilegiam ainda o envolvimento e a presença dos pais num processo de cuidados humanizado e afetivo, com intervenções que minimizam o desconforto e o sofrimento físico e emocional. Deste modo, destaca-se o recurso a estratégias de humanização e cuidados não traumáticos, inscritos na filosofia de cuidados centrados na família. 

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