Vol. 22 N.º 1 (2018): Revista Científica Pensar Enfermagem
Artigos de revisão

Qualidade de vida dos doentes com cancro colorretal: revisão integrativa da literatura

Ramona Garcia Souza Dominguez
Enfermeira Oncologista, Doutora em Ciências da Saúde. Professora Adjunta no curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciências da Saúde (CCS), Grupo de pesquisa CRIAI
Tâmara Crisóstomo Rios Ferreira
Graduanda no curso Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciências da Saúde (CCS)
Leonardo Otávio Nascimento Azevedo
Graduando no curso Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Ciências da Saúde (CCS)

Publicado 28-11-2018

Palavras-chave

  • Qualidade de Vida,
  • Neoplasias Colorretais,
  • Enfermagem

Como Citar

Garcia Souza Dominguez, R., Crisóstomo Rios Ferreira, T., & Nascimento Azevedo, L. O. (2018). Qualidade de vida dos doentes com cancro colorretal: revisão integrativa da literatura. Pensar Enfermagem, 22(1), 19–46. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v22i1.142

Resumo

Introdução: O Cancro (CCR) é definido como um tumor maligno que acomete o cólon e o reto, e é mais comum em idades avançadas. Trata-se de uma das neoplasias mais frequentes na população adulta mundial, apresentando incidência e mortalidade crescentes em diversos países, com forte impacto na qualidade de vida (QV) dos doentes. Objetivo: Identificar as intervenções e fatores associados ao tratamento oncológico que causam impacto na qualidade de vida dos doentes adultos e idosos com CCR, disponíveis na literatura, visando a melhoria do cuidado de enfermagem. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa realizada por meio das bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, onde foram selecionados 38 artigos publicados no período de 2007 a 2017 e excluídos aqueles que não apresentavam relação com a problemática do estudo. Resultados: Os estudos selecionados avaliaram a qualidade de vida dos doentes com CCR como satisfatória. Observou-se que o instrumento mais utilizado foi o QLQ-C30 e os domínios mais afetados foram o Psicológico/Emocional e o Físico, enquanto que o domínio Social foi o mais bem preservado. Verificou-se ainda que a prática de exercício físico, boa nutrição, suporte psicossocial, apoio familiar e a adoção de terapias complementares que englobam, desde a oração individual e aspectos relacionados à espiritualidade até a suplementação com Glutamina e o uso de outras substâncias bioativas, podem melhorar a QV desses doentes. Em contrapartida, os efeitos colaterais da quimioterapia antineoplásica e/ou radioterapia (dor, principalmente), bem como as consequências da cirurgia (confecção de estoma e alteração do hábito intestinal, por exemplo) são os principais fatores que pioram a QV. As principais queixas dos doentes submetidos à quimioterapia estavam relacionadas ao trato gastrointestinal e os sintomas mais frequentes foram fadiga, dor e insônia, além de irritação e depressão. Houve discordância na avaliação da QV dos doentes ostomizados, entendendo que a ostomia pode não influenciar ou piorar a QV dependendo das estratégias de gestão da doença adotadas. Os homens obtiveram maiores escores de QV em comparação com as mulheres, principalmente na preservação das funções emocionais e cognitivas, já na avaliação financeira, não foram demonstradas dificuldades decorrentes da doença. Considerações: Diante disso, deve-se salientar a importância da atuação do enfermeiro no controle de sintomas e planeamento de uma assistência de qualidade, a partir de uma avaliação individualizada, humanizada e sistemática, que leve em conta todos os aspectos e peculiaridades que envolvem o processo de saúde e doença no qual o doente com CCR se encontra inserido. Apesar das limitações de alguns estudos, pôde-se obter uma visão geral sobre a evidência na literatura relacionada à qualidade de vida desses doentes, destacando-se os fatores que exercem influência positiva ou negativa na sua percepção.

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