Publicado 20-04-2022
Palavras-chave
- Alta do Paciente,
- Serviço Hospitalar de Emergência,
- Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde
Como Citar
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Resumo
Introdução: A prevalência de abandono do serviço de urgência constitui um indicador clínico de gestão da qualidade, pelo que o seu estudo se assume como pertinente. O objetivo da presente investigação foi avaliar o perfil dos clientes que abandonam o serviço de urgência.
Métodos: Estudo de análise quantitativa e de coorte retrospetivo. Foram incluídos todos os clientes que que abandonaram o serviço de urgência de um hospital central no centro de Portugal em 2018. Os dados foram recolhidos com base na informação administrativa, com registo numa grelha clínica ad hoc para recolha de dados.
Resultados: No ano de 2018 acorreram ao serviço de urgência objeto do presente estudo, 85596 clientes, tendo-se verificado uma taxa de abandono de 3,04% (n=2599). Do total da amostra, observou-se que 1315 clientes (50,6%) são do género masculino e 1284 (49,4%) são do género feminino. A idade média dos clientes é 48,21 anos e 46,4% encontra-se na faixa etária dos 36-65 anos. Os meses em que houve mais registos de abandono do serviço de urgência foram agosto (n=11,6%) e fevereiro (n=10,4%), e foi durante o período da manhã que se registaram mais episódios de abandono (51,3%). Os clientes com a prioridade clínica classificada de urgente foram os que apresentam uma maior prevalência de abandono (39,6%). A prioridade clínica de pouco urgente apresenta 37,9% de abandonos. A maioria dos clientes que abandonou o serviço de urgência após ser avaliado pela triagem médica (78,7%).
Conclusão: O perfil do cliente que abandona o Serviço de urgência é predominantemente do sexo feminino, na faixa etária dos 35-65 anos (com uma média de idades de 48,21 anos), na sua maioria já com prioridade clínica definida e classificada como urgente (amarela). A resolução desta problemática deve ser assumida como uma prioridade pelas entidades reguladoras, para otimizar a qualidade dos cuidados e diminuir o impacto direto e indireto nos clientes que abandonam os serviços.