Vol. 26 N.º Sup (2022): Edição Especial da Revista Científica Pensar Enfermagem
Resumos

O cuidado transicional na pessoa após internamento por COVID-19

Neuza Reis
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitação, CHULC; CIDNUR.
Maria José Costa Dias
Enfermeira Diretora do CHULC.
Maria Adriana Henriques
Professora Coordenadora, Departamento de Enfermagem Comunitária, ESEL; CIDNUR.
Luís Sousa
Professor Coordenador, Universidade Atlântica; CIDNUR.
Inês Agostinho
Estudante da ESEL.
Miguel Toscano
Médico, CAP COVID, CHULC.

Publicado 21-01-2023

Palavras-chave

  • COVID-19,
  • Pandemias,
  • Estratégias de eHealth,
  • Enfermagem,
  • Reabilitação

Como Citar

Reis, N., Costa Dias, M. J., Henriques, M. A., Sousa, L., Agostinho, I., & Toscano, M. (2023). O cuidado transicional na pessoa após internamento por COVID-19. Pensar Enfermagem, 26(Sup). https://doi.org/10.56732/pensarenf.v26iSup.221

Resumo

Introdução: A revisão da literatura permite observar que o cuidado transicional, numa modalidade de e-health, promove a continuidade dos cuidados e o contacto de proximidade entre profissionais de saúde, clientes e famílias, bem como entre o hospital e os cuidados de saúde primários, garantindo assim a continuidade do programa de reabilitação da pessoa após infeção pelo SARS-CoV-2, a capacitação da pessoa e família para a gestão da sintomatologia, a detecção atempada de complicações, diminuindo as preocupações/medos associadas com a alta e o decurso da doença, controlando medos/receios, infundados, nomeadamente de contagio à família e suporta a transição para o papel de cuidador informal. Objetivo: Desenhar a intervenção de telereabilitação para a continuidade de cuidados de reabilitação na pessoa com Long COVID-19 após internamento. Método: Para responder à questão de investigação ‘Quais as intervenções de telereabilitação que garantem a continuidade de cuidados de reabilitação na pessoa com Long COVID-19 após internamento?’ optou - se por um Focus Group (FG)1, realizado on-line, a 28 de abril de 2022, na plataforma Colibri®. Os participantes foram 8 Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação do contexto hospitalar e da comunidade, com experiência clínica na transição de cuidados, telereabilitação no processo de transição e/ou telemonitorização do programa de reabilitação após infeção pelo SARS-Cov-2. O FG foi gravado e transcrito. A análise qualitativa dos achados foi efetuada, por dois investigadores independentemente, de acordo com a técnica de análise de conteúdo2. Este estudo foi autorizado pela Comissão de Ética do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (Parecer n.º 1209/2022 de 18/03/2022). Resultados e discussão: Na análise de conteúdo emergiram cinco categorias: Coordenação entre níveis de Cuidados; Intervenção de telereabilitação de cuidado transicional; Vantagens da telereabilitação; Oportunidades e respetivas subcategorias. É consensual que a coordenação entre níveis de cuidados deve ser multidisciplinar com a definição de um programa de cuidado transicional que garanta a continuidade das intervenções iniciadas no hospital.  Emergem como elementos centrais a comunicação e a articulação pré-alta com a família e os cuidados de saúde primários, que quando assegurados contribuíram para prevenir a desfragmentação da continuidade de cuidados e manter o programa de reabilitação iniciado no hospital, e nas situações em que não foram garantidos são apontados como a grande falha em alguns contextos para assegurar um cuidado centrado nas necessidades destes cidadãos. Conclusões e implicações para o desenvolvimento de conhecimento: Os participantes observam que a emergência de uma pandemia nova sobre a qual não há conhecimento, fez com que a aprendizagem do cuidado fosse feita em simultâneo com a construção do conhecimento sobre a doença, sua evolução, prognóstico e reabilitação. A telereabilitação foi uma estratégia importante para garantir a continuidade de cuidados aos doentes com internamentos, em unidades de cuidados intensivos e em serviços de COVID, e que após um período de internamento, mais ou menos longo, ficaram com sequelas que não permitiam ou dificultavam a execução das atividades de vida diária, no regresso a casa; custo efetiva e que possibilitou a própria gestão dos recursos humanos no período de pandemia.

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