Vol. 13 N.º 1 (2009): Revista Científica Pensar Enfermagem
Artigos originais

Qualidade do sono, cronótipos e estados emocionais: o caso de enfermeiros portugueses que trabalham por turnos

Milva Maria Figueiredo De Martino
Departamento de Enfermagem da FCM/UNICAMP (Brasil); Departamento de Enfermagem da UNIFESP
Marta Lima Basto
Ui&de; Comissão Científica do Doutoramento em Enfermagem da Universidade de Lisboa

Publicado 01-07-2009

Palavras-chave

  • trabalho por turnos,
  • saúde emocional,
  • sono,
  • enfermeiros

Como Citar

Figueiredo De Martino, M. M. ., & Lima Basto, M. . (2009). Qualidade do sono, cronótipos e estados emocionais: o caso de enfermeiros portugueses que trabalham por turnos. Pensar Enfermagem, 13(1), 49–60. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v13i1.25

Resumo

Alguns cronobiologistas argumentam que a mais importante contribuição da cronobiologia para o estudo da atividade humana no trabalho é a noção de variabilidade das funções biológicas ao longo das 24 horas do dia. Isso faz com que os trabalhadores tendam a responder diferentemente a uma mesma situação de trabalho, conforme o momento do dia em que ela ocorra. Com referência às repercussões sobre o impacto da inversão do ciclo vigília sono tais como fragmentação de sono diurno, De Martino e Cipolla-Neto (1999) relatam que, em ocupações como a enfermagem, em que o trabalho noturno exige estar vigilante neste período, nem sempre o sono diurno é reparador.

A presente pesquisa teve como objectivo analisar a variabilidade da função biológica (sono) e comportamental ao longo do dia em enfermeiros que trabalham por turnos. O estudo teve como participantes enfermeiros portugueses a trabalhar num hospital público de Lisboa, com base numa amostra intencional (72). Foram utilizados 5 questionários: para levantamento de dados sóciodemograficos; Avaliação do Ciclo Vigília-Sono (Diário de Sono); Questionário de Horne & Östberg (1976) para o cronotipo; Lista de Estados Emocionais Presentes (LEP) e Questionário Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI).

Os principais resultados mostraram cronotipos de vários tipos, sendo o mais frequente o tipo indiferente (64.62%). A analise da LEP indicou que a maioria dos enfermeiros tinha um estado emocional estável. A qualidade do sono foi de melhor qualidade (PSQI) para o grupo com idade abaixo de 30 anos do que no grupo acima dos 30 anos. O grupo de sujeitos com <30 anos acordava mais tarde e mostrou quantidade de sono maior em comparação com o grupo >30. Concluiu-se que as variáveis idade e rotação de turnos podem ter interferência no bem estar do enfermeiro, sendo necessários mais estudos nesta área.

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