Capacidade de autocuidado de pessoas idosas portuguesas residentes em contexto domiciliário
Publicado 31-07-2023
Palavras-chave
- Autocuidado,
- Cuidados de Enfermagem,
- Envelhecimento,
- Pessoa Idosa
Como Citar
Direitos de Autor (c) 2023 Fátima Cunha, Maria Rosário Pinto, Margarida Vieira
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Resumo
Introdução
Neste artigo apresenta-se uma análise da Capacidade de Autocuidado de pessoas idosas residentes em contexto domiciliário, identificando variáveis que nela interferem. O envelhecimento é uma etapa da vida em que as necessidades de saúde sofrem continuas modificações decorrentes das situações de doença e do processo de envelhecimento, pelo que a implementação de um adequado e eficaz apoio à capacidade para cuidar de si contribuirá na promoção da saúde e bem-estar.
Objetivo
Identificar variáveis que interferem na Capacidade de Autocuidado de pessoas idosas residentes em contexto domiciliário.
Métodos
Trata-se de um estudo de natureza não experimental, transversal, quantitativo de tipo descritivo e correlacional, no qual participaram 400 pessoas que cumpriam os critérios de inclusão definidos. Avaliação da capacidade de autocuidado com recurso à Exercise of Self-Care Agency – ESCA.
Resultados
Baseados na análise multivariada da variância, identificou-se a existência de diferenças estatisticamente significativas em alguns domínios da Capacidade de Autocuidado de acordo com a idade, escolaridade e autoperceção do estado de saúde da pessoa idosa. Em termos globais, constataram-se correlações positivas entre a idade e o domínio Iniciativa e responsabilidade (3.6%) e entre a escolaridade e o domínio do Conhecimento e procura informação (5.2%) e correlação negativa entre a idade e o domínio Conhecimento e procura de informação (3.7%). Identificou-se ainda que as pessoas idosas que se percecionam como incapazes de cuidar de si apresentaram pontuações inferiores no domínio do Conhecimento e procura de informação, comparativamente àquelas que se percecionam com capacidade para cuidar de si, tanto quando se autopercecionam como saudáveis ou portadoras de doença (diferença de pontuações médias de -.38 e -.53, respetivamente, p< .05).
Conclusão
Perante estes dados, e sendo o envelhecimento uma etapa de múltiplos desafios no autocuidado, sugere-se que o enfermeiro equacione múltiplas estratégias para que a pessoa idosa consiga aceder, compreender, interpretar e integrar o conteúdo da informação que lhes permita cuidar de si.