Vol. 15 N.º 1 (2011): Revista Científica Pensar Enfermagem
Artigos originais

Validação para a Língua Portuguesa da Escala de Funck et. al., “Barreiras à Utilização da Investigação”

José Vilelas
Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa
Marta Lima Basto
Professora Coordenadora (aposentada)

Publicado 09-07-2011

Palavras-chave

  • utilização da investigação,
  • barreiras,
  • escala,
  • enfermagem,
  • validação

Como Citar

Vilelas, J. ., & Lima Basto, M. . (2011). Validação para a Língua Portuguesa da Escala de Funck et. al., “Barreiras à Utilização da Investigação”. Pensar Enfermagem, 15(1), 25–38. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v15i1.50

Resumo

Introdução: Muitos estudos têm averiguado os obstáculos à utilização da investigação, com o objectivo de ultrapassá-los e identificar as estratégias para facilitar a utilização da evidência científica na prática de enfermagem. A utilização da investigação é a aplicação dos seus resultados para apoiar a tomada de decisão. Todavia, a diferença entre a prática de enfermagem e os resultados dos estudos das evidências científicas continua a ser um problema persistente para a profissão de enfermagem. Objectivo: traduzir para a língua portuguesa, adaptar culturalmente e avaliar as propriedades psicométricas da “Barriers to Research Utilization Scale” de Funk, Champagne, Wiese e Tornquist (1991). Participantes e Métodos: A escala foi traduzida e adaptada culturalmente para português e aplicada a uma amostra de 375 enfermeiros, seleccionados aleatoriamente de uma base de dados, sem recorrer a nenhum critério de inclusão. Esta escala foi testada quanto à sua adequação e compreensão, validade de face e de conteúdo e foram avaliadas as suas propriedades psicométricas, através do Coeficiente Alpha (α) de Cronbach e da análise de componentes principais: exploratória e confirmatória. Resultados: Os participantes do estudo eram predominantemente do sexo feminino e com uma média de idades de 35,8 anos. A maioria detinha em média 12,9 anos de exercício profissional e 10,6 anos de tempo de serviço.
Eram, sobretudo licenciados e da categoria profissional “enfermeiros generalistas”. Dos 29 itens da escala e após o recurso à análise de componentes principais, estes ficaram agrupados em quatro dimensões. A análise factorial da versão Portuguesa revelou uma solução considerada aceitável, semelhante à do autor da escala. Os valores encontrados na análise de consistência interna foram: Características da Organização (α de Cronbach =.86), Comunicação do Estudo (α de Cronbach =.90), Características do Enfermeiro (α de Cronbach =.74) e Características da Investigação (α de Cronbach =.71). Discussão e Conclusão: As dimensões da escala apresentam uma consistência interna superior à escala original, apenas a subescala características da investigação apresenta uma consistência menor. Estes valores também são semelhantes em outros estudos. Quanto às três maiores barreiras à utilização da investigação salienta-se “O tempo no emprego é insuficiente para implementar novas ideias” tal como em outros estudos
realizados nos Estados Unidos da América, Irlanda, Canadá, e Suécia. A escala de barreiras à utilização da investigação em enfermagem, na versão traduzida e adaptada para português, demonstrou ser fácil de aplicar, ter uma consistência interna aceitável, que permite explicar os factores que influenciam a utilização da investigação em enfermagem. O uso desta escala permite o conhecimento das necessidades dos enfermeiros e estabelecer estratégias que visem a promoção da investigação na profissão de enfermagem.

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