Vol. 18 N.º 1 (2014): Revista Científica Pensar Enfermagem
Artigos originais

Modelo de comportamento organizacional de Meyer e Allen: estudo com os enfermeiros

Elisabete Maria Garcia Teles Nunes
Assistente, Instituto de Ciências da Saúde da UCP, MSc, RN
Maria Filomena Mendes Gaspar
Professora Coordenadora, ESEL, PhD, MSc, RN

Publicado 01-10-2014

Palavras-chave

  • Administração de recursos humanos em hospitais,
  • organização e administração,
  • motivação,
  • enfermagem

Como Citar

Garcia Teles Nunes, E. M., & Mendes Gaspar, M. F. (2014). Modelo de comportamento organizacional de Meyer e Allen: estudo com os enfermeiros. Pensar Enfermagem, 18(1), 14–26. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v18i1.86

Resumo

Os profissionais de saúde têm sido confrontados nos últimos anos com profundas mudanças, fruto das reformas e alterações legislativas neste setor. Estas alterações impuseram uma maior flexibilidade, uma melhor capacidade de resposta às exigências dos utentes e uma maior racionalidade dos custos, associada quase paradoxalmente, a um requisito de melhoria da qualidade. Os enfermeiros vêem-se confrontados na sua prática diária com uma menor afetação de recursos e com uma maior pressão para a rentabilidade e produção, conduzindo a condições de trabalho que ficam aquém das suas expectativas e que dificultam o desenvolvimento do seu potencial. Estas situações têm seguramente repercussões na relação estabelecida com a organização. Meyer e Allen (1997,1991) desenvolvem o “Modelo das Três-Componentes” que avalia o empenhamento dos indivíduos nas organizações através de escalas referentes às componentes, afetiva, calculativa e normativa.

Objetivos: Analisar o empenhamento afetivo, calculativo e normativo, e a sua relação com as variáveis sócio demográficas. Analisar as relações entre as componentes, afetiva, calculativa e normativa do empenhamento organizacional.

Método: Estudo de natureza quantitativa, transversal e analítica. Aplicada a Escala de Comprometimento Organizacional de Meyer e Allen (1997), a uma amostra de conveniência constituída por 161 enfermeiros. A análise estatística dos dados foi efetuada através do software estatístico IBM® SPSS® Statistics 19.

Resultados: Todos os itens são avaliados a partir de uma escala de Likert de sete pontos, considerando-se o ponto de corte no valor 3,5. A componente afetiva apresenta média de 4,65; a calculativa 4,57 e a normativa 3,68. Não existem diferenças estatisticamente significativas entre as características sociodemográficas face a qualquer das componentes do empenhamento organizacional. O empenhamento afetivo encontra-se positivamente correlacionado com o empenhamento normativo (r=0,569; p<0,001) e fracamente com o empenhamento calculativo (r=0,256; p=0,001), bem como o empenhamento calculativo com o normativo (r=0,299; p<0,001).

Conclusões: Os enfermeiros estão ligeiramente empenhados afetivamente e calculativamente e fracamente empenhados normativamente. Nenhuma das variáveis sociodemográficas e profissionais são determinantes do empenhamento organizacional. Não foi possível verificar o modelo preconizado pelos autores.

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