Efetividade dos programas de intervenção de e-Saúde em adolescentes obesos: revisão sistemática da literatura
Publicado 01-10-2014
Palavras-chave
- obesidade,
- adolescência,
- efetividade,
- e-saúde,
- Internet
Como Citar
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Resumo
A prevalência elevada de obesidade em adolescentes é um sério problema de saúde pública, constatando-se que as consequências para a saúde dos adolescentes tendem a perdurar na idade adulta. A problemática da obesidade assume um papel preponderante, sendo mesmo considerada como a epidemia do século XXI. Neste contexto, os enfermeiros podem ter um papel fulcral, dotando o utente de conhecimentos e capacidades que lhe permitam adaptar-se a novos estilos de vida e aderir a comportamentos saudáveis. A introdução de tecnologias da informação e comunicação no âmbito da saúde (e-saúde) traduz-se em potenciais benefícios para os cidadãos e para os prestadores de cuidados: redução dos custos, maior acessibilidade, relativo anonimato, capacidade de individualização dos programas de tratamento e possibilidade de manutenção de contacto prolongado.
Face ao contexto apresentado, procurou-se sistematizar o estado do conhecimento sobre a efectividade dos programas de intervenção de e-saúde na redução do peso em adolescentes obesos. Das referências inicialmente identificadas em diversas bases de dados online, foram selecionados quatro ensaios clínicos randomizados. Existem ainda poucos estudos realizados sobre o efeito das intervenções terapêuticas de e-saúde no processo de tratamento de adolescentes obesos. Ao todo foram estudados 299 adolescentes obesos, com idades entre os 11 e os 18 anos, sendo que os poucos estudos existentes foram realizados nos EUA. Os programas de intervenção variaram entre as 16 semanas e os 2 anos, incluindo diversas estratégias e abordando não só o indivíduo como a sua família. Apesar de nenhum estudo ter apresentado uma significativa redução do peso a longo-prazo, os resultados suportam o potencial das intervenções de e-saúde como um componente viável dos programas de gestão do peso e sublinham a necessidade de estudos adicionais para optimizar a Internet como um canal de comunicação efectivo para adolescentes.