Vol. 18 N.º 1 (2014): Revista Científica Pensar Enfermagem
Artigos originais

O curso de Visitadoras Sanitárias em Portugal 1929-1952

Elisa Maria Bernardo Garcia
Professora Coordenadora, aposentada, da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Doutoranda em Enfermagem MSc, RN
José Amendoeira
Professor Coordenador na Escola Superior de Saúde de Santarém, PhD, MSc, RN

Publicado 01-10-2014

Palavras-chave

  • Ensino Sanitário,
  • Visitadoras Sanitárias,
  • Saúde Pública,
  • Enfermagem,
  • História de Enfermagem

Como Citar

Bernardo Garcia, E. M., & Amendoeira, J. (2014). O curso de Visitadoras Sanitárias em Portugal 1929-1952. Pensar Enfermagem, 18(1), 77–85. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v18i1.91

Resumo

O presente artigo tem por base um estudo em curso sobre a história do ensino de enfermagem no âmbito do Doutoramento em Enfermagem no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa e resulta de uma comunicação apresentada no I Simpósio Internacional de História de Enfermagem em Maio de 2013. Pretendemos contribuir para a discussão sobre a formação dos enfermeiros no campo da saúde pública através da análise dos primeiros planos curriculares emergentes do ensino sanitário e para o conhecimento da história de enfermagem. Recorreu-se à metodologia de investigação histórica, com orientação heurística e recurso à análise documental, abarcando a criação e organização do curso de visitadoras sanitárias. Constatou-se que o curso estava inserido no Instituto Superior de Higiene Doutor Ricardo Jorge (Faria, 1934). Foi criado em 1929 no Posto de Proteção à Infância e pretendeu responder à criação de um corpo de enfermeiras de visita previsto na reforma de 1926 proposta pelo Professor Ricardo Jorge (ISHRJ, 1953). A partir de1931 funcionou nos termos do Decreto-lei nº20376 e habilitava para o exercício nos postos de proteção á infância, dispensários de higiene social e inspeção de epidemias (ISHRJ, 1946). Com a reforma de 1945 o curso passou a ter a duração de um ano escolar incluindo estágios com o mínimo de 4 meses. O plano foi ajustado levando a um saber construído no campo da prática da saúde pública centrada na medicina preventiva e social (ISHRJ, 1953). Em 1952 o curso foi revogado com a reforma do ensino de enfermagem. Considera-se que o curso constituiu um marco significativo para a enfermagem de saúde pública pelo reconhecimento do papel desempenhado pelas visitadoras junto da população na conjuntura política e sanitária da época.

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