Vol. 18 N.º 2 (2014): Revista Científica Pensar Enfermagem
Artigos de revisão

Promoção da saúde nos curricula de Enfermagem: conhecimento dos professores e significados atribuídos pelos estudantes: revisão sistemática da literatura

Maria do Carmo Figueiredo
Professora Adjunta, Escola Superior de Saúde IPSantarém, MSc, RN
José Amendoeira
Professor Coordenador, Escola Superior de Saúde IPSantarém, Phd, MSc, RN

Publicado 30-12-2014

Palavras-chave

  • promoção da saúde,
  • educação em enfermagem,
  • currículo,
  • significados sobre a aprendizagem

Como Citar

Figueiredo, M. do C., & Amendoeira, J. (2014). Promoção da saúde nos curricula de Enfermagem: conhecimento dos professores e significados atribuídos pelos estudantes: revisão sistemática da literatura. Pensar Enfermagem, 18(2), 20–44. https://doi.org/10.56732/pensarenf.v18i2.94

Resumo

Um dos principais desafios da educação em enfermagem é ampliar as capacidades dos estudantes para serem promotores de saúde no século XXI. A evidência científica defende, um grande tema visível nos curricula de graduação e pós-graduação, para formar profissionais com capacidade e credibilidade à luz da comunidade científica da Promoção da Saúde (PrS), com a inclusão dos determinantes de saúde, tais como aspetos, culturais, sociopolíticos e económicos, o que requer investigação sistemática e conhecimento da PrS. Objetivo: descrever e analisar estudos empíricos sobre a PrS na educação em enfermagem evidenciando os seus resultados. Método: Revisão sistemática da literatura pelo método PI[C]OD, a partir das questões: Qual a mobilização do conhecimento pelos professores sobre a PrS nos curricula de enfermagem? Quais os significados atribuídos pelos estudantes à aprendizagem da PrS? Pesquisa efetuada em português e inglês restrito ao período de 2000-2009, em bases de dados on-line; bibliotecas digitais e repositórios de universidades, seguindo um processo sistemático desde a pesquisa à avaliação crítica dos estudos. Constituíram o corpus para a análise, oito artigos e uma revisão sistemática de literatura, todos de natureza qualitativa, uma tese de mestrado com metodologia qualitativa e uma tese de doutoramento com estudo misto, sobre o fenómeno da PrS nos curricula de enfermagem, cujos participantes foram professores e/ou estudantes. Resultados – Os achados mostram que os conhecimentos dos professores são débeis na vertente substantiva do currículo. Os conteúdos são centrados nas atividades de Educação para a Saúde (EpS), e as competências na prevenção. Há fragmentação dos conteúdos e não há comunicação entre as disciplinas. Os estudantes consideram a PrS com pouca relevância nas experiências do mundo real da enfermagem manifestando necessidade de um módulo específico para os conceitos básicos; módulos integrados para aprofundamento e compreensão da PrS e expressam necessidade de exemplos concretos da prática para reflexão em teoria. Na tese de mestrado observámos que o desenvolvimento de competências pelos estudantes na formação e intervenção em PrS referem-se essencialmente a um paradigma de categorização, com ênfase na prevenção. A tese de doutoramento salienta que nos programas do curso de enfermagem, o eixo de valores da PrS predominante é o Patogénico. Conclusões – Face às exigências aos enfermeiros como promotores de saúde no século XXI, e sabendo que a PrS é um processo com efeitos positivos na saúde dos cidadãos enquanto sujeitos participativos na mesma, a PrS deverá ser incluída nos curricula em enfermagem para que os estudantes consolidem saberes, e desenvolvam atitudes e aptidões. O conhecimento dos professores sobre PrS na construção e desenvolvimento curricular focaliza-se num paradigma dominante tradicional de EpS embora haja algumas experiências do paradigma construtivista da PrS. Os significados atribuídos pelos estudantes à aprendizagem da PrS são reveladores do paradigma tradicional, na formação teórica e de estágio. Da análise emergiram três temas: conhecimento dos professores sobre a PrS na construção curricular com as categorias: vertente sociopolítica, vertente substantiva e vertente socioprofissional; Conhecimento dos professores sobre a PrS no desenvolvimento curricular com as categorias: referencial conceptual da PrS, conteúdos e estratégias pedagógicas; Significados atribuídos pelos estudantes à aprendizagem da PrS, com as categorias: referencial conceptual da PrS; construção curricular; operacionalização do
currículo; crenças pessoais; estratégias pedagógicas; experiencias da prática clínica.

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