Promoção da saúde nos curricula de Enfermagem: conhecimento dos professores e significados atribuídos pelos estudantes: revisão sistemática da literatura
Publicado 30-12-2014
Palavras-chave
- promoção da saúde,
- educação em enfermagem,
- currículo,
- significados sobre a aprendizagem
Como Citar
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Resumo
Um dos principais desafios da educação em enfermagem é ampliar as capacidades dos estudantes para serem promotores de saúde no século XXI. A evidência científica defende, um grande tema visível nos curricula de graduação e pós-graduação, para formar profissionais com capacidade e credibilidade à luz da comunidade científica da Promoção da Saúde (PrS), com a inclusão dos determinantes de saúde, tais como aspetos, culturais, sociopolíticos e económicos, o que requer investigação sistemática e conhecimento da PrS. Objetivo: descrever e analisar estudos empíricos sobre a PrS na educação em enfermagem evidenciando os seus resultados. Método: Revisão sistemática da literatura pelo método PI[C]OD, a partir das questões: Qual a mobilização do conhecimento pelos professores sobre a PrS nos curricula de enfermagem? Quais os significados atribuídos pelos estudantes à aprendizagem da PrS? Pesquisa efetuada em português e inglês restrito ao período de 2000-2009, em bases de dados on-line; bibliotecas digitais e repositórios de universidades, seguindo um processo sistemático desde a pesquisa à avaliação crítica dos estudos. Constituíram o corpus para a análise, oito artigos e uma revisão sistemática de literatura, todos de natureza qualitativa, uma tese de mestrado com metodologia qualitativa e uma tese de doutoramento com estudo misto, sobre o fenómeno da PrS nos curricula de enfermagem, cujos participantes foram professores e/ou estudantes. Resultados – Os achados mostram que os conhecimentos dos professores são débeis na vertente substantiva do currículo. Os conteúdos são centrados nas atividades de Educação para a Saúde (EpS), e as competências na prevenção. Há fragmentação dos conteúdos e não há comunicação entre as disciplinas. Os estudantes consideram a PrS com pouca relevância nas experiências do mundo real da enfermagem manifestando necessidade de um módulo específico para os conceitos básicos; módulos integrados para aprofundamento e compreensão da PrS e expressam necessidade de exemplos concretos da prática para reflexão em teoria. Na tese de mestrado observámos que o desenvolvimento de competências pelos estudantes na formação e intervenção em PrS referem-se essencialmente a um paradigma de categorização, com ênfase na prevenção. A tese de doutoramento salienta que nos programas do curso de enfermagem, o eixo de valores da PrS predominante é o Patogénico. Conclusões – Face às exigências aos enfermeiros como promotores de saúde no século XXI, e sabendo que a PrS é um processo com efeitos positivos na saúde dos cidadãos enquanto sujeitos participativos na mesma, a PrS deverá ser incluída nos curricula em enfermagem para que os estudantes consolidem saberes, e desenvolvam atitudes e aptidões. O conhecimento dos professores sobre PrS na construção e desenvolvimento curricular focaliza-se num paradigma dominante tradicional de EpS embora haja algumas experiências do paradigma construtivista da PrS. Os significados atribuídos pelos estudantes à aprendizagem da PrS são reveladores do paradigma tradicional, na formação teórica e de estágio. Da análise emergiram três temas: conhecimento dos professores sobre a PrS na construção curricular com as categorias: vertente sociopolítica, vertente substantiva e vertente socioprofissional; Conhecimento dos professores sobre a PrS no desenvolvimento curricular com as categorias: referencial conceptual da PrS, conteúdos e estratégias pedagógicas; Significados atribuídos pelos estudantes à aprendizagem da PrS, com as categorias: referencial conceptual da PrS; construção curricular; operacionalização do
currículo; crenças pessoais; estratégias pedagógicas; experiencias da prática clínica.